The Awakening - James Morrison, ou: Um artista em ascenção

Michel 112. Dia 117.

É agradável ver um artista amadurecer.

Eu já gostava do Morrison antes, de sua voz rouca e aguda, e da maneira como ele canta - um pop descolado, mas com pretensão de ser diferente, nivelando-se por cima, buscando influências no rock, no soul e na dance music, fazendo com que "The Awakening" (2011) seja exatamente isso, um despertar.

O violão tem aqui papel primordial acompanhando os gritos de Morrison.

Sim, os gritos. Em seus dois primeiros trabalhos, Morrison cantava e gritava como um desesperado. NEste novo disco ele se controla mais, e isso é bom.

Mas ele ainda grita pra caralho. Só que agora ele faz isso quando necessário, de acordo com a emoção exigida.

Algumas faixas do disco são desnecessárias, mas no geral, "The Awakening" é um disco gostoso, cheio de hits e baladinhas românticas. Trabalho maduro de um artista em crescimento, com muito sentimento demais. Bom para escutar em momentos acompanhados por aquele amor sereno, com vinho, velas e uma comidinha leve após um cineminha de namorados.

Morrison é um artista talentoso, com uma bela voz potente e versátil, em processo de amadurecimento e autoconhecimento. Expectativas existem de que seus próximos álbuns sejam melhores que os três primeiros - assim ele se desenvolva de acordo com a tendência.

Recomendo a audição deste disco de um dos melhores artistas da atualidade. Um alto nível de sofisticação, apesar de uns poucos tropeços, que garantem uma boa diversão.

Enjoy. Tenham uma boa semana.