domingo, abril 28, 2013

300 (os fortes entenderão)

300 - 2006
Dir: Zack Snyder
Elenco: Gerard Butler, Lena Headey, Dominic West.

Dia desses no meu curso de logística (é, eu sei, eu sei...) o instrutor não estava com muita vontade de dar aula e inventou uma desculpazinha barata envolvendo logística, liderança e essa baboseira toda pra exibir pra turma um filme que ninguém tinha visto antes (bazinga): 300.
Os fortes compreenderão.
Na ideia do sujeito nós veríamos o filme e escreveríamos uma resenha sobre ele, salientando a loucura da cabeça dele de que alguma coisa naquela matança desenfreada e doentia envolvia logística. Certo, concordo! Considerando que logística é qualquer área do trabalho que não tenha um nome específico, provavelmente alguma coisa ali se encaixe nesse padrão. Talvez a galera que carregava os corpos, ou os caras que empilhavam os corpos, talvez os caras que dilaceravam os corpos...
Enfim, eu fugi à proposta. Eu devo ter enrolado um parágrafo inteiro antes de começar meu discurso sobre o que eu acho que 300 realmente trata: destruir deuses. Certo que tem mesmo toda aquela história da liderança, mas o que importa aqui é uma filosofia muito mais profunda que empreendedorismo e sustentabilidade e essas coisas de empresas.
É sobre não se render, sobre brigar até o fim, sobre destruir o inimigo não importando quão grande e poderoso ele aparente ser.
Na trama, que todo mundo conhece, o Rei Leônidas, de Esparta, ameaçado pelo imperador Xerxes, que se julgava um deus e almejava dominar toda a Grécia, por que não o mundo, decide pegar 300 dos seus mais habilidosos e psicopatas guerreiros e sai em busca de sangue pra massacrar o exército do imperador deus.
Eu acho que todos vocês sabem que 300 é baseado numa HQ do Frank Miller, dirigido pelo Zack Snyder, estrelado pelo Gerard Buttler, que nunca mais fez um filme decente na vida, fotografia, Rodrigo Santoro, essa coisa toda, morre todo mundo no final. A propósito, esse texto pode conter alguns spoilers pequenos, nada de muito importante.
O lance é: todo mundo adora 300 (e se não adora, meu filho, se mata. POR QUE TU É MOLEQUE!), todo mundo adora aquela matança desvairada e aquele sangue e a oráculo pelada envolta em fumaça dançando em câmera lenta. Mas poucas pessoas que eu conheço gostam do final. Por que morre todo mundo, mas principalmente por que o Leônidas não mata o Xerxes! Aqui se baseou minha redação por que, pra mim, o da barba teve uma razão muito boa pra não matar o careca: visão de liderança. Há! Te peguei.
Na última cena de batalha de 300 Leônidas tem a oportunidade de matar Xerxes com uma flechada, mas não o faz. Arranca uns brincos da cara dele, faz ele passar uma vergonha danada, mas, principalmente, faz ele sangrar na frente de todo mundo, de toda a galerinha que acreditava que o careca era uma divindade. E, como bem sabemos, Deuses não sangram.
A ideia do Barba era justamente essa: tirar sangue do auto proclamado deus na frente dos seguidores dele, desacreditar o sujeito, fazer o povo perder a fé nele, perder o medo dele. Por que se ele o houvesse matado, ainda que destruindo o mito do deus, ele só causaria a revolta de um exército infinito que provavelmente iria marchar até Esparta e queimar a porra toda em câmera lenta!
Sem falar que algum oportunista, com a desculpa de vingar a morte do careca, podia muito bem tomar o trono e liderar aquele povo numa zona desgraçada! E o que é pior: todos os espartanos estariam mortos e Esparta seria pega de surpresa sem que nenhuma liderança militar estivesse preparada para se defender.
Sem falar que com ele, Leônidas, morrendo, além do efeito dramático, daria uma motivação sanguinária ao exército que se formaria praquelas bandas da Grécia, no lado espartano da terra de Zeus. E sem falar ainda mais que da metade pro final do filme é uma mentira desgraçada inventada pelo Dilios (o caolho), que voltou pra casa na metade do filme. Nem tava lá na hora, o safado. Tudo pode ter acontecido de um jeito completamente diferente e ele nem fazia ideia.
Então é isso. Guarde isso na cabeça pra quando aquele seu amigo meio lerdo abrir a boca pra dizer que não gosta de 300 por que todo mundo morre no final, você usa esse argumento contra ele, combinado?
E aqui eu finalizo a postagem mais maluca da história, sem pé nem cabeça, totalmente zoada... Amanhã tem mais!
Eu sei que hoje não analisei nada no filme e não falei nada com  nada, mas eu considero este trabalho do Snyder uma lição de vida. Zack Snyder é o Augusto Cury pra macho.
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Um comentário:

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