300 - 2006
Dir: Zack Snyder
Elenco: Gerard Butler, Lena Headey, Dominic West.
Dia desses no meu curso de logística (é, eu sei, eu
sei...) o instrutor não estava com muita vontade de dar aula e inventou uma desculpazinha barata envolvendo logística, liderança e essa baboseira toda pra
exibir pra turma um filme que ninguém tinha visto antes (bazinga): 300.
Os fortes
compreenderão.
Na ideia do sujeito nós veríamos o filme e escreveríamos
uma resenha sobre ele, salientando a loucura da cabeça dele de que alguma coisa
naquela matança desenfreada e doentia envolvia logística. Certo, concordo!
Considerando que logística é qualquer área do trabalho que não tenha um nome
específico, provavelmente alguma coisa ali se encaixe nesse padrão. Talvez a
galera que carregava os corpos, ou os caras que empilhavam os corpos, talvez os
caras que dilaceravam os corpos...
Enfim, eu fugi à proposta. Eu devo ter enrolado um
parágrafo inteiro antes de começar meu discurso sobre o que eu acho que 300
realmente trata: destruir deuses. Certo que tem mesmo toda aquela história da
liderança, mas o que importa aqui é uma filosofia muito mais profunda que
empreendedorismo e sustentabilidade e essas coisas de empresas.
É sobre não se render, sobre brigar até o fim, sobre
destruir o inimigo não importando quão grande e poderoso ele aparente ser.
Na trama, que todo mundo conhece, o Rei Leônidas, de
Esparta, ameaçado pelo imperador Xerxes, que se julgava um deus e almejava
dominar toda a Grécia, por que não o mundo, decide pegar 300 dos seus mais
habilidosos e psicopatas guerreiros e sai em busca de sangue pra massacrar o
exército do imperador deus.
Eu acho que todos vocês sabem que 300 é baseado numa HQ
do Frank Miller, dirigido pelo Zack Snyder, estrelado pelo Gerard Buttler, que
nunca mais fez um filme decente na vida, fotografia, Rodrigo Santoro, essa
coisa toda, morre todo mundo no final. A propósito, esse texto pode conter alguns
spoilers pequenos, nada de muito importante.
O lance é: todo mundo adora 300 (e se não adora, meu filho, se
mata. POR QUE TU É MOLEQUE!), todo mundo adora aquela matança desvairada e
aquele sangue e a oráculo pelada envolta em fumaça dançando em câmera lenta.
Mas poucas pessoas que eu conheço gostam do final. Por que morre todo mundo,
mas principalmente por que o Leônidas não mata o Xerxes! Aqui se baseou minha
redação por que, pra mim, o da barba teve uma razão muito boa pra não matar o
careca: visão de liderança. Há! Te peguei.
Na última cena de batalha de 300 Leônidas tem a oportunidade de
matar Xerxes com uma flechada, mas não o faz. Arranca uns brincos da cara dele,
faz ele passar uma vergonha danada, mas, principalmente, faz ele sangrar na
frente de todo mundo, de toda a galerinha que acreditava que o careca era uma
divindade. E, como bem sabemos, Deuses não sangram.
A ideia do Barba era justamente essa: tirar sangue do
auto proclamado deus na frente dos seguidores dele, desacreditar o sujeito,
fazer o povo perder a fé nele, perder o medo dele. Por que se ele o houvesse
matado, ainda que destruindo o mito do deus, ele só causaria a revolta de um
exército infinito que provavelmente iria marchar até Esparta e queimar a porra
toda em câmera lenta!
Sem falar que algum oportunista, com a desculpa de vingar
a morte do careca, podia muito bem tomar o trono e liderar aquele povo numa
zona desgraçada! E o que é pior: todos os espartanos estariam mortos e Esparta
seria pega de surpresa sem que nenhuma liderança militar estivesse preparada
para se defender.
Sem falar que com ele, Leônidas, morrendo, além do efeito
dramático, daria uma motivação sanguinária ao exército que se formaria praquelas
bandas da Grécia, no lado espartano da terra de Zeus. E sem falar ainda mais
que da metade pro final do filme é uma mentira desgraçada inventada pelo Dilios
(o caolho), que voltou pra casa na metade do filme. Nem tava lá na hora, o
safado. Tudo pode ter acontecido de um jeito completamente diferente e ele nem
fazia ideia.
Então é isso. Guarde isso na cabeça pra quando aquele seu
amigo meio lerdo abrir a boca pra dizer que não gosta de 300 por que todo mundo
morre no final, você usa esse argumento contra ele, combinado?
E aqui eu finalizo a postagem mais maluca da história,
sem pé nem cabeça, totalmente zoada... Amanhã tem mais!
Eu sei que hoje não analisei nada no filme e não falei nada com nada, mas eu considero este trabalho do Snyder uma lição de vida. Zack Snyder é o Augusto Cury pra macho.
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Um post pra honrar nossas 300 visualizações do ultimo domingo
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