Off The Wall - Michael Jackson, ou: Não pare até que você esteja satisfeito!

Michel 111. Dia 116.

Eu podia escutar esse disco a vida inteira, todos os dias, e nunca, nunca mesmo, ficar entediado. Um astral gostoso pra caralho, uma batida suave que te obriga a dançar...

I Wanna Rock With You/ All Night...

Explica porque MJ é o Rei do Pop com todos os acordes e passos de dança. Michael no seu ápice, saindo da década de 1970 e entrando nos anos 1980 com tudo, fazendo figura, criando o mito que anos depois o consumiria e transformaria numa caricatura de si mesmo.

Estão ali os gemidos, a voz em falsete, os trejeitos, a sensualidade... e um certo desconforto, uma estranheza que viria a se revelar depois com força.

Mas ainda assim, um clássico. Cada música melhor que a outra, conectadas com aquela energia descompromissada que só a Geração Perdida sabe o que é.

É impossível não ter vontade de dançar. Se não tiver ninguém olhando, melhor ainda. Mãozinhas para cima num "clap" sincronizado, joelhos balançantes, quadris encaixados... porra, Michael, dá vontade de dançar até cair, cara! Não parar até ficar exausto... não parar até ficar satisfeito. All night.

Lançado em agosto de 1979, "Off The Wall" elevou Michael ao status de semideus - o que culminaria com sua coroação no trono do Pop com Thriller. Temos aqui um MJ ainda negro, ainda cheio de suingue, jovem e que curtia dançar. Muito. Suas músicas têm esse apelo dançante... eu sei que estou me repetindo, mas é que só se pensa nisso enquanto "Off The Wall" toca. Dançar, dançar, dançar, mais que a Natasha do Capital Inicial.

Ok, essa foi podre. :P

Mesmo as baladinhas ainda têm uma certa inocência perdida no decorrer dos anos. Não se ama mais com a pureza dos anos 80, nem com a mesma beleza.

Não sei ao certo como foi o fim do Michael - meu ídolo desde a infância -, mas sei o começo do fim. Ele começou a ficar maior que ele mesmo aqui, neste disco, nesta época. Ficou tão grande que não se reconhecia mais. E no fim, sem saber direito quem era, ele nos deixou de uma maneira tola.

Mas não lamentemos o Rei morto. Vivamos - e dancemos - sua obra.

Senhoras e Senhores, "Off The Wall". Clássico, perfeito, sagrado, intocável.

Boa noite e um bom domingo. Até a próxima.