John Mayer é um artista bacana. Ele canta bem, toca
guitarra muito bem, tem muito potencial, mas nunca atingiu um ponto que se
pudesse dizer “esse é o ápice da carreira desse cara”. Seus discos são
competentes, nunca desapontam e sempre salvam-se cinco, seis músicas que caem no
gosto do público geral. Como eu disse, é algo bacana de se ouvir. Seu penúltimo
disco (ainda não parei pra ouvir o último), Battle Studies é exatamente isso: bacana,
cheio de boas canções e, sonoramente falando, muito competente. Mas, como todos
os discos anteriores do cara, falta aquela coisinha que ninguém sabe o que é,
mas todo mundo sente falta.
Aquela coisinha, saca?
Mesmo assim, o disco já abre muito bem com a ótima Heartbreak
Warfare, grudenta e fácil de lembrar e com um som daqueles que te faz ficar
cantarolando sem querer. Depois disso vem a melosa All We Ever Do Is Say Goodbye,
que aumenta tua glicemia a um nível dramático, mas tem sua qualidade. Então
surge no horizonte a inusitada parceria com a cantora teen Taylor Swifft em uma
das melhores músicas do disco: Half Of My Heart (detalhe que a Swifft só faz backing
vocal no fim da música); Assassin, com referências claras a umas músicas do
Michael Jackson, que por sinal ficou excelente. O que vem depois é bem básico,
aquele pop rock descompromissado que o Mayer faz sem se esforçar muito, mas que
não perde em qualidade. Um bom destaque é a ótima Who Says, com uma das
melhores letras já compostas pelo cara, é um hino daqueles sujeitos que
cansaram de ser bonzinhos ou dos artistas que não querem servir de modelo pra
ninguém.
“Who says I
can't get stoned?
Turn off the
lights and the telephone
Me and my
house alone
Who says I
can't get stoned?
Who says I
can't be free?
From all of
the things that I used to be
Re-write my
history
Who says I
can't be free?”
Battle Studies é um disco tranquilo de ouvir, não ofende,
não desagrada, mas não te engrandece em quase nada. Você escuta, fica com umas
quatro ou cinco músicas muito batutas, muito bacanas, em loop na cabeça e volta
a ouvir quando sentir que precisa. Talvez o problema do disco seja o fato de
ele não se encaixar num momento exato de sua vida.
Explico:
Não é um disco que te deixa pra cima, mas não serve pra
curtir a fossa, saca? A menos que você seja bipolar, vai ser um disco que você
vai ouvir e depois partir pro próximo, guardando umas canções naquela playlist
cheia de músicas desconexas que você guarda pra quando não está afim de ouvir
nada, só música.
E isso é ótimo! Sempre é bom adicionar músicas a essa
playlist.
E mais: Perfectly Lonely não é uma música, é um hino! Um
hino para um momento extremamente específico de comodismo e negação, mas é um
hino perfeito para tal.
“Nothing to
do
Nowhere to be
A simple
little kind of free
Nothing to do
No one but me
And that's
all I need”
-
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