domingo, abril 21, 2013

Extermínio

Dia 111 - Felipe Pereira  108
28 Days Later - 2002
Dir: Danny Boyle
Elenco: Cillian Murphy, Naomie Harris, Brendan Gleeson, Christopher Eccleston.

Extermínio é um filme de zumbi que não se assume como tal. E isso me enerva. Conta a história de um sujeito que acorda um dia em um hospital e o mundo acabou, consumido por zumbis (que não são zumbis) e que se une a um grupo de pessoas para tentar sobreviver. Apesar da premissa semelhantedêntica, Extermínio é muito anterior a The Walking Dead e serviu de inspiração para a HQ e, posteriormente, para a série. Dirigido pelo britânico Danny Boyle, diretor de Trainspotting, 28 Days Later, no original, opta por dar uma pegada mais realista aos mortos vivos, dando uma motivação mais plausível para o apocalipse.
Eu tenho uma certa intolerância a Danny Boyle, coisa que, admito, já foi bem maior. Hoje em dia consigo ver tranquilamente qualquer filme do sujeito sem ficar incrivelmente contrariado. Tem até alguns que eu curto demais, apesar de o desgraçado fazer questão de ser um diretor indie até a morte.
Mas extermínio ainda me irrita demais. Filmes indie como um todo, salvo exceções, me deixam meio contrariado. Normalmente tem romance adolescente, música dos anos oitenta, fotografia extremamente colorida e carrinhos de supermercado em cenas desnecessariamente felizes. Adicione zumbis que não são zumbis e temos Extermínio: um filme de zumbi do qual não gosto.
Com o passar dos anos e após um certo amadurecimento (bem questionável...), rever Extermínio foi uma experiência menos escrota. Eu sei que é uma obra cultuada, sei que muita gente curte e que mudou radicalmente o modo como os zumbis são retratados na cultura pop como um todo (e eu sou extremamente grato pelos desmortos velocistas, de verdade, acho que os zumbis corredores deram um novo pique (tu-dum-pish!) aos mortos vivos que ultimamente vinham meio que se arrastando (TU-DUM-PISH!)), mas ele simplesmente não entra nem no meu top 100 filmes (e, acredite, eu tenho um top 100). Há nele uma sucessão de elementos do cinema independente que me irrita demais, quando não simplesmente me deixa entediado.
Desde o drama excessivo, a inconstância da personalidade de alguns personagens, a fotografia desnecessariamente escura, os momentos de feel good movie, o fato de ele tentar a todo custo ser um filme de zumbi diferenciado (que em alguns momentos me parece uma extrema forçação de barra), o Cillian Murphy aparecer pelado/sem camisa durante um terço de filme e seu final de comercial de sabão OMO, ou o simples fato de os zumbis não saírem do armário (não são zumbis, são infectados, que comem carne de pessoas e as transformam em infectadas como eles, mas não são zumbis)...
Isso tudo me agride demais. Mas, revendo-o hoje, para escrever esse texto, eu tive uma visão menos amarga sobre Extermínio, algo menos ranzinza e pessimista. Quer dizer, tem lá seus momentos, tem suas boas sacadas, os atores são bons, o roteiro é bem construído, tem umas cenas (duas, pra ser sincero) muito bacanas e a trilha sonora do John Murphy é excelente.
Mas a fotografia, pra mim, além dos enquadramentos e posicionamentos de câmera bizarros, me tiram completamente do clima do negócio. Além de todos esses problemas mencionados acima, obviamente.
Eu ia falar de Extermínio 2, mas me prolonguei tanto por aqui, falando mal do primeiro que até fiquei desestimulado.
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Um comentário:

  1. Fui ver esta porcaria no cinema. O final me deixa consternado até hoje. Mas o segundo... ah, o segundo...

    Ainda valeu duas luinhas? Isso tudo?

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