sexta-feira, março 15, 2013

Ventura - Los Hermanos, ou: Sobre a poética da mulher morena

Michel 69. Dia 74

É... falar de Los Hermanos é fácil e difícil. Fácil porque eu sou fã, e difícil por tantas nuances e detalhes e gradações que fazem parte da música e da carreira deste grupo único na música brasileira.

É sempre complexo satisfazer as pessoas - ainda mais se são fanáticas. E, venhamos e convenhamos, os Hermanos têm uma legião de fãs militantes - pessoas que se vestem, falam e se comportam como se pautadas por um código moral implícito nas letras de Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante.

Mas não é para esses que eu falo. Não é para essas pessoas que o 01PorDia existe.

Falo hoje de "Ventura" (2003), um disco com uma proposta peculiar, com uma mensagem, com um objetivo: falar da tão alardeada mulher morena.

Mulheres quentes, carnais, sensuais, tímidas, mulheres que guardam em si o que há de melhor, mulheres que se dedicam ao seu par, mulheres que trazem em si o pecado e a redenção, presentes em tantos lugares, mulheres para amar uma vida inteira...

A morena, uma mulher com personalidade e opiniões fortes, uma mulher cheia de segredos, uma mulher cheia de mistérios. Capitu, Eva, Dalila, Maria...

A poesia de Camelo e sua adoração às mulheres (kind of a nerd, I undesrtand).


A poesia de Amarante e seus relacionamentos de finais semi-felizes e tristes...

"...pra te acompanhar..."

A música orgânica e diferente, música que arrebanha fãs com sua bateria e metais marcantes, com um baixo presente, com a guitarra gentil.

Isso é Ventura. Um disco que justifica a si mesmo, cheio de qualidades, raro em ausências e defeitos (mas que ainda estão lá, p. ex.: a necessidade de agradar ao público).

Enfim.

Ventura é um disco para amores e amantes maduros. É um disco feito para quem já viveu um grande amor e - às vezes - sente saudade do que poderia ter sido.

É música para quem tentou e não deu certo.

É uma homenagem honesta às mulheres morenas que amamos e achamos tão difíceis de definir e amar.

É um disco cheio de sutilezas, como um poema escrito num guardanapo que retorna com um número de telefone e um sorriso.


Um disco com gosto de fim de noite de sábado ou começo de manhã de domingo.

Fica aqui minha homenagem a este que é, em minha opinião, o melhor dos Hermanos, que é, em minha opinião, a melhor banda nacional da atualidade-por-favor-retornem-e-gravem-mais-um-disco-urgentemente.








Abraços a todos na beirada da madrugada.

O Ladrão de Almas.

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