domingo, março 24, 2013

Pulp Fiction (O Melhor Filme Feito Na História da Humanidade)

Ezequiel 25:17: O caminho do homem justo está cercado por todos os lados. Pela iniquidade dos egoístas e a tirania dos maus. Bendito aquele que, em nome da caridade e boa vontade, Guie os fracos através do vale das trevas,Pois ele é verdadeiramente o guardião de seus irmãos e localizador de crianças perdidas. E eu vou derrubar sobre ti com grande vingança e raiva furiosa. Aqueles que tentam envenenar e destruir meus irmãos. E você saberá que meu nome é o Senhor, quando minha vingança cair em cima de você.

Dia 83 - Felipe P. 80
Pulp Fiction - 1994
Dir: Quentin Tarantino
Elenco: John Travolta, Samuel L. Jackson, Tim Roth, Amanda Plummer, Bruce Willis, Ving Rhames, Uma Thurman.

Eu queria começar esse texto dizendo que as opiniões contidas nesse site dizem respeito a quem as escreve. E quem as escreve deve responder por elas, o que não impede ninguém da equipe de tomar partido em defesa dos outros membros. Mas que fique bem claro, a minha opinião representa a minha opinião e eu respondo por ela.
Só esclarecendo. :)
Prepare-se, aí vem.

Os críticos dizem que o melhor filme já feito é Cidadão Kane. O IMDB diz que é Um Sonho de Liberdade. Há quem diga que é O Rei Leão. Eu já vi alguém dizer que é Mercenários. Eu digo que é Pulp Fiction. O Melhor Filme Já Feito!
Eu já mencionei aqui o quanto eu sou fã do Tarantino? Já falei do quanto eu fico empolgado só de falar dos filmes do cara? Já? Não foi suficiente!
Pulp Fiction é Tarantino em seu máximo! É o roteiro escrito por um cara que acabou de tirar o dedo da tomada, no ápice de sua insanidade e de sua criatividade, seu maior ato de coragem, talvez nem tendo consciência de tamanho absurdo ele levava às telas de cinema.
Eu vi Cães de Aluguel, eu vi Kill Bill, eu vi Bastardos Inglórios e adorei todos, mas precisei ver Pulp Fiction para me apaixonar pelo trabalho desse desgraçado.
A ideia de PF. é contar uma história só, com vários núcleos de personagens (sempre em duplas), onde não haja protagonistas nem coadjuvantes. Uma história só, totalmente segmentada e remontada de forma a ganhar ritmo e coerência, e de forma que os personagens interajam entre si e que cada ato que eles cometam repercuta de uma forma ou de outra nos outros segmentos. É como uma Árvore da Vida do crime.

A grande trama, como um todo, conta várias pequenas histórias. Uma delas é sobre um gangster, Vincent Vega (John Travolta) que recebe a missão de tomar conta da esposa do chefe Marsellus Wallace (Ving Rames, quase uma entidade mística) enquanto ele está fora da cidade. A esposa se chama Mia, interpretada por Uma Thurman, e é tratada como algo intocável, alguém por quem Marcellus chegaria a matar. Outra é sobre uma dupla de gangsters, Vincent Vega e Jules Winnfield (Samuel L. Jackson) que liga todas as tramas em uma e em certo ponto tem seu próprio (e espetacular) segmento. Outra é a história de um pugilista, Butch (Bruce Willis), que é intimado por Marcellus a perder uma luta decisiva e desobedece, passando a ser caçado pelo chefe do crime e se envolvendo juntamente com ele numa das tramas mais inacreditavelmente inusitadas, surpreendentes e doentes do cinema. E por fim um casal de assaltantes vividos por Tim Roth e Amanda Plummer na sequência que abre e encerra o filme de uma maneira sensacional.

Tudo conectado como uma grande e fragmentada história genial, recortada e montada da única maneira que ficaria compreensível, da única maneira que faria algum sentido. Se fosse montado de outra forma, de forma linear, Pulp Fiction seria um Crash – No Limite com mais talento e carisma, mas seria uma obra perfeitamente simples.

Tirar o elemento temporal, desconstruir a estrutura de começo meio e fim, dá uma liberdade criativa tão grande a Tarantino que ele pode manipular sua obra como bem entender, inserir nela referências a filmes seus que sequer existiam até então, fazer links com obras que ele dirigiu e escreveu e com obras que ele ainda dirigiria (há quem defenda a teoria de que, exceto por Jackie Brown, todos os trabalhos escritos e dirigidos pelo QT teriam ligação. Incluindo Bastardos e Django), personagens que protagonizam segmentos e fazem figuração em outros, que morrem e nem por isso deixam de existir, elementos insignificantes que ganham importância vital, é como tentar e obter êxito em inserir ordem no caos! 
E o Pulp Fiction como um todo, seja tecnicamente, seja afetivamente, seja como for, é brilhante. A direção é impecável, os atores são impecáveis, o roteiro é monstruoso, tudo feito com uma naturalidade (em certos momentos é como se não houvesse uma câmera ligada), com uma maturidade para um cara que estava apenas em seu segundo longa-metragem, com direito a atores gigantescos fazendo ponta (olha o Cristopher Walken fazendo 3 minutos de cena, Steve Buscemi fazendo um garçom que mal mostra a cara, Harvey Keitel que chega e some e não aparece mais).
Há quem diga que que banaliza a violência, que valoriza as drogas, eu digo que isso é besteira. É ficção, você tem que estar livre das amarras do mundo quadrado em que vivemos. Não valoriza nem banaliza porra nenhuma, pelo contrário, passa uma mensagem bem firme e clara pra quem quiser ver mensagens. Drogas fazem mal e balas matam, se seus pais não te ensinaram isso não é o cinema que tem que fazer!
O objetivo aqui é contar uma grande história e apresentar personagens fantásticos, a ambição aqui é outra.
A ambição aqui é a de ser o maior filme de todos os tempos e, meus parabéns, Senhor Quentin Tarantino. Você conseguiu.
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2 comentários:

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