domingo, março 24, 2013

Abbey Road – The Beatles (EMI, 1969), Ou: um passo para eternidade… (por Janiê Maia Winchester)

Janiê 02. Dia 83.
Falar de Beatles com neutralidade é quase impossível, afinal eles são meus maiores ídolos. Tenho a discografia deles, modéstia à parte. Mas retomando o assunto do citado título desta crítica, irei comentar com toda imparcialidade possível. Os garotos de Liverpool, são o exemplo máximo de como a música representa uma revolução quando se é feita com o coração, atitude e solos de guitarras simples que nos levam ao psicodelismo.

Para aqueles que não conhecem a banda, vamos a uma pequeno resumo da história deles. Os Beatles, foram uma banda de rock inglesa, com formação em Liverpool, em 1960. Seus integrantes foram John Lennon (guitarra rítmica e vocal), Paul McCartney (baixo e vocal), George Harrison (guitarra solo e vocal) e Ringo Starr (bateria e vocal). É considerada a maior banda de todos os tempos, acenderam a chama das revoluções culturais da década de 1960, com seu rock psicodélico e incorporando ao decorrer dos discos elementos novos para a música. É deles a famosa alcunha Beatlemania, só por este termo dá para sentir a importância dos mesmos não é? Ok, ok… Depois de tanta babação pelos cavalheiros, vamos ao que interessa!

O album Abbey Road (nosso foco nesta crítica) foi o 12º álbum da banda e o último a ser gravado. O título do álbum é em homenagem à rua inglesa que leva o mesmo o nome, e onde se localiza os estúdios Abbey Road. Com certeza, muitos viram a famosa capa deste disco, George, Paul, Ringo e John caminhando pela faixa de pedestres na famosa rua londrina. Creio que seja a capa de álbum mais reproduzida de todos os tempos, a simplicidade fotográfica com que foi produzida ficou eternizada.

Depois de muito especularem se gravariam outro álbum ou não, Paul McCartney, decidiu seguir em frente e convidar os outros integrantes para a gravação de Abbey Road. As frustações de não gravarem mais nada se deu após as desastrosas sessões de gravações do Let It Be (admito que é um dos álbuns menos brilhantes). Sabendo que era o último álbum da banda, cada um deu o seu melhor para produzirem um dos melhores álbuns de todos os tempos. Vejamos as faixas que compõem o álbum:


Constituindo uma banda sonora de alta qualidade, que conferimos ao ouvir a primeira faixa do disco:

1. Come Together, que na livre tradução para o português, siginica “juntem-se, reunam-se”. Nome título bem incorporado para união harmônica dos Beatles naquele momento. Foi composta por John Lennon, creditada a (famosa alcunha) dupla Lennon/McCartney, tem duração de 4’20’’. Nesta faixa Lennon teve inspiração política e influências do grande  Chuck Berry; no decorrer da faixa dá para ouvir Lennon sussurando "chuuunc!" (atire em mim). Michael Jackson regravou a canção!!!

 2. Something, aclamada faixa composta por George Harrison, em homenagem a Pattie Boyd, sua esposa na época. Para muitos críticos é o ponto máximo do lado A do disco, e marca o crescimento e amadurecimento de George nas composições. Um reconhecimento um pouco tardio, dado que o mesmo já tinha outras composições em outros álbuns, mas que eram creditadas erroneamente a Lennon/McCartney. Sem falar nos solos de guitarras deste, sem palavras, maestria mística pura. Minha segunda música preferida deste álbum. Dura 3’03”.

3. Maxwell’s Silver Hammer, composta por McCartney, é a faixa menos interessante deste álbum; dizem que foi por culpa de Paul, ele queria que a canção ficasse tão perfeita, que as sessões de gravações constituíram numa verdadeira tortura para os Beatles. Levaram três dias para gravá-la, os solos de guitarra de Harrison foram repetidos diversas vezes, até a perfeição. Ringo tocava a bateria marcando o tempo da música, ele odiou.  Ou seja, a faixa mais elaborada, foi a mais apagada do álbum, creio que foi por falta da naturalidade musical, alguns podem discordar, mas é a verdade. Dura 3’27”.

4. Oh! Darling. Ah, o que falar desta belíssima canção? Minha preferida, sem dúvida alguma, “queridos”. Composta por Paul McCartney, creditada a dupla Lennon-McCartney, dura 3’26”. Constitui uma das canções mais harmônicas da banda, foi gravada de forma natural, no tom de brincadeira. Marcada por aquele vocal rasgado de Paul, onde todo dia de manhã cedinho ele gravava um trecho da música, porquê sua voz saía mais forte e gritada. John Lennon disse certa vez que Paul deveria fazer deste tipo de vocal mais presente em suas canções.

5. Octopu’s Garden. Composta por Ringo Starr com a colaboração de George Harrison. É mais uma das canções onde Ringo mostra seu crescimento musical, a gravação desta faixa foi marcada pela tensão entre os quatro Beatles. Ringo ficou tão chateado que pegou sua família e viajou para a Itália, num destes passeios turísticos, ele ouviu uma guia turística contar como os polvos viviam, para se protegerem, se aglomeravam numa redoma de pedras coloridas, como num jardim. Daí o nome da faixa “jardim dos polvos”, uma letra sem pretensão, simples, criativa e infantil, mas adorada em todo mundo. Duração de 2’50”.

6. I Want You (She’s So Heavy). Composta por John Lennon, é uma das baladas mais longas do álbum, dura 7’47”. É constituída de duas melodias, unidas em uma só canção. Em minha opinião é a primeira música dos Beatles, que contém rock progressivo. Diverge muito das outras canções do disco, contém solos de guitarra incríveis, simples mas perfeitos. Essa canção é para aquele momento que você se deita, solitário e admira o céu ou tudo ao seu redor. São sete minutos incansáveis, e você tem vontade de pedir bis!!!

7. Here Comes The Sun. Lembram-se do filme Bee Movie? Se assistiram, você ouviu e adorou esta música, com certeza. É tudo de bom! Há música é composta de um Lá maior, devido ao capotraste que o fofo Harrisson usou no violão. Fez um diferencial e tanto na melodia. É mais um presente composto por George Harrison, ele tinha escrito há um tempão e resolveu colocá-la no Abbey Road para nosso deleite! Obrigada, my dear! Dura 3’06”.

8. Because. 2’45” de puro vocais juntos e harmoniosos, solo de guitarra como base. Ou seja, é a faixa que mais lembra o psicodelismo dos Beatles. Foi composta por John Lennon. Ao escutar você rememora o álbum Magic Mystery Tour. Nada mais a dizer além do fato de que esta é uma bela canção, bem simples!
9. You Never Give Me Your Money. É um pout-pourri (conjunto de peças musicais, atualmente chamado medley) formado pelas músicas não terminadas de Lennon e McCartney.  São quatro músicas ao todo neste medley, cada uma com parte distintas, mas dentro de uma harmonização perfeita. Quem não conhece muito teoria musical, jura de pé juntinho que é uma única canção. Genial!!! Sem falar na guitarras, que habilidade! Dura 4’02”.

10. Sun King. É a composição mais relax de John Lennon (na minha opinião, claro) neste álbum. Mas têm sua beleza, é uma música tranquila, balada para um sábado a tarde, bem familiar. No meio da música são utilizados trechos com várias palavras em Inglês, Espanhol, Italiano e Português. Com triplo vocal de John, Harrison e Paul. Acho até parecido com aqueles corais de igrejas. Rsrs! Música sublime e celestial de duração de 2’26”.

11. Mean Mr. Mustard. Canção de John Lennon, duração de 1’06”. Não é lá uma grande música, e não é mesmo, o próprio John afirmou isso. Era só uma faixa no tempo que não tinha o que fazer e decidiram colocar no álbum.

12. Polythene Pam. Mais uma de John. Canção que ele afirmou ter se inspirado num casal de amigos que praticavam sexo selvagem! Nada mais a dizer! Dura 1’12”.

13. She Came in Through the Bathroom Window. De Paul McCartney, é uma pequenina canção de 1’57” que levou quase dois dias para ser finalizada, rock delicado só para diversão!

14. Golden Slumbers. De Paul McCartney, “canção de ninar” de 1’31”, ele se inspirou num livro infantil de sua irmã Ruth.

15. Carry That Weight. Aqui McCartney aproveita sua destreza musical e mais uma vez troca várias “farpas” disfarçadas para Lennon. A velha e boa conhecida disputa entre os dois. Dura 1’36”. Adoro! Enriqueceu a canção! (Maldade…)

16. The End. é o momento mais triste para mim, para os Beatles e para os beatlemaníacos. É o fim, literalmente, fechando o disco, o fim da maior banda que já existiu. A melodia nem é triste, dá até um tom bem rock alegre, dá vontade de dançar, tocar guitar hero invisível. Aqui, Ringo faz seu primeiro solo de bateria em toda a carreira nos Beatles e Harrison e sua guitarra psicodélica e cia.! Dura 2’19”. Era para ser a última música do álbum, mas não foi por acidente.

17. Her Majesty. Dura exatos 23 segundos! Este foi o pequeno acidente do álbum, ela foi adicionada por engano pelo assistente de gravação, após The End. Nesta minúscula canção é McCartney canta e toca um violão como companheiro!

Pois é, a crítica foi extensa, mas não dá para ser resumido com Beatles, nem como uma obra-prima como Abbey Road, um álbum para eternidade. Não é de se admirar que tal disco fosse o mais vendido da banda e colocado na Lista dos 200 álbuns definitivos no Rock and Roll Hall of Fame. Só os Beatles tem cinco discos nesta lista, é ou não uma banda maravilhooooosa! Bem, Ringo e McCartney continuam na ativa do Rock, cantando as canções dos Beatles e formando novos admiradores.

 

Fecharam o século XX de maneira magistral, ao atravessar aquela faixa de pedestre, expondo que foi um fim de uma banda, mas o início de uma lenda! Foi como John Lennon comentou o fim do grupo “Não é o fim do mundo. Não é nada de importante. É só uma banda de Rock que se separa. Vocês tem os discos para lembrar..”.

Byeee, bjoss. Até mais!
Janiê Maia Winchester

Um comentário:

  1. Eita, menina, que postagem doida! Fiquei com inveja... mas parabéns novamente!

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