Janiê 02. Dia 83.
Falar
de Beatles com neutralidade é quase impossível, afinal eles são meus maiores
ídolos. Tenho a discografia deles, modéstia à parte. Mas retomando o assunto do
citado título desta crítica, irei comentar com toda imparcialidade possível. Os
garotos de Liverpool, são o exemplo máximo de como a música representa uma
revolução quando se é feita com o coração, atitude e solos de guitarras simples
que nos levam ao psicodelismo.
Para
aqueles que não conhecem a banda, vamos a uma pequeno resumo da história deles.
Os Beatles, foram uma banda de
rock inglesa, com formação em Liverpool, em 1960. Seus integrantes foram John Lennon (guitarra rítmica e vocal), Paul McCartney (baixo e vocal), George Harrison (guitarra solo e vocal) e Ringo Starr (bateria e vocal). É considerada a maior banda de todos os tempos, acenderam a
chama das revoluções culturais da década de 1960, com seu rock psicodélico e
incorporando ao decorrer dos discos elementos novos para a música. É deles a
famosa alcunha Beatlemania, só por
este termo dá para sentir a importância dos mesmos não é? Ok, ok… Depois de
tanta babação pelos cavalheiros, vamos ao que interessa!
O album Abbey
Road (nosso foco nesta crítica) foi o 12º álbum da banda e o último a ser
gravado. O título do álbum é em homenagem à rua inglesa que leva o mesmo o
nome, e onde se localiza os estúdios Abbey Road. Com certeza, muitos viram a
famosa capa deste disco, George, Paul,
Ringo e John caminhando pela faixa de pedestres na famosa rua londrina.
Creio que seja a capa de álbum mais reproduzida de todos os tempos, a
simplicidade fotográfica com que foi produzida ficou eternizada.
Depois de muito especularem se gravariam outro álbum ou
não, Paul McCartney, decidiu
seguir em frente e convidar os outros integrantes para a
gravação de Abbey Road. As
frustações de não gravarem mais nada se deu após as desastrosas sessões de
gravações do Let It Be (admito que é
um dos álbuns menos brilhantes). Sabendo
que era o último álbum da banda, cada um deu o seu melhor para produzirem um
dos melhores álbuns de todos os tempos. Vejamos as faixas que compõem o álbum:
Constituindo uma banda sonora de alta qualidade, que
conferimos ao ouvir a primeira faixa do disco:
1. Come Together, que na livre tradução
para o português, siginica “juntem-se,
reunam-se”. Nome título bem incorporado para união harmônica dos Beatles
naquele momento. Foi composta por John Lennon, creditada a (famosa
alcunha) dupla Lennon/McCartney, tem duração de 4’20’’. Nesta faixa Lennon teve inspiração política e
influências do grande Chuck Berry; no decorrer da faixa dá para ouvir Lennon
sussurando "chuuunc!"
(atire em mim). Michael Jackson regravou a canção!!!
2. Something, aclamada faixa composta por George Harrison, em homenagem a Pattie
Boyd, sua esposa na época. Para muitos críticos é o ponto máximo do lado A
do disco, e marca o crescimento e amadurecimento de George nas
composições. Um reconhecimento um pouco tardio, dado que o mesmo já tinha
outras composições em outros álbuns, mas que eram creditadas erroneamente a Lennon/McCartney.
Sem falar nos solos de guitarras deste, sem palavras, maestria mística
pura. Minha segunda música preferida deste álbum. Dura 3’03”.
3. Maxwell’s Silver Hammer, composta por McCartney, é a faixa menos interessante deste
álbum; dizem que foi por culpa de Paul, ele queria que a canção ficasse
tão perfeita, que as sessões de gravações constituíram numa verdadeira tortura
para os Beatles. Levaram três dias para gravá-la, os solos de guitarra
de Harrison foram repetidos diversas vezes, até a perfeição. Ringo tocava
a bateria marcando o tempo da música, ele odiou. Ou seja, a faixa mais elaborada, foi a mais
apagada do álbum, creio que foi por falta da naturalidade musical, alguns podem
discordar, mas é a verdade. Dura 3’27”.
4. Oh! Darling. Ah, o que falar desta belíssima canção? Minha preferida, sem dúvida
alguma, “queridos”. Composta por Paul McCartney, creditada a dupla Lennon-McCartney, dura 3’26”. Constitui uma das canções mais
harmônicas da banda, foi gravada de forma natural, no tom de brincadeira.
Marcada por aquele vocal rasgado de Paul,
onde todo dia de manhã cedinho ele gravava um trecho da música, porquê sua voz
saía mais forte e gritada. John Lennon
disse certa vez que Paul deveria
fazer deste tipo de vocal mais presente em suas canções.
5. Octopu’s Garden. Composta por Ringo Starr com a colaboração de George Harrison. É mais uma das canções onde Ringo mostra seu crescimento musical, a gravação desta faixa foi
marcada pela tensão entre os quatro Beatles.
Ringo ficou tão chateado que pegou
sua família e viajou para a Itália, num destes passeios turísticos, ele ouviu uma
guia turística contar como os polvos viviam, para se protegerem, se aglomeravam
numa redoma de pedras coloridas, como num jardim. Daí o nome da faixa “jardim
dos polvos”, uma letra sem pretensão, simples, criativa e infantil, mas adorada
em todo mundo. Duração de 2’50”.
6. I Want You (She’s So Heavy). Composta por John Lennon, é uma das baladas mais longas do álbum, dura 7’47”. É constituída
de duas melodias, unidas em uma só canção. Em minha opinião é a primeira música
dos Beatles, que contém rock progressivo. Diverge muito das outras canções do
disco, contém solos de guitarra incríveis, simples mas perfeitos. Essa canção é
para aquele momento que você se deita, solitário e admira o céu ou tudo ao seu
redor. São sete minutos incansáveis, e você tem vontade de pedir bis!!!
7. Here Comes The Sun. Lembram-se do filme Bee Movie? Se assistiram, você ouviu e adorou esta música, com
certeza. É tudo de bom! Há música é composta de um Lá maior, devido ao
capotraste que o fofo Harrisson usou
no violão. Fez um diferencial e tanto na melodia. É mais um presente composto
por George Harrison, ele tinha
escrito há um tempão e resolveu colocá-la no Abbey Road para nosso deleite! Obrigada, my dear! Dura 3’06”.
8. Because. 2’45” de puro vocais juntos e harmoniosos,
solo de guitarra como base. Ou seja, é a faixa que mais lembra o psicodelismo
dos Beatles. Foi composta por John Lennon. Ao escutar você rememora o
álbum Magic Mystery Tour. Nada mais a dizer além do fato de que esta é
uma bela canção, bem simples!
9. You Never Give Me
Your Money. É um pout-pourri (conjunto de peças musicais, atualmente
chamado medley) formado pelas músicas não terminadas de Lennon e
McCartney. São quatro músicas ao todo
neste medley, cada uma com parte distintas, mas dentro de uma harmonização
perfeita. Quem não conhece muito teoria musical, jura de pé juntinho que é uma
única canção. Genial!!! Sem falar na guitarras, que habilidade! Dura 4’02”.
10.
Sun King. É a composição mais relax de John Lennon (na minha opinião, claro) neste álbum. Mas têm sua beleza,
é uma música tranquila, balada para um sábado a tarde, bem familiar. No meio da
música são utilizados trechos com várias palavras em Inglês, Espanhol, Italiano
e Português. Com triplo vocal de John,
Harrison e Paul. Acho até parecido com aqueles corais de igrejas. Rsrs!
Música sublime e celestial de duração de 2’26”.
11. Mean
Mr. Mustard. Canção de John
Lennon, duração de 1’06”. Não é lá uma grande música, e não é mesmo, o
próprio John afirmou isso. Era só
uma faixa no tempo que não tinha o que fazer e decidiram colocar no álbum.
12.
Polythene Pam. Mais uma de John. Canção que ele afirmou ter se inspirado num casal de amigos
que praticavam sexo selvagem! Nada mais a dizer! Dura 1’12”.
13.
She Came in Through the Bathroom Window. De Paul McCartney, é uma pequenina canção
de 1’57” que levou quase dois dias para ser finalizada, rock delicado só para
diversão!
14.
Golden Slumbers. De Paul
McCartney, “canção de ninar” de 1’31”, ele se inspirou num livro infantil
de sua irmã Ruth.
15. Carry
That Weight. Aqui McCartney
aproveita sua destreza musical e mais uma vez troca várias “farpas”
disfarçadas para Lennon. A velha e
boa conhecida disputa entre os dois. Dura 1’36”. Adoro! Enriqueceu a canção!
(Maldade…)
16. The End.
é o momento mais triste para mim, para os Beatles e para os beatlemaníacos. É o
fim, literalmente, fechando o disco, o fim da maior banda que já existiu. A
melodia nem é triste, dá até um tom bem rock alegre, dá vontade de dançar,
tocar guitar hero invisível. Aqui, Ringo faz seu primeiro solo de bateria
em toda a carreira nos Beatles e Harrison e sua guitarra psicodélica e
cia.! Dura 2’19”. Era para ser a última música do álbum, mas não foi por
acidente.
17. Her
Majesty. Dura exatos 23 segundos! Este foi o pequeno
acidente do álbum, ela foi adicionada por engano pelo assistente de gravação, após
The End. Nesta minúscula canção é McCartney canta e toca um violão como
companheiro!
Pois é, a crítica foi extensa, mas não dá para ser resumido com Beatles, nem como uma obra-prima como Abbey Road, um álbum para eternidade.
Não é de se admirar que tal disco fosse o mais vendido da banda e colocado na Lista dos 200 álbuns definitivos no Rock
and Roll Hall of Fame. Só os Beatles
tem cinco discos nesta lista, é ou não uma banda maravilhooooosa! Bem, Ringo e McCartney continuam na ativa do
Rock, cantando as canções dos Beatles
e formando novos admiradores.
Fecharam o século XX de maneira magistral, ao atravessar aquela faixa de pedestre, expondo que foi um fim de uma banda, mas o início de uma lenda! Foi como John Lennon comentou o fim do grupo “Não é o fim do mundo. Não é nada de importante. É só uma banda de Rock que se separa. Vocês tem os discos para lembrar..”.
Byeee, bjoss. Até mais!
Janiê Maia Winchester
Eita, menina, que postagem doida! Fiquei com inveja... mas parabéns novamente!
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