Michael Bublé - Michael Bublé, ou: Classics Are Forever

Michel 67. Dia 71.

Michael Bublé nasceu clássico. Se existe alguém que pode carregar, com honra e justiça, o manto de Frank Sinatra, esse alguém é ele.

"Michael Bublé" (2003), seu disco de estréia, é cheio de pequenas e doces surpresas. A voz de timbre aveludado, os arranjos competentes, as versões decentes de clássicos... tudo isso colabora para tornar Bublé um dos mais sucedidos artistas desta época tão desgraçadamente pobre de talentos.

Michael Bublé passeia pelos clássicos com desenvoltura e segurança. Sua voz nunca falseia ou falha, mesmo quando canta ao vivo. Ele transforma hits da música pop em high style musics. Ele opera milagres.

Talento é a melhor palavra para definir esse cara.

Relevem a foto da capa. Era o primeiro disco do cara, e ninguém sabe o que se passa realmente na mente de um produtor musical.

Mas, enfim. Atenção às faixas: "Fever" (clássico!); "Kissing A Fool" (belíssima versão, tão boa quanto a original do George Michael); "For Once In My Life" (outra versão bacanuda, desta vez pegando a belezura do Stevie Wonder); "How Can You Mend A Broken Heart" (nova versão da baladinha dos Bee Gees, aqui transformada num musicão, com direito a coral dos Irmãos Gibb); "You'll Never Find Another Love Like Mine" (mais uma maravilhosa versão do clássico de Lou Rawls); "Sway" (obra de arte...); "The Way You Look Tonight" e "Come Fly With Me" (versões lindíssimas dos clássicos de Sinatra).

Um disco muito bom, com um apelo todo especial para a Era de Ouro. 

Aconselho demais. 

Abraços a todos, e boa noite.