sexta-feira, março 29, 2013

Akira

 Dia 88 - Felipe P. 87
Akira -1988
Dir: Katsuhiro Otomo
Elenco: Nozomu Sasaki, Mami Koyama, Mitsuo Iwata

Eu tive uma fase da vida em que a presença do anime foi muito forte. Foi por volta de 2008, ainda no ensino médio, todos os meus amigos adoravam anime e eu meio que via pra não ficar sem assunto. Até curtia bastante, mas nunca me aproximei da paixão que aqueles malucos tinham e tem até hoje. Naruto, Bleach, D Grey Man, Monster... eu devo ter visto tanta coisa que seria incapaz de listar. Hoje essa maluquice diminuiu um bocado em mim, nem acompanho mais periodicamente e já faz uns anos.
Pra quem não sabe, se é que alguém não sabe, anime é “desenho animado japonês”. Peitos e olhos gigantes, gritos exagerados, golpes impossíveis, alívios cômicos absurdos, o pacote completo.

Eu não considero Akira um anime. Eu considero Akira um patrimônio da humanidade.

A história se passa em 2019, 31 anos após a Terceira Guerra Mundial, que foi desencadeada por eventos pouco usuais envolvendo poderes psíquicos, experiências ilegais por parte do governo, cobaias humanas... Coisas sobre o que pouco se fala. O cenário é Neo-Tóquio, uma cidade reconstruída sobre o que restou da antiga após a guerra. Uma cidade tomada pela bandidagem dominada pelas gangues que se enfrentam em violentas corridas de moto que sempre acabam com mortos e feridos. Uma cidade no estilo Mega City One, de Dredd. Mesmo Nível, porém sem os juízes pra pôr ordem na casa.
Nesse arremedo de mundo, que mais parece meu bairro, vive Kaneda, o líder de uma dessas gangues. Uma noite, numa dessas corridas alucinadas, um dos membros da gangue de Kaneda, Tetsuo, se envolve num acidente de moto ao quase atropelar um menino, fugitivo de um projeto secreto do governo. No mesmo dia, após o acidente, todo o grupo de Kaneda é capturado pela polícia e Tetsuo é “resgatado”, mas acaba se tornando ele próprio um dos experimentos do governo.
Após isso e após várias experiências as quais é submetido, o rapaz acaba por desenvolver habilidades sobre-humanas, além de danos psicológicos que o fazem se voltar conta os companheiros de gangue. Falando assim eu faço Akira parecer um drama com o Tobey Maguire, mas acredite em mim: as proporções são monstruosas!
Akira é baseado num mangá de mesmo nome e sofreu algumas mudanças bem drásticas em relação ao material original, mesmo tendo sido adaptado para as telas pelo próprio autor da HQ, Katsuhiro Otomo.
Mas o que faz de Akira algo tão importante para o cinema mundial a ponto de figurar em listas de melhores FILMES de muita gente (incluindo este que vos fala), ser inclusive considerado um grande clássico do CINEMA? Um conjunto de fatores que parte desde uma história universal sem aqueles cacoetes orientais, que se comunica com todos os públicos; personagens carismáticos e bem desenvolvidos; peso dramático, uma bela dose de violência e crítica social, uma história profunda, complexa e extremamente bem contada e dirigida.
Sem falar no visual bacana pra caramba, no sutil toque cyberpunk, a mistura de ação, ficção científica e drama, a trilha sonora sensacional... Akira é uma série de acertos sutis que culminam num filme icônico com um dos finais mais espetaculares da história do cinema mundial, coisa que nem indiano faz. Desnecessário falar que vai ganhar remake...
Tudo isso junto transformou o em algo icônico, clássico e cultuado. Fãs e não fãs de anime e cultura japonesa concordam em uma coisa: Akira é épico! Uma das coisas mais lindas do mundo. Sem exagero.
Tá bom, só um pouquinho...
Eu fico por aqui, depois de um dia exaustivo, e deixo vocês com essa pérola. Se você não viu Akira, para de perder tempo e vá ver agora! Agora!
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Um comentário:

  1. Um dos melhores animes que tive o prazer de ver. Aliás, um dos melhores filmes.

    Naquela epoca pré-internet em que vc era escravo dos filmes da Globo, Akira foi o primeiro filme diferente daquela turma do barulho aprontando mil confusões que eu assisti e fiquei fascinado, epoca dos VHSs alugados, em que a gente levava videocassete um na casa do outro pra podermos assistir e copiar.

    Na verdade, vi no mesmo dia que vi Duna, de David Lynch e os dois viraram meu xodó por muitos e muitos anos.

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