segunda-feira, fevereiro 11, 2013

Prometheus - Ridley Scott

Michel 38. Dia 42.

Muito já se falou sobre reboots e prequels. Muitas críticas foram feitas à indústria cinematográfica sobre "eles" quererem apenas ganhar dinheiro e não terem mais originalidade.

Ponto 1: Quem não quer ganhar dinheiro? Por favor, não sejamos hipócritas.

Ponto 2: O que é originalidade? Contar uma história que ninguém nunca ouviu ou viu igual, parecida ou semelhante, usando recursos inéditos? Onde existe isso? Tudo se baseia em algo anterior. Originalidade é uma pretensão que já nasce falha.

O fato é que Prometheus (2012) é um bom filme, que entrega o que vende. É um filme de ficção científica e suspense. É um ponto de partida para a história que deu origem à série de filmes "Alien". É o uso absurdamente capaz da tecnologia para recriar mundos. É um filme que discute (superficialmente, certo) a relação entre ciência e religião.

Ou não? O que você esperava?

O filme tem furos de roteiro? Qual não tem? É preciso ter uma enorme suspensão de descrença para aceitar o que ali está sendo contado?

Ah, pelo amor de Zeus, vá assistir documentários então! Isso é Cinema, meu querido, isso é entretenimento! Uma das coisas que me dá mais pena é assistir a um filme perto de alguém que fica dizendo: "Mas que mentira! Isso nunca iria acontecer". F*da-se você e sua mentalidadezinha de novela da Globo. Eu sou fã de cinema e de FC, e deixo essas limitações mesquinhas para mentes pequenas.

Desabafo feito, retornamos.

O filme é um primor aos olhos e ouvidos. Os efeitos (sonoros e visuais) são de cair o queixo. A trilha sonora é magistral, e nos acompanha do início ao fim, sempre harmonizada com o ritmo de cada segmento de cenas. Os atores principais são excelentes, mas o elenco de apoio deixa um pouco a desejar. Destaco aqui o trabalho de Michael Fassbender como o sintético David, arrasando tudo com sua performance assustadora. Parece uma criança de sete anos de idade com uma curiosidade sem limites e nenhuma amarra moral.

Noomi Rapace está também excelente como a Doutora Elizabeth Shaw, pesquisadora que conduz o grupo na sua busca pelos Engenheiros, nossos criadores. A (sempre excelente) Charlize Theron não decepciona como Meredith Vickers, capitã da nave, e Idris Elba está excelente como Janek, o piloto da Prometheus.

Não há espaço para humor aqui. O filme pega ritmo a partir do momento em que eles desembarcam na lua LV-223, que circunda um gigante azul e gasoso na zona de vida de um sistema solar que tem um sol parecido com o nosso. Chegando lá guiados por pinturas rupestres e representações pictográficas de vários povos da Terra com milhares de anos, buscam encontrar respostas junto àqueles que - supõe-se - são nossos verdadeiros criadores.

Mas as coisas não saem como planejado e logo nos deparamos com criaturas nunca antes vistas, letais e belos seres vivos completamente - desculpem o uso da palavra - alienígenas.

Rapidamente se instaura o caos, e as pessoas começam a morrer como num bom filme de suspense.

Não falo mais por não gostar de espalhar spoilers para quem não assistiu, mas aconselho que o filme seja visto. De preferência em HD, para que se possa aproveitar todo o potencial visual que Ridley Scott nos propicia.

Alerto aqui os leitores para as influências e homenagens feitas aos senhores H. P. Lovecraft (deus da literatura gótico-fantástica de terror e ficção) e ao Erich Von Däniken, escritor pilantra que associou o desenvolvimento e evolução da raça humana a deuses alienígenas em sua obra mais famosa, "Eram os Deuses Astronautas".


O que move os cientistas de Prometheus e Peter Weyland (Guy Pearce, impecável sob uma maquiagem perfeita e quase irreconhecível) é a busca pela divindade, que pode te trazer respostas para as questões primordiais ou te conceder mais tempo de vida.

Classificação:



E você, o que seria capaz de fazer, até onde iria, para encontrar seu criador?

Deixo-vos com este questionamento e me despeço após a dupla postagem de hoje. Putz, isso cansa, mas é recompensador.

Abraços do Ladrão de Almas, M.Euclides.

Um comentário:

  1. Ok, os deuses eram astronautas, lógico, mas... O Que criou os deuses?... ahá! te peguei! ^^P

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