Dia 38 - Felipe P. 37
Looper - 2012
Dir: Rian Johnson
Elenco: Bruce Willis, Joseph Gordon-Levitt, Emily Blunt e Jeff Daniels.
O ano é 2044. Kansas. A viagem no tempo ainda não havia
sido (ou não haverá sido) inventada, o que só viria a acontecer por volta de
trinta anos depois e, logo de cara, se tornaria uma das coisas mais ilegais do
mundo. Uma coisa tão criminosa quanto assassinato. E como tal, não poderia ser
usada para outros fins.
As grandes corporações do futuro (e os grandes mafiosos)
viram na viagem no tempo um jeito de derrubar a concorrência, de um jeito ou de
outro. O que acontece é: no futuro as leis ficaram mais rígidas, é praticamente
impossível se esconder um crime cometido. Muito menos um cadáver. O que os
criminosos mais poderosos fazem para burlar a lei é capturar o alvo e enviá-lo
com vida ao ano de 2044, onde assassinos os esperam com uma arma na mão e os
executam imediatamente.
Esses assassinos são conhecidos como Loopers, os tais
assassinos do futuro do sub título, e são agenciados por um sujeito misterioso, vindo do futuro para comandá-los: Jeff Daniels, numa performance mínima, porém assustadora.
O protagonista de Looper é Joe (Joseph Gordon-Levitt), um
cara que gasta a grana que ganha matando gente entre baladas, drogas e no
futuro. Vive cercado do grupinho dele de matadores e tem uma quedinha por uma
stripper. A vida de Joe é bem simples e, na medida do possível, bastante calma.
O que muda drasticamente quando ele recebe a missão de matar alguém que o
conhece como ninguém: ele mesmo, trinta anos mais velho, ninguém menos que
Bruce Willis.
O problema é que o cara vem do futuro com sede de
vingança, disposto a matar qualquer um que se oponha a ele, com o objetivo de
impedir que o futuro aconteça da forma que aconteceu.
A trama vai sendo explicada (muito bem explicada, por
sinal, na primeira metade do filme, quase nenhuma ponta solta é deixada) e
vamos conhecendo um pouco mais sobre os loopers, quase nada sobre a viagem no
tempo e acabamos descobrindo o por que do Velho Joe voltar ao passado com tanto
sangue no olho. Pra não estragar a surpresa, posso dizer apenas que, dali a 30
anos, um novo chefão chegaria na cidade e colocaria fim a todo mundo que já
colocou a mão num bacamarte (a arma dos loopers, feita para matar de perto).
Seu nome, Rainmaker.
Joe volta no tempo disposto a encontrar o tal Rainmaker e
fazê-lo pagar por toda a desgraça que causou em sua vida. Só há um problema,
dois na verdade: um é que o sujeito deve ter uns cinco anos de idade. O outro é
que o Jovem Joe está disposto a fazer de tudo pra proteger o guri. Inclusive
matar a si próprio.
A primeira metade de Looper é de uma sobriedade e de uma inteligência
pouco vista nos filmes do gênero. A ideia da viagem no tempo é de uma
simplicidade única e quase não se fala dela, é literalmente, apenas um recurso
de roteiro. A fotografia é nítida pra caramba, mesmo nas cenas noturnas e a trilha
sonora composta por Nathan Johnson é competente. Levitt e Willis funcionam bem
em cena e, o que me surpreendeu bastante, Willis assume um papel quase
vilanesco, um antagonista de dar medo.
Levitt recebeu um tratamento de maquiagem digital que
supostamente deveria fazê-lo parecer uma versão jovem de Bruce Willis, mas eu
acho que ele ficou mais parecido com o Robert De Niro que não tem nada a ver
com a história. Apesar disso, o cara leva o filme como protagonista numa boa,
sem parecer diminuído na frente do gigante Willis, nem forçado.
Apesar de sua qualidade técnica, Looper tem
principalmente na sua segunda parte, uma quantidade bem grande de furos de
roteiro. Seu final por si só é uma falha grotesca que funciona na hora, mas
depois, quando você vai ruminar a coisa, acaba até comprometendo o resultado
final.
Mesmo com seus problemas, acredito que o filme tenha sido
uma das maiores surpresas do ano passado e um salto e tanto na carreira do
diretor, Rian Johnson, que deixou de lado o cinema indie e partiu pra briga com
dignidade.
Na primeira vez que se assiste, principalmente na tela
grande, Looper é uma experiência empolgante, recicla boas ideias do tema e dá
uma cara nova a elas. Na segunda, percebendo suas falhas, a coisa perde um
pouco da graça, mas ainda é um filme e tanto e uma boa adição ao universo da ficção de viagem no
tempo, desde que se preste atenção aos detalhes certos e faça vista grossa para
os defeitos bobos, que só existem por falta de cuidado.
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Não da pra aceitar um filme que usa a coisa de viajar no tempo apenas como um recurso da trama, me convenci em assistir este filme por causa do Bruce Wills, o cara que ficou preso no personagem John McClanne de Duro de Matar, e aqui está ele de novo. O roteiro não é bom e o final não me convenceu na hora. Parece uma repetição de outras coisas do genero. Não vale 2 luas pra min.
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