terça-feira, fevereiro 19, 2013

Kisses On The Bottom - Paul McCartney, ou: Da Necessidade De Se Admirar Natalie Portman

Michel 46. Dia 50.
Ora, mas quem diria! Sir Paul McCartney cantando Jazz! Fazendo Jazz! Porra, vertendo Jazz.

Que disco sublime! Que grata surpresa encontrar esse disco após ver um clipe maravilhoso com a Natalie Portman (suspiro obrigatório... inclina a cabeça, olhos para cima, mãos no peito... mais um suspiro, volta ao "normal") e o Johnny "Capitão Jack Sparrow" Depp numa aparição e interpretação fantásticas.

My Valentine - uma obra de arte sinestésica.

Decretei há alguns anos a morte do videoclipe, mas este clipe (e aquele em que o Robert "Tony Stark" Downey Jr. dubla a música "I Want To Love" do Elton John) renovou minhas esperanças de que, talvez, a indústria fonográfica não esteja perto de seu apocalipse.

Fui pego pelo clipe, pela música, pela voz do Paul, pelo olhar da Natalie, pelos carisma e presença de Depp. Vi esse clipe num blog que tentei me lembrar qual era... inclusive a moça responsável pelo blog escreve bem pacas... mas enfim, divago... retornemos.

"Kisses On The Bottom" (2012) é impecável, perfeito, lindo. Tecnicamente, temporalmente, comercialmente... um disco feito de paixões, de cafés ao fim da tarde, de passeios de mãos dadas à beira de um rio, de sentar sob a sombra de uma árvore num parque e ficar ali, beijando a moça, desejando que aquilo seja um "para sempre"...

Ah... esses discos que me acendem o romantismo, isso me mata e me ressuscita tantas vezes que minha alma não aguenta mais.

Traz flores e sorrisos,
E fenece.
E tudo o que eu sempre esperei dela
Foi um simples sim que eu nunca fui buscar.

E a galera que compõe o disco? Diana Krall, John Pizarelli, Eric Clapton, Stevie Wonder - entre outros. Cara, imagina o nível disso? Escute e verá. Veja-se transportado à NewYork da década de 1950, entre bares e cafés, ou numa sacada de um prédio ao por-do-sol olhando para o Central Park...

É impossível não ouvir o disco e, ao fim de cada música, cantar "Ohhh Yeahhhh...".

E quantas imagens mentais, quantas tentações, quantos "e se"...

É voltar no tempo e no espaço, é querer fazer as coisas ligeiramente diferentes, inverter não e sim... é derreter-se de amores, é sentir-se preenchido e vazio, quente e frio, morto e vivo...

Quanta singularidade num único trabalho do Beatle bonito. Quanta arte ainda há aí, Paul? Com que ansiedade espero seu show aqui, nesta cidade morta e esquecida de artes chamada Fortaleza!

Um disco para fãs de Jazz e pessoas com um gosto refinado. Um disco para meu amigo Assis Oliveira, o maior fã de jazz que conheço, e profundo conhecedor deste estilo musical tão feminino e tão destruidor de corações masculinos. Por que é assim, amigo Assis? Por que ouvir Jazz é perceber-se tão vulnerável a perfumes, sorrisos e olhares femininos?

Acho que a chuva sabe.


Às vezes eu me pego pensando se devo ou não dizer: atenção à música tal, e à outra, e àquela... mas nesse caso eu não farei isso, pois que "Kisses On The Bottom" é uma peça inteiriça, esférica, maciça. Separá-lo em partes é destruí-lo, ferir sua essência.

Paul McCartney ainda é música. E como! Como eu me orgulho de ser fã dos Beatles, e como eu amo a música que o Paul ainda sabe fazer como ninguém!

Ah... estou apaixonado de novo, vou escutar este disco no repeat até enjoar dele, e daqui a alguns anos eu ainda vou escutá-lo, por que, ei!

É bom demais ouvir/viver/sentir música. Obrigado, Paul.

Ora, mas quem diria! Que disco!

E a música para mim é viver
As vidas que não posso por só poder viver uma de cada vez.
Então eu viro música
E me transmito, infinito e eterno,
Rumo ao silêncio.

Que disco. Porra, que disco!

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