Dia 50 - Felipe P. 48
Young Frankenstein - 1974
Dir: Mel Brooks
Elenco: Gene Wilder, Madeline Kahn, Marty Feldman.
Mel Brooks era um troll antes mesmo que esse termo
ganhasse o significado que tem hoje. Era um (ainda é, pois ainda está vivo, só
não dirige mais) diretor cujo único prazer era avacalhar com tudo, com tudo
mesmo. O sujeito parodiou de Drácula a Star Wars, de Frankenstein a Alien, até
lançou títulos totalmente originais, mas suas paródias eram geniais. Em
especial, minha favorita: Jovem Frankenstein.
Nela, o neto de Victor Frankenstein, um renomado
professor universitário, vive sua vida pacata, tentando se esquivar das
comparações ao avô e ao seu trabalho quando recebe a notícia da morte de seu
bisavô, que deixa para ele sua antiga mansão e tudo o que há nela, inclusive os
empregados.
O Dr. Frankenstein (ou Fronkenstin) se muda para ela e lá
encontra as anotações do trabalho de seu falecido avô sobre a reanimação de
tecidos vivos. O famoso monstro de Frankenstein. Dono de curiosidade científica
(e mórbida), ele decide por em prática os planos do avô e trazer um morto de
volta à vida.
E o pior: ele consegue.
Jovem Frankenstein avacalha completamente o clássico da
literatura e do cinema de um forma alucinada. Pega todos os elementos que
transformaram o original em clássico e deturpa tudo em nome da comédia. Piadas
fáceis, humor físico, duplo sentido, Mel Brooks já fazia uso disso muito antes
de virar um clichê e perder a classe. Antes de virar vulgar, comum.
O elenco é uma pérola, Gene Wilder, o eterno Willy Wonka,
é impecável, Marty Feldman, com aquela beleza peculiar, só de aparecer na tela
arranca risadas, Cloris Leachman como a governanta é hilária e Teri Garr
aparece no auge de sua beleza.
Assim como muitos outros filmes do sujeito, Jovem
Frankenstein possui cenas marcantes que se sobrepõe ao resto da obra, momentos
chaves aos quais o diretor reservou aquela piada perfeita, aquele close nos
olhos vesgos do Marty Feldman, aquela piadinha que se repete um milhão de vezes
e nunca perde a graça...
O humor de Jovem Frankenstein, por vezes, beira o escatológico,
mas isso, aqui, é só parte da graça. Até a escatologia de Mel Brook, sob aquela
fotografia excelente e contando com atuações tão hilárias, consegue ter classe.
E mesmo só tirando sarro, só parodiando e fazendo piada,
Jovem Frankenstein consegue ser um clássico tão grande quanto a obra que o
inspirou.
PS: a dublagem nacional desse filme, por si só, é uma obra prima. Chega a deixa-lo ainda mais engraçado.
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