sábado, fevereiro 09, 2013

Dan Mangan - Nice, Nice, Very Nice. Ou (Precisa de ou?)

Dia 40 - Felipe P. 39
Dando uma variada nas coisas, hoje eu que vou indicar um disco e desde já peço desculpas pelo inconveniente.
Mentira.
Eu tenho uma história para cada cantor ou banda que descubro, costumo me lembrar muito bem da música que me apresentou aquele artista, a música que me pegou e me convenceu. Por exemplo, Muse, eu conheci num programa de TV chamado Rock Collection e, anos depois, meu irmão apareceu com a discografia inteira e eu me viciei na banda. Também teve o Unkle, que eu conheci num filme chamado Repo Men, com a música Burn My Shadow, simplesmente sensacional; o Black Keys que conheci graças a Zumbilândia e, por fim, entre muitos outros, teve o canadense Dan Mangan, que simplesmente surgiu na minha vida.
Se me perguntassem de onde eu conheço esse sujeito, eu não saberia responder. Dia desses eu simplesmente ouvi, não lembro onde, uma música que dizia que “robôs também precisam de amor” e eu passei a ouvi-la em loop durante dias e dias e, mais uma vez, meu irmão apareceu com a discografia do cara.
Eu costumo dizer que Dan Mangan é um cantor indie por falta de oportunidade na vida. Por que se as pessoas dessem uma chance ao cara, elas se apaixonariam pelo trabalho dele tanto quanto eu.
Portanto, aqui estou eu, apresentando a vocês um dos cantores e instrumentistas mais talentosos da nova geração da música independente. Com seu disco de estreia Nice, Nice, Very Nice.
Um detalhe importante sobre esse disco é a ordem em que as músicas se encontram dispostas. Um conselho? Nunca ouça esse disco em shuffle e nunca, em hipótese alguma pare de escutar depois da primeira audição.
Isso por que o disco tem um ritmo perfeito, uma harmonia inquebrável, as músicas se encaixam com perfeição na sequência natural. É quase como se narrassem uma história, a história de uma vida. Talvez eu só esteja querendo dar um significado maior a algo que é bastante simples, mas essa é a impressão que tenho todas as vezes que ouço o disco.
Eu até posso destacar músicas do álbum, mas a ideia é que se ouça na íntegra, sem skip, sem random, sem nada, coloca pra tocar, senta, chora, sorri, pragueja contra a vida e contra as pessoas, declara seu amor ao mundo, manda o mundo se ferrar em seguida... É um disco cheio de humores. É como um ogro: cheio de camadas.
Mas, mesmo assim, se fosse destacar alguma, para te convencer a ouvir, te apresentaria Robots, logo de cara. Foi a música que capturou minha atenção de primeira ouvida, que me fez refletir durante dias e dias, que me fez cantarolar o mesmo refrão ao infinito:
“Robots need love too/They want to be loved by you”.
O disco é permeado por bom humor, monotonia e sofrimento, sem chatices, sem melodramas. São amores perdidos e reconquistados a qualquer custo, são dias que se foram, arrependimentos pelo caminho, despedidas, violinos, trombones, trompetes, uma levada meio folk, meio indie... Só vai ouvindo.
O disco começa com a perfeita Road Regrets e termina com a curta e melancólica Set The Sails, que te deixa bem pra baixo, deprimido mesmo, mas... Ao fim da última música, você ouve a introdução da primeira, o que o impele a ouvir a saga de Dan Mangan toda outra vez. E é impossível não ouvir.
Todas, repito: TODAS as músicas do disco são excelentes, não tem ponto baixo, não tem aquela música que você pula por que não é tão boa.
Nice, Nice, Very Nice é algo que não falta na minha playlist, todos os discos do cara são bons, mas esse é impecável.

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3 comentários:

  1. Não, não precisa de "Ou"... até porque essa é minha TradeMark. Fulerage.

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  2. Interessante essa ideia de lado a, lado b, nostalgia....

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