sábado, fevereiro 23, 2013

Brothers - The Black Keys, ou: Rock como nos velhos tempos

Michel 50. Dia 54.

Escutar The Black Keys é recuperar a esperança de que as boas bandas de Rock não ficaram apenas no passado. Escutar The Black Keys é poder saber que não precisamos nos render à pressão de emobands e garotinhos de rostinho angelical e voz fininha. Escutar The Black Keys é ter certeza de que nem só de Autotune e jogadas de marketing vive o cenário musical da música atual.

The Black Keys é sujo, pesado e velho. Sua sonoridade lembra muito do que era feito na década de 1970, um Rock mais viril, sarcástico e inspirado. Mas isso não quer dizer que eles não usem bem os recursos tecnológicos atuais.

"Brothers" (2010), sexto disco da banda/duo, é um álbum que se vende fácil - não levem para o lado da negativo e pejorativo da ambiguidade, por favor. O trabalho de Auerbach e Carney se mantém constante desde o primeiro disco, mas sempre inovando. A identidade deles se preserva e se renova a cada trabalho, mostrando a muitas bandinhas fuleragens por aí como fazer sucesso sem precisar se enquadrar num perfil determinado pela indústria fonográfica.

Tecladinhos psicodélicos, baterias abafadas, guitarras metálicas e com distorções selvagens... isso é The Black Keys em "Brothers". Mesmo as músicas de ritmo mais lento, com cara de baladas, tem a marca deles, uma coisa sombria e desesperançosa, uma saudade de casa, um arrependimento, uma ponta solta que ficou para trás.

Simplesmente fantástico.

Música de macho, eu diria, pedindo ao público feminino que entendesse o contexto e só criticasse depois de ouvir o disco.

Música para se ouvir num carro conversível vermelho ou amarelo, enquanto se dirige numa estrada que vai rumo ao horizonte, no meio do deserto. Sozinho ou acompanhado por uma lethal blonde, que você acabou de salvar da morte pelas mãos de um gângster maluco.

Hehehehe... altamente temática essa parada.

Um disco recheado de possíveis trilhas sonoras. Ei, o Tarantino já usou alguma deles? Acho que não... por quê, hein? Tarantino, meu velho, tá dormindo de touca?

Um trabalho de macho: fazer um som de qualidade e identidade nos dias em que o genérico é a regra geral.

Obrigado, The Black Keys, por me fazer crer que o Rock ainda não morreu.

"Brothers" - você ainda vai ouvir este disco.



Boas bandas não ficam famosas, elas se tornam lendas. The Black Keys esta aí: ouça, julgue, e não pare mais de escutar.

Classificação:






Abraços do Ladrão de Almas.

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2 comentários:

  1. Cara arrogante, só porque me apresentou a banda... gêmeos separados por dez anos, cara. Obrigado.

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