Dia 57 - Felipe P. 55
No início havia duas bandas: o Todo Poderoso Soundgarden,
um dos mais notórios expoentes do movimento grunge, e o supervalorizado
Rage Against The Machine. Do hiato de mil anos que assolou suas existências,
surgiu o filho pródigo, aquele que um dia se sacrificaria em nome de seus retornos, o notório Audioslave.
Surgida em 2001, o Audioslave nasceu como um spin off das
duas bandas acima citadas tendo em sua formação Chris Cornell (voz), do Soundgarden,
e Tom Morello (guitarra), Tim Commerford (baixo) e Brad Wilk (bateria) do RATM,
rendeu três discos, antes de anunciar seu fim prematuro, porém sábio, em 2007.
São eles: Audioslave (2002), Out of Exile (2005) e
Revelations (2006). Hoje nós falaremos do primeiro.
Audioslave, disco de estreia que leva o mesmo nome da
banda, é perfeito. 5 luas. O texto acaba aqui.
Mentira!
Não a parte do disco ser perfeito e levar cinco luas.
Não, isso é verdade.
O disco inteiro é uma obra prima, Mona Lisa em policarbonato
fundido com camadas refletoras de platina e ouro. Um total de 14 canções
compostas com a alma, cada uma encaixada perfeitamente em seu devido lugar,
cada uma dando um ritmo perfeito ao que quer que se esteja fazendo enquanto se
escuta. Você pode ouvir esse disco lavando louça ou praticando mountain bike à
beira do Eyjafjallajökull, a experiência vai ser muito mais emocionante, muito
mais radical e visceral.
O vocal marcante de Cornell se mistura à guitarra impecável
de Morello dando origem ao mais puro e refinado Rock’n Roll!
Audioslave é rock maduro, rock de macho das cavernas do
mundo moderno.
A minha trajetória no mundo do Rock começou no final dos
anos noventa, eu posso dizer que minha vida foi salva pelo Rock (que me foi
apresentado pelo nosso querido colunista musical, meu irmão e meu herói). Não
fosse o rock, eu poderia estar matando ou roubando ou, pior, ouvindo pagode. Mas
como eu dizia, minha história com o Rock começou com uma banda chamada
Linkin Park. Na época Linkin Park fazia música de qualidade, um rock pesado e
agressivo que deve ter durado uns dois ou três discos antes de virar aquele
mela cueca que eles fazem hoje em dia. A verdade é que o LP me possibilitou
ouvir coisas novas, mais pesadas, mais agressivas.
Tipo Creed, Nickelback... Sacanagem.
Certo, eu passei por isso também, eu cheguei a curtir
Evanescense e Catedral, pô.
Acontece que minha vida deu uma guinada quando eu ouvi
Audioslave (disco ou banda). Aqueles solos de guitarra inconfundíveis, as notas
incríveis atingidas por Cornell antes mesmo do surgimento do autotune ou de
qualquer ferramenta do gênero... eu queria muito falar algo sobre o baixo e a
bateria, mas eu nunca reparei muito neles, posso dizer que eles dão um apoio
necessário e definem um ritmo. Lindo!
Audioslave me evoluiu. Depois desse disco eu precisava de
mais que coisas como Creed e Linkin Park, eu havia sido mudado, eu havia sido
toca... não, isso não.
Eu estava pronto para o Rock de verdade, pronto para o próximo
passo em minha vida.
Esse que mais tem HPS da banda. O que é HPS? Hits Por
Segundo. Dá pra ouvi-lo facilmente de cabo a rabo, sem pular uma faixa sequer,
mas ele possui sim aquelas faixas mais marcantes, mais incríveis!
São elas: Cochise, Show Me How To Live (essa música é
incrível, tem uma poesia agressiva, subversiva e até um pouco ofensiva para os
mais fresc sensíveis. Leia a letra e veja nas entrelinhas e você verá do
que eu tô falando), Like a Stone, Shadow of The Sun (que fez parte da trila
sonora do filme Colateral, numa cena sensacional), I Am The Highway (um
verdadeiro poema futurista) e Getaway Car (impossível de ouvir sem que se faça
um viedeoclipe na cabeça).
Audioslave (2002) é de uma qualidade e sonoridade jamais
atingidas novamente pela banda. Seus discos seguintes também são muito bons,
mas esse é a joia da coroa.
Como o prometido: 5 luas. Bem... mais ou menos isso.
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Eu até hoje gostaria de saber saber como esse desgraçado consegue fazer aquela (sem nem como dizer) vocalizações no final!!! Porra essa banda tá na top 10 do rock pra mim.
ResponderExcluirTipo aquela no fim de Show Me How To Live, né?
ExcluirPior que ele faz aquilo ao vivo.