domingo, janeiro 13, 2013

Umbilical - Tiago Iorc, ou: Os sons do "Se".

Michel 13. Dia 13.

Não é todo dia que você vê um brasileiro cantando em inglês. Poucos o fizeram, ainda mais com qualidade. Vamos ver: Morris Albert, Tim Maia, Renato Russo...

E tivemos alguns, errr, bem... que tentaram. Cara, o Fagner cantando "Oh, My Love" do John Lennon é tão belo quanto tosco. "Ou mái lóviii, fór dê fâst taime in mái láifiii"... O pior de tudo? Eu adoro a versão dele.

:)


Quem escutou e curtiu levanta a mão aê.

Mas nós não estamos aqui para falar de Fagner - embora o dia virá em que me ocuparei deste que considero um dos maiores músicos brasileiros de sempre.

Estamos aqui para falar de uma surpresa. De uma Revelação. O nome dele é Tiago Iorc, e hoje trataremos do segundo disco do rapaz, chamado "Umbilical" (2011).

Por que o segundo e não primeiro, pergunta você, perspicaz leitor deste pretensioso blog, e eu respondo: o primeiro disco, "Let Yourself In" (2008), pareceu a mim trilha sonora de Malhação, e eu o descartei. Prometo escutar com mais calma depois.

Agora este "Umbilical"... deixe-me dizer. É um disco maduro, técnico, apurado. Cheio de sentimento, cheio de desejos insatisfeitos e uma violência subliminar encantadora. Guitarras metálicas e semi-distorcidas mesclam-se a uma bateria responsável, somando-se à voz suave do cantor/compositor que aqui apresenta apenas composições próprias.

Ecos de John Mayer, Coldplay, Radiohead, Caetano Veloso, Jason Mraz, Jeff Buckley, U2, Sting... temos rock, temos baladinhas, temos um som mais pop... mas tudo de uma qualidade tão alta que a esmola quase chega a deixar este mendigo desconfiado.

Mesmo assim? Curti. Curti demais, um álbum inteiro de boas músicas, que não deixa a desejar em nenhuma faixa, que satisfaz em você aquele adolescente nerd frustrado que todo bom pseudo-intelectual (como eu) traz dentro de si.

É um álbum que eu, como pretenso músico, gostaria de ter gravado. E eu diria assim: "Tá vendo aí como eu sou bom?", e a galera diria: "É demais, cara!"

Hehehehehe...

E hoje eu estou sóbrio!

Atenção às faixas: "Story of a man", "What weighs me down", "Umbilical", "Gave me a name", "If everything   is worth it" e "Who needs answers".


Escutar no volume máximo, lembrando do que poderia ter sido se...

Se...

Vocês entendem.

Aqui falou o Ladrão de Almas, curtindo uma investida no passado e em possíveis presentes alternativos, só pra sentir um pouquinho de dor e não esquecer de sua própria humanidade e falibilidade.

Um abraço do Ladrão de Almas, e cuidado com espelhos e oráculos. Não é bom mexer no passado, e nunca é saudável conhecer o futuro. Carpe diem e etc.

Boa noite.

Um comentário:

  1. Melhor que o Fagner cantando John Lennon só Caetano cantando Nirvana (olha a sonoridade dessa frase!!!):
    http://www.youtube.com/watch?v=pec9ch00hiw

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