quinta-feira, janeiro 17, 2013

Todo Mundo Quase Morto


Dia 17 - Felipe P. 17
Shaun Of The Dead - 2004
Dir: Edgar Wright.
Elenco: Simon Pegg, Nick Frost, Peter Serafinowicz, Bill Nighy, Kate Ashfield.

Quem me conhece sabe que eu sou um aficionado por   zumbi. Não só filmes: livros e jogos e qualquer outra coisa que envolva os mortos vivos. Exceto música. Zumbis não cantam muito bem. E é natural se esperar que a origem do meu fascínio pelos devoradores de miolos seja um filme do George Romero ou até mesmo o remake de Madrugada dos Mortos pelas mãos do Zack Snyder, mas eu estou aqui para contar a verdade, abrir meu coração e contar para vocês toda a verdade.
A dura verdade é que o que despertou meu interesse pelos carniceiros mortos vivos é uma comédia chamada Shaun Of The Dead, que eu vi quando ainda nem tinha DVD, na casa do já amigo mencionado neste blog, Assis Oliveira. Sim, meu camarada, você é o responsável por me fazer gostar de zumbis!
Uma comédia britânica (eu sempre digo que deviam vender britânicos em mercearias!)que  recebeu no Brasil o nome mais esdrúxulo que pode passar pela cabeça de um doente mental: Todo Mundo Quase Morto.
O título original é um trocadilho (admito, não muito engraçado) com “Dawn of The Dead” (o título original do já mencionado Madrugada dos Mortos), o que, numa tradução literal, viria a ser algo como “Shaun dos Mortos”.
A verdade é que os dois títulos são tão ruins que devem afastar o público, mas se você der uma chance à obra, eu garanto: você vai se surpreender demais.
O tal Shaun (interpretado pelo GENIAL Simon Pegg, que só não é mais genial que o Robert Downey Jr) é um sujeito sem perspectiva nenhuma de vida que divide um apartamento com Ed, um cara com menos perspectiva ainda, e Pete, o único cara responsável dos três. Shaun e Ed levam sua vidinha de videogame e pub, videogame e pub e, uma vez ou outra, Shaun trabalha numa loja de eletrônicos.
Obviamente a namorada do sujeito não aprova isso e vive impondo prazos e metas, que ele não cumpre. Até o dia em que ela finalmente põe um ponto final na relação. O que ocorre no exato momento em que começa o apocalipse zumbi.
E quando Pete, o único sujeito com porte de herói de de terror, é transformado num zumbi, resta aos dois, Shaun e Ed (Nick Frost, não menos genial) a tarefa de salvar a mãe e a namorada de Shaun e leva-las para o único porto seguro de uma Londres devastada e tomada por terríveis devoradores de pessoas: o pub.
SOTD não só me abriu os olhos para os filmes de zumbi. Me fez gostar de comédias britânicas, me apresentou dois dos mais hilários comediantes da nova safra do humor inglês e apresentou ao mundo um dos mais promissores diretores de cinema da nova geração: Edgar Wright. Wright que tem no currículo três filmes: SOTD, Chumbo Grosso (Hot Fuzz, a segunda parte da trilogia iniciada por SOTD) e nada mais nada menos que Scott Pilgrim Contra O Mundo (além de um faroeste que não existe nem em torrent e uma série chamada Spaced que também é brilhante).
A filmografia do sujeito fala por si só, tanto que ele recebeu a honra de dirigir o filme do herói mais qualquer nota da MARVEL: o Homem Formiga, que provavelmente será o próximo integrante dos Vingadores.
É impossível falar de SOTD sem querer contar tudo ou sem querer fazer você sentar e assistir. Eu o considero um clássico moderno. Algo que eu vejo mil vezes e nunca deixo de achar engraçado, que eu tenho que ver pelo menos duas vezes no ano.
Nada menos que genial.
Pra se ter uma ideia, num dos momentos mais incríveis, Shaun, Ed e um punhado de gente que se uniu a eles (além da mãe e a namorada) se fingem de zumbis para passar despercebidos pela horda faminta que bloqueia o caminho para o bar. Como eles fazem isso? Eles olham um zumbi preso a uma árvore enquanto uma atriz de teatro os ensina a se comportar como um deles: erguendo os braços à frente do corpo, gemendo e cambaleando.
Em outro momento Shaun e Ed escolhem quais discos eles podem usar como armas para matar zumbis. E lá se vai a trilha sonora do Batman e o disco da Sade.
É genial. Essa palavra se repete demais, mas não há outra que possa descrever essa pérola britânica.
Esse ano estreia a última parte da trilogia iniciada por Shaun Of The Dead, marcando a reunião de Pegg, Frost e Wright, além da presença de Martin Freeman, que fez figuração (!!!!) em SOTD e Chumbo Grosso. O longa, que se chamará The World’s End, tem estreia prevista para 25 de outubro nos EUA e, assim como os dois anteriores, deverá chegar por aqui direto em DVD. Um desperdício...
Eu não só indico Todo Mundo Quase Morto, como indico também qualquer coisa com a dupla Pegg/Frost e qualquer obra do diretor. Os filmes solo dos dois também são ótimos, mas a dupla funciona a 100% quando reunida. Quando os três, Pegg, Frost e Wright, se reúnem num mesmo elenco então nem se fala.
Aqui fico eu, deixando a vocês uma das comédias britânicas mais fantásticas de todos os tempos. Assistam sem medo, vocês não vão se arrepender.

OBS: detalhe para a participação especial de Bill Nighy como o padrasto de Shaun... GENIAL!
~

Um comentário:

  1. Cara! quanta honra saber que fui o responsável por isso com todas os benefícios de fazer você gostar de cinema e de comédias Britânicas. Também sou fã dessa dupla e esse filme. Se quiserem ver mais dessa dupla vejam PAUL O ALIEN que também é hilário e muito inteligente.

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