Dia 17 - Felipe P. 17
Shaun Of The Dead - 2004
Dir: Edgar Wright.
Elenco: Simon Pegg, Nick Frost, Peter Serafinowicz, Bill Nighy, Kate Ashfield.
Quem me conhece sabe que eu sou um aficionado por zumbi.
Não só filmes: livros e jogos e qualquer outra coisa que envolva os mortos
vivos. Exceto música. Zumbis não cantam muito bem. E é natural se esperar que a
origem do meu fascínio pelos devoradores de miolos seja um filme do George
Romero ou até mesmo o remake de Madrugada dos Mortos pelas mãos do Zack Snyder,
mas eu estou aqui para contar a verdade, abrir meu coração e contar para vocês
toda a verdade.
A dura verdade é que o que despertou meu interesse pelos
carniceiros mortos vivos é uma comédia chamada Shaun Of The Dead, que eu vi
quando ainda nem tinha DVD, na casa do já amigo mencionado neste blog, Assis
Oliveira. Sim, meu camarada, você é o responsável por me fazer gostar de
zumbis!
Uma comédia britânica (eu sempre digo que deviam vender
britânicos em mercearias!)que recebeu no
Brasil o nome mais esdrúxulo que pode passar pela cabeça de um doente mental:
Todo Mundo Quase Morto.
O título original é um trocadilho (admito, não muito
engraçado) com “Dawn of The Dead” (o título original do já mencionado Madrugada
dos Mortos), o que, numa tradução literal, viria a ser algo como “Shaun dos
Mortos”.
A verdade é que os dois títulos são tão ruins que devem
afastar o público, mas se você der uma chance à obra, eu garanto: você vai se
surpreender demais.
O tal Shaun (interpretado pelo GENIAL Simon Pegg, que só não é mais
genial que o Robert Downey Jr) é um sujeito sem perspectiva nenhuma de vida que
divide um apartamento com Ed, um cara com menos perspectiva ainda, e Pete, o
único cara responsável dos três. Shaun e Ed levam sua vidinha de videogame e
pub, videogame e pub e, uma vez ou outra, Shaun trabalha numa loja de
eletrônicos.
Obviamente a namorada do sujeito não aprova isso e vive
impondo prazos e metas, que ele não cumpre. Até o dia em que ela finalmente põe
um ponto final na relação. O que ocorre no exato momento em que começa o
apocalipse zumbi.
E quando Pete, o único sujeito com porte de herói de de
terror, é transformado num zumbi, resta aos dois, Shaun e Ed (Nick Frost, não
menos genial) a tarefa de salvar a mãe e a namorada de Shaun e leva-las para o
único porto seguro de uma Londres devastada e tomada por terríveis devoradores
de pessoas: o pub.
SOTD não só me abriu os olhos para os filmes de zumbi. Me
fez gostar de comédias britânicas, me apresentou dois dos mais hilários
comediantes da nova safra do humor inglês e apresentou ao mundo um dos mais promissores
diretores de cinema da nova geração: Edgar Wright. Wright que tem no currículo três
filmes: SOTD, Chumbo Grosso (Hot Fuzz, a segunda parte da trilogia iniciada por
SOTD) e nada mais nada menos que Scott Pilgrim Contra O Mundo (além de um
faroeste que não existe nem em torrent e uma série chamada Spaced que também é
brilhante).
A filmografia do sujeito fala por si só, tanto que ele
recebeu a honra de dirigir o filme do herói mais qualquer nota da MARVEL: o
Homem Formiga, que provavelmente será o próximo integrante dos Vingadores.
É impossível falar de SOTD sem querer contar tudo ou sem
querer fazer você sentar e assistir. Eu o considero um clássico moderno. Algo
que eu vejo mil vezes e nunca deixo de achar engraçado, que eu tenho que ver
pelo menos duas vezes no ano.
Nada menos que genial.
Pra se ter uma ideia, num dos momentos mais incríveis,
Shaun, Ed e um punhado de gente que se uniu a eles (além da mãe e a namorada)
se fingem de zumbis para passar despercebidos pela horda faminta que bloqueia o
caminho para o bar. Como eles fazem isso? Eles olham um zumbi preso a uma
árvore enquanto uma atriz de teatro os ensina a se comportar como um deles:
erguendo os braços à frente do corpo, gemendo e cambaleando.
Em outro momento Shaun e Ed escolhem quais discos eles podem usar como armas para matar zumbis. E lá se vai a trilha sonora do Batman e o disco da Sade.
Em outro momento Shaun e Ed escolhem quais discos eles podem usar como armas para matar zumbis. E lá se vai a trilha sonora do Batman e o disco da Sade.
É genial. Essa palavra se repete demais, mas não há outra
que possa descrever essa pérola britânica.
Esse ano estreia a última parte da trilogia iniciada por
Shaun Of The Dead, marcando a reunião de Pegg, Frost e Wright, além da presença
de Martin Freeman, que fez figuração (!!!!) em SOTD e Chumbo Grosso. O longa,
que se chamará The World’s End, tem estreia prevista para 25 de outubro nos EUA
e, assim como os dois anteriores, deverá chegar por aqui direto em DVD. Um desperdício...
Eu não só indico Todo Mundo Quase Morto, como indico
também qualquer coisa com a dupla Pegg/Frost e qualquer obra do diretor. Os
filmes solo dos dois também são ótimos, mas a dupla funciona a 100% quando
reunida. Quando os três, Pegg, Frost e Wright, se reúnem num mesmo elenco então
nem se fala.
Aqui fico eu, deixando a vocês uma das comédias
britânicas mais fantásticas de todos os tempos. Assistam sem medo, vocês não
vão se arrepender.
OBS: detalhe para a participação especial de Bill Nighy como o padrasto de Shaun... GENIAL!
~
Cara! quanta honra saber que fui o responsável por isso com todas os benefícios de fazer você gostar de cinema e de comédias Britânicas. Também sou fã dessa dupla e esse filme. Se quiserem ver mais dessa dupla vejam PAUL O ALIEN que também é hilário e muito inteligente.
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