quinta-feira, janeiro 17, 2013

América Brasil - Seu Jorge, ou: Seu Jorge demais.

Michel 17. Dia 17.

Tornei-me fã de Seu Jorge dia desses, ao escutar a trilha sonora do Vida Marinha Com Steve Zissou, do Wes Anderson. Até então, eu considerava o cara como um daqueles artistas ultra-cariocas, representante do povo oprimido das comunidades, um mito pra-inglês-ver.

Vi-me surpreendido e completamente equivocado, para minha própria alegria.

Seu Jorge é um Artista. Criativo, talentoso, rico em experiências... suas letras são simples e descompromissadas, falando de fatos e acontecimentos do dia a dia com a desenvoltura de alguém que cresceu no mundo real. Sua voz grave e rouca, cheia de tons profundos, é rica e extremamente bem utilizada. A maneira como toca violão demonstra extremo domínio e técnica, provando ainda mais a capacidade do rapaz.

Seu Jorge é isso: é um cara real, um cara normal que fala de sua vida. Fala de mulheres, de trabalho, de churrasco, de cachaça.

E eu sou grato a Seu Jorge por este América Brasil (2007), pois ele traz três faixas que tem um profundo significado sentimental para mim: Cuidar de Mim, Seu Olhar e Eterna Busca. O disco inteiro, entretanto, traz um suingue que não se faz e não se vê em parte nenhuma do mundo a não ser aqui - o que o torna um álbum brasileiro (tá, estereótipos à parte, pode ser?) e multifacetado, tal qual eu ou você. 



Seu Jorge não é um cara simplista nem simplório: por trás da simplicidade de suas músicas existe uma intenção: mostrar como se vive aqui ou ali, no meio da galera que anda de ônibus, que sobe e desce escadas no morro pra viver e trabalhar. E este disco tem esse feeling de trabalhador que rala, do abismo que existe entre alto e baixo, rico e pobre, homem e mulher.

Tá, pode ser que eu esteja indo fundo demais na interpretação, mas, puxa, eu vejo/sinto/escuto assim. E se você conseguir perceber essas coisas, bem, pode ser que você curta o trabalho do rapaz de maneira diferente, assim como eu o fiz.

Classificação:





Livre-se dos preconceitos. Escute músicas novas, artistas que você não conhece. Aprecie sabores diferentes de músicas e enriqueça seu cardápio multissensorial. Faça como eu, se você já não é assim: deixe a arrogância de lado e comece a escutar Banda Calypso.

Bazinga. Humildade tem limites.


Aqui falou o Ladrão de Almas, fã incondicional de Seu Jorge, até mesmo quando ele se equivoca e faz músicas populares demais.

Abraços noturnos!

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