quarta-feira, janeiro 16, 2013

Um Conto Chinês

Dia 16 - Felipe p. 16
Dir:Sebastián Borensztein
Elenco: Ricardo Darín, Muriel Santa Ana e Ignacio Huang

Um Conto Chinês é como uma versão hardcore argentina de Gran Torino, estrelada pelo equivalente argentino ao Jean Reno para a França ou o Wagner Moura para o Brasil: Ricardo Darín.
É uma história bem maluca sobre um chinês, Jun, que, às vésperas do casamento, vê a noiva ser morta por uma vaca que cai do céu. Sem família na China, o sujeito se manda pra Argentina (depois da China, o pior lugar do mundo para morar) em busca de um tio. Ele é roubado por um taxista, jogado na rua e acolhido pelo rabugento Roberto (Darin), dono de uma loja de ferragens.
O detalhe: Jun não fala uma palavra em espanhol e Roberto não fala uma palavra em chinês.
A partir daí, tem início uma sucessão de situações malucas, tão malucas quanto as notícias de jornais que Roberto coleciona, nas quais se imagina: um barbeiro que cortou a garganta de um cliente após levar uma pancada na cabeça, um casal que se animou demais dentro do carro e acabou indo desfiladeiro abaixo e... Uma vaca que caiu do céu e afundou um barco na China, matando uma mulher.
O mais maluco ainda: essa é uma história real...
O que se espera desse tipo de filme é que os dois personagens mudem a vida um do outro, dano-os novas perspectivas, mostrando-os novos rumos... Normalmente eles aprendem o idioma um do outro e viram grandes amigos. Não é bem o que acontece aqui. Os dois definitivamente mudam a vida um do outro, mas nesse caso não é pra melhor. Roberto é um rabugento inflexível, um homem que já lutou em guerras, cheio de marcas da vida e Jun a abala de uma forma brusca.
Jun é um jovem num país estranho do qual sequer conhece o idioma. Se perde da família, fica sem dinheiro, a embaixada o nega ajuda e ele encontra o pior argentino do mundo para lhe dar abrigo.
É um filme bilíngue e conversa com públicos dos dois lados do mundo de maneira diferentes. E isso é brilhante.
Um Conto Chinês é uma dramédia divertida e despretensiosa que mostra duas perspectivas diferentes da mesma história absurda. Fica cansativo em um momento ou outro, principalmente por que o personagem de Darín é quase monocromático e não evolui em nada até os cinco minutos finais de filme, mas definitivamente merece a conferida.
Aqui eu os deixo com mais um representante do cinema latino, no décimo sexto dia do 01PD.
Adios, muchachos!
~



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