Dia 11 - Felipe P. 11
Dark Shadows (2012)
DIR: Tim Burton
ELENCO:Johnny Depp, Michelle Pfeiffer, Eva Green, Helena Bonham Carter, Chloë Grace Moretz, Jackie Earle Haley, Gully McGrath
Sombras da noite conta a história de Barnabas Collins, um homem estúpido. Um homem estúpido o suficiente para não se apaixonar por Eva Green e ainda por cima partir seu coração. Um homem estúpido o suficiente para desprezar a única mulher que poderia tirar dele tudo o que tinha: amor, dinheiro e poder. E ainda amaldiçoa-lo a viver eternamente como um vampiro. E é exatamente isso que ela faz. Angelique, a personagem de Eva Green, uma bruxa poderosa, amaldiçoa Barnabas Collins (Johnny Depp) a viver e sofrer eternamente a perda de todos sua amada, Josette (vivida por Bella Heathcote, sem graça não importando a encarnação) e, por fim, tranca-o num caixão de ferro onde ele fica preso por duzentos anos. E quando finalmente se liberta, vê tudo o que foi construído por sua família em ruínas. E a cidade fundada pela Família Collins dominada pela bruxa. É quando Barnabas se apresenta ao que restou de sua família, 4 membros, é nada mais que um punhado de desajustados: um pai negligente, uma adolescente rebelde, um menino louco e a Michelle Pfeiffer. E quando ele apresenta sua proposta: trazer de volta o antigo império dos Collins, então transformado em alguns barcos pesqueiros e peixe enlatado, em troca de ser aceito como um membro da família. É quando reencontra, viva, a sua amada. Ou o que ao menos parecia ser. Um dos problemas de Sombras da Noite é a falta de foco. Ou o foco demasiado nos lugares errados. Especificamente, o foco excessivo em Johnny Depp, o amor da vida de Tim Burton. E a falta de foco em outros personagens mais interessantes e, por que não, importantes à trama. Burton dá importância demais a personagens que não tem força suficiente para carregar tanto peso. É o caso de Victoria, a reencarnação de Jossete, o amor de Barnabas, vitimada pela bruxa. Nas poucas cenas nas quais a moça aparece, pede-se tanto para que o espectador acredite que o amor dela significa algo e simplesmente não se dá nada para que se creia nele. Na verdade, aparentemente o único personagem que parece importante a se desenvolver é o de Johnny Depp. O que não é lá um problema: Barnabas Collins é um ótimo personagem e Depp o encarna muito bem, um vampiro que pede desculpas às suas vítimas antes de rasgar a sua garganta. Mas os personagens menores fazem falta. Ainda mais quando exercem tanta importância para o futuro da trama. Mesmo assim é difícil acreditar no amor de Barnabas por Victoria quando esta se mostra tão apática. É como se Barnabas a amasse apenas por estar lá, viva, na pele de sua amada morta. Ao mesmo tempo em que é divertido ver o choque gerações entre ele e Carolyn e a breve amizade que se forma entre ele e David. Além de Willie, o personagem mais inusitado da carreira de Jackie Earle Haley que, literalmente é jogado de lado. Sombras da noite parece ter sido escrito num acesso de empolgação de Tim Burton com um personagem novo e tão criativo quanto Edward Mãos de Tesoura. Só faltou um plano de fundo que combinasse com o personagem e coadjuvantes com quem contracenasse à altura. Barnabas é, como descreve Angelique, um peixe grande num laguinho. Um personagem com potencial numa historinha menor que ele. Mas, mesmo assim, como um todo, com todos os seus defeitos, Sombras da Noite é divertido como os seus antecessores não foram. E tem uma coisa nele que faz toda a diferença, algo que se pode notar numa dose bem pequena, escondido ali em algum lugar. Um elemento importante, mais importante que todo o resto: um pouquinho de Tim Burton. E a trilha sonora é sensacional.
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