sexta-feira, janeiro 11, 2013

Bicho - Caetano Veloso, ou: Caetano para poucos

Michel 11. Dia 11
Caetano em sua fase setentista não era um artista para qualquer um. Ok, você pode dizer que hoje ele se tornou um artista mais pop, mais acessível, mas escute este disco: cheio de sonoridades dissonantes, de instrumentos de percussão, de violões rascados e atacados com malícia...

Assim é Bicho (1977): um disco que se pretende brasileiro, silvícola, feminino. Caetano sabe muito bem como polarizar sua arte, e aqui ele faz um disco que não se define e fica preso (talvez intencionalmente) no limbo homem/mulher-humano/animal.

E isso causa uma ruptura dolorosa, porém necessária. Quem escuta Caetano aqui deve-se desprender de todo preconceito e estereótipo. Caetano se revela um artista extremamente criativo e sensível, rico de significações e conceitos.


Atenção às faixas "Tigresa", "Um índio", "O leãozinho", "Odara" e "Alguém cantando".

Principalmente à "Tigresa", que foi feita em homenagem à Sônia Braga, então a top das tops no panteão de artistas nacionais. E - vejam! - se eu não viajo ao linkar esta música a "Mojo Pin", de Jeff Buckley, em suas similaridades de música e letra...
Um disco para se escutar pensando nos múltiplos sentidos de ver/perceber o mundo, tentando "caetanear o que é bom" da vida.

Classificação:
Um abraço cansado do Ladrão de Almas, hoje sem muito papo.


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