DIA 10 - Felipe P. 10
DIR: Thomas McCarthy
ELENCO: Peter Dinklage, Patricia Clarkson, Bobby Cannavale e Michelle Williams
Logo após o anúncio dos indicados ao Oscar de 2013, eu
obviamente não poderia falar de outro assunto: o vencedor de Sundance de 2003. Esse
é mais um daqueles casos de filme que eu preciso ver, mas fico adiando e
adiando. E mais um daqueles casos em que o filme acaba e eu me pergunto como
pude ser tão idiota de não ter visto antes.
Filme de estreia do ator Thomas McCarthy na direção,
conta a história de Fin, um vendedor e construtor de miniaturas de trens que
levaria uma vida muito pacata e normal, não fosse um pequeno problema. Eu
passei bastante tempo procurando um jeito educado de dizer que ele é um anão,
mas é isso: ele é um anão. Não um anão qualquer: ele é interpretado por ninguém
menos que Peter Dinklage. Fin trabalha numa loja de miniaturas ao lado de
Henry, um amigo com quem troca poucas palavras. Quando um dia, subitamente
Henry morre deixando de herança para Fin um depósito abandonado numa estação de
trem em Nova Jersey. Mais que isso, ele deixa no contrato a ordem de vender a
loja e todo o seu estoque o mais rápido possível, praticamente obrigando-o a se
mudar, o que aparentemente não o abala nem um pouco.
Chegando ao novo lugar, Fin imediatamente conhece Joe
Oramas, um cara que toma conta de um trailer de lanches para o pai doente, e
Olivia Harris, uma pintora reclusa que quase o mata atropelado duas vezes
seguidas no mesmo dia.
Uma coisa importante sobre O Agente da Estação é saber
sobre o que o filme se trata ou não saber absolutamente nada e ser pego de
surpresa, o que sempre é muito bom. O que posso dizer sem estragar a surpresa
(o que se tratando de um ganhador de Sundance, acredite, faz toda a diferença
não estragar a surpresa) é que este se trata de um filme sobre personagens. Uma
história simples sobre personagens muito simples mas, cada um com suas
peculiaridades e seus motivos de ser como são.
Os motivos de Fin de ser o que ele é são mais do que
óbvios: ele é um anão, não gosta de estar na presença de outras pessoas, acabou
de perder um amigo... O cara simplesmente curte a solidão, se é que você me
entende. Já Joe, é um personagem fantástico na tela: um daqueles caras com quem
eu não gostaria de ter de conviver, um sujeito tão feliz que chega a ser chato,
simpático com todos que, quando descobre teu nome passa a achar que é o teu
melhor amigo. Uma interpretação sensacional de Bobby Cannavale, conhecido pela
série Boardwalk Empire. Como eu disse, um personagem fantástico, mas só na
tela, na vida real ele seria o tipo de pessoa que eu (e Fin) classifico como “um
ser humano insuportável”. E Olivia, por fim, tem motivos mais graves,
cicatrizes profundas que vão se revelando com o desenrolar da trama.
Além de uma jovem bibliotecária que se encanta com Fin,
vivida por Michelle Williams.
No fim das contas, a altura de Fin é, desculpem o
trocadilho e eu garanto que ele é totalmente involuntário, o menor dos
problemas na história.
O Agente da Estação é um filme sincero e direto, que
conta um drama sem forçar a barra por lágrimas baratas. Fala sobre pessoas
comuns com problemas e como elas reagem a eles. E toma como regra que, não
importa qual é o seu problema, não é menor nem maior que o de ninguém, mas é
seu problema e você tem todo o direito de sofrer por causa dele sem ter de
sentir pena dos outros. Ou eu sou um egoísta desgraçado que pegou a pior
mensagem possível. Isso acontece direto, pra falar a verdade...
Por fim, eu não diria que se trata de um feel good movie,
eu diria apenas que se trata de um “feel moovie”. Um filme com sentimentos
verdadeiros e ideias sinceras, sem julgamentos, sem piedade e sem lágrimas
forçadas. E com uma boa dose de humor (especialmente na cena da caça ao trem, eu sugiro que você veja esse filme nem que seja só por essa cena, mas veja!).
E aqui acaba o décimo dia do 01PD, com esse filme sensacional.
~
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