terça-feira, janeiro 15, 2013

Possessão

Dia 15 - Felipe P. 15
The Possession - 2012
Diretor:Ole Bornedal
Elenco: Jeffrey Dean Morgan, Natasha Calis, Matisyahu (!), Kyra Sedgwick e Grant Show

Se tem uma coisa que me tira o sono é filme de demônio, possessão demoníaca ou derivados. Não que eu acredite em coisas do gênero (nem que desacredite), eu simplesmente prefiro não experimentar nada parecido. Nem que isso me impeça de ver filmes do tipo, pelo contrário. Quanto mais me assustar, para mim, melhor é o filme de terror. Em minha opinião, filmes de terror são um gênero a parte, não devem ser julgados como filmes comuns. São obras muito específicas, com um objetivo bem definido e que deve ser cumprido. Em minha opinião, um bom terror, tem que assustar. Acima de qualquer coisa, tem que causar mais do que medo e sustos baratos, um bom terror tem que incomodar, causar uma sensação que você não gosta de sentir no dia a dia. Tem que revirar o estômago, causar arrepios e, ao contrário do que muitos dizem, não pode ser divertido. Comédias são divertidas, romances são divertidos, vídeo cacetadas e propaganda política são divertidas. Filme de terror tem que fazer mal. Pra mim esse é o grande problema de franquias como Jogos Mortais e Atividade Paranormal: eles não assustam. Por mais que Jogos Mortais faça quem os assiste se sentir mal, eu acho que faz pelo motivo errado. Não é pelo susto, não é pelo medo, não é pela arte de causar arrepios. E atividade Paranormal, então nem se fala. Outra coisa importante: um filme de terror tem que fazer você se importar e temer pela vida dos personagens.
Em Possessão (The Possession – 2012) o personagem de Jeffrey Dean Morgan está se separando da esposa (que já tem um namorado novo, mas os dois mantém a amizade), com quem divide a guarda das duas filhas. Quando ele se muda para uma nova vizinhança e se depara com uma daquelas vendas de garagem tipicamente americanas e sua filha mais nova, Emily. Compra uma caixa de madeira antiga com inscrições em uma língua desconhecida. Eles a levam para casa e a abrem e, obviamente, coisas inexplicáveis começam a acontecer.
A história de Possessão é a mais básica possível, contada milhares de vezes em centenas de filmes do gênero e acaba exatamente igual a todos os outros que contaram a mesma história. É algo bastante previsível, o pai ausente, as filhas adolescentes, a mãe compreensiva e o namorado boa pinta. De repente tudo muda quando a filha mais nova começa a se comportar de um jeito estranho, se torna agressiva, se retorce, engole mariposas (alguém sabe me explicar por que diabos os demônios retorcem as pessoas????), um inferno, um inferno!
O que traz a diferença para a trama é a origem da entidade. O que nem é tão diferente assim, já que outro filme explorou a mesma recentemente. Um filminho chamado Alma Perdida (alma perdida é o David Goyer que não percebeu ainda que não nasceu para dirigir e sim para escrever) que conta uma trama diferente, mas sobre a mesma criatura: o Dibuk.
Segundo a mitologia judaica (da qual devo todo o meu conhecimento a esses dois filmes e a uma googleada breve) Dibuk é uma entidade que possui uma pessoa de alma pura, se alimenta da vida dela e, por fim, se une a ela, consumindo-a até só restar um corpo vazio.
Essa é a coisa que se apossa da filha do Jeffrey Dean Morgan, que não se lembra que é um Winchester e fica choramingando pruns rabinos...
Enfim, Possessão é um filme que cumpre alguns dos meus requisitos para um bom filme de terror: assusta, perturba (a cena dos dedos na garganta é de dar nó nas tripas) e não é divertido. Nem um pouco.
O problema mesmo é a direção cafajeste que opta por sustos gratuitos e recursos mais que datados para causar medo: coisas como portas batendo, música crescendo de repente, cortes grotescos de cena, o pacote completo. Isso ficava bem nos filme do Hitchcock na época dele, hoje em dia não funciona mais.
Além de diálogos escrotos como: "Ei! Fique longe dos dentes da minha filha!" ou “se está escrito ‘não abra’, então você não abre”. Sem falar na atuação cretina da mãe das garotas, interpretada por Kyra Sedgwick e do dentista que ela namora, Grant Show (que perde todos os dentes da boca e desaparece do filme, deixando o caminho aberto para Morgan). É um filme cheio de altos e baixos que se nivelam resultando em algo simplesmente mediano. Quase medíocre, mas com algumas boas ideias e a interpretação competente de Jeffrey Dean Morgan (que poderia ter resolvido tudo chamando o Sam e o Dean, mas quem ele vai chamar? Quem? O Matisyahu!!!).
Aqui fico eu com o décimo quinto dia do 01PD, com um filminho razoável, que assusta e incomoda em alguns momentos. Vale a conferida.

OBS: Ole Bornedal, o diretor, tem em seu currículo um telefilme chamado “Masturbator”. Sensacional. Sensacional...

OBS²: Curta nossa fanpage no "face", como dizem os pirangueiros: fb.com/01pordia.
~

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por comentar no 01Pd! Seja bem vindo e volte sempre!