terça-feira, janeiro 08, 2013

PARANORMAN

DIA 08 - Felipe P. 08

Paranorman - 2012
DIR: Chris Butler, Sam Fell
ELENCO: Kodi Smit-McPhee, Anna Kendrick and Christopher Mintz-Plasse

Para o oitavo dia do 01PD (os dias se arrastam quando você dá a eles um propósito, não?), eu decidi, de uma maneira totalmente randômica, ver um dos filmes que eu devia ter visto a um bom tempo e sempre adiava. A primeira animação do 01PD: Paranorman.
Dirigido pela dupla Chris Butler e Sam Fell, Paranorman conta a história do garoto Norman, que é um paranormal com o poder de ver e falar com os mortos. O que poderia ser um dom maravilhoso, mas acabou se revelando uma maldição terrível, visto que por esse motivo todas as pessoas da cidade o tratam como maluco.
É quando uma antiga maldição recai sobre a cidade e sobra para Norman (isso vai acontecer com muita frequência por aqui) salvar as pessoas que o condenam por ser anormal, como tantas outras vezes no cinema: é a virada de jogo dos perdedores.
É aí que surgem bruxas e zumbis para amedrontar a cidade, mas quem toca o terror são os "adultos estúpidos", totalmente fora de si.
O filme é cheio de pequenas tiradas inteligentes, como no momento em que os zumbis, camponeses do século XVIII, invadem a cidade e ficam horrorizados com a violência dos dias atuais.
O filme pode ser uma animação para crianças, mas não perde chance de ser ácido quando necessário. E crítico também.
Paranorman é assim, simples e direto: logo de cara, no começo do filme, Norman chega para o pai e fala:
-Pai, você pode ligar o aquecedor, a vovó disse que está com frio.
-Norman, sua avó está morta!
É como o início daqueles contos de terror baratos, mas é esse o objetivo.
Dá pra sacar a simplicidade e a genialidade da ideia pelo título do filme, uma piada simples e certeira. O filme é sobre um garoto chamado Norman. Norman é paranormal: PARANORMAN. O clima do filme é esse, de piada despretensiosa, sem ambições grandiosas. E é genial em sua despretensão.
Mas por trás de toda essa simplicidade, há uma pequena revolução que quase ninguém vai reparar: a técnica de animação usada, o stop motion, não é o stop motion convencional. No lugar de peças feitas à mão em massa de modelar, foram usadas impressoras 3D para a criação de mais de 30 mil partes individuais de, ao todo, 62 personagens, entre protagonistas e figurantes.
O resultado foi uma animação tecnicamente primorosa e visualmente belíssima. A prova que dá pra unir tecnologia e cinema artesanal de forma equilibrada e eficiente. Além do trabalho de dublagem excelente por parte de atores como Casey Affleck, Anna Kendrick e Kodi Smit-McPhee, como o protagonista Norman.

Não é um filme inesquecível, não é uma obra prima do Miyazaki ou da Pixar, mas merece uma chance. Você vai dar umas risadas de canto de boca e ficar com os olhos marejados em alguns momentos verdadeiramente emocionantes.


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Um comentário:

  1. Mais um que também vi e gostei, aliás adoro animação. Bom saber sobre a inovação técnica. Nota 9 para o comentário

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