DIA 08 - Felipe P. 08
Paranorman - 2012
DIR: Chris Butler, Sam Fell
ELENCO: Kodi Smit-McPhee, Anna Kendrick and Christopher Mintz-Plasse
Para o oitavo dia
do 01PD (os dias se arrastam quando você dá a eles um propósito, não?), eu
decidi, de uma maneira totalmente randômica, ver um dos filmes que eu devia ter
visto a um bom tempo e sempre adiava. A primeira animação do 01PD: Paranorman.
Dirigido pela
dupla Chris Butler e Sam Fell, Paranorman conta a história do garoto Norman,
que é um paranormal com o poder de ver e falar com os mortos. O que poderia ser
um dom maravilhoso, mas acabou se revelando uma maldição terrível, visto que
por esse motivo todas as pessoas da cidade o tratam como maluco.
É quando uma
antiga maldição recai sobre a cidade e sobra para Norman (isso vai acontecer
com muita frequência por aqui) salvar as pessoas que o condenam por ser
anormal, como tantas outras vezes no cinema: é a virada de jogo dos perdedores.
É aí que surgem
bruxas e zumbis para amedrontar a cidade, mas quem toca o terror são os
"adultos estúpidos", totalmente fora de si.
O filme é cheio de
pequenas tiradas inteligentes, como no momento em que os zumbis, camponeses do
século XVIII, invadem a cidade e ficam horrorizados com a violência dos dias
atuais.
O filme pode ser uma
animação para crianças, mas não perde chance de ser ácido quando necessário. E
crítico também.
Paranorman é
assim, simples e direto: logo de cara, no começo do filme, Norman chega para o
pai e fala:
-Pai, você pode
ligar o aquecedor, a vovó disse que está com frio.
-Norman, sua avó
está morta!
É como o início
daqueles contos de terror baratos, mas é esse o objetivo.
Dá pra sacar a
simplicidade e a genialidade da ideia pelo título do filme, uma piada simples e
certeira. O filme é sobre um garoto chamado Norman. Norman é paranormal:
PARANORMAN. O clima do filme é esse, de piada despretensiosa, sem ambições
grandiosas. E é genial em sua despretensão.
Mas por trás de
toda essa simplicidade, há uma pequena revolução que quase ninguém vai reparar:
a técnica de animação usada, o stop motion, não é o stop motion convencional.
No lugar de peças feitas à mão em massa de modelar, foram usadas impressoras 3D
para a criação de mais de 30 mil partes individuais de, ao todo, 62
personagens, entre protagonistas e figurantes.
O resultado foi
uma animação tecnicamente primorosa e visualmente belíssima. A prova que dá pra
unir tecnologia e cinema artesanal de forma equilibrada e eficiente. Além do
trabalho de dublagem excelente por parte de atores como Casey Affleck, Anna Kendrick
e Kodi Smit-McPhee, como o protagonista Norman.
Não é um filme
inesquecível, não é uma obra prima do Miyazaki ou da Pixar, mas merece uma
chance. Você vai dar umas risadas de canto de boca e ficar com os olhos
marejados em alguns momentos verdadeiramente emocionantes.
Mais um que também vi e gostei, aliás adoro animação. Bom saber sobre a inovação técnica. Nota 9 para o comentário
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