sexta-feira, janeiro 18, 2013

O Gigante de Ferro

Dia 18 - Felipe P. 18
The Iron Giant - 1999
Dir: Brad Bird.
Elenco: Eli Marienthal, Harry Connick Jr, John Mahoney, Jenniffer Aniston, Christopher McDonald e Vin Diesel.
Brad Bird já fez muita coisa notável em sua vida. Na Pixar ele dirigiu Os Incríveis e Ratatouille levando, por cada um, um Oscar, o que por si só já é mérito para uma vida toda. Além disso o sujeito dirigiu o mais recente (e excelente) capítulo de Missão I possível e, acredite se quiser, escreveu o roteiro de O Milagre Veio do Espaço. Mas antes dos oscars e das animações de sucesso, Bird dirigiu um fracasso. Um filme que tinha tudo para dar errado. Uma animação que levou quase seis anos para ficar pronta, trocou de diretor várias vezes antes de sequer começar a ser produzida e chegou a ser abandonada pela Disney. Um filme com um carma tão ruim que quase não conseguiu se pagar. Essa obra desgraçada se chama O Gigante de Ferro.
Baseado em um livro de 1957 chamado The Iron Man, do escritor Ted Hughes, The Iron Giant conta a história de um garoto, Hogarth Hughes, fanático por ficção científica e filmes de terror. Hogarth vive com a mãe, uma garçonete, numa cidadezinha dos EUA na época da guerra fria. Sem muitos amigos e sem uma presença paterna, o garoto passa o tempo explorando uma floresta nas proximidades de casa e, um dia, durante um de seus passeios, ele se depara com a coisa mais incrível que seus olhos já viram: um gigantesco robô desmemoriado.
Após um primeiro encontro atribulado e depois de o garoto ter fugido com medo, os dois voltam a se encontrar e Hogarth percebe que o robô é inofensivo e os dois iniciam uma amizade no mínimo inusitada.
Agora, o garoto que antes não tinha amigos, tem um amigo gigantesco que ele precisa esconder de todos. Vale lembrar que a trama se ambienta na guerra fria e um robô gigante na época de maior paranoia já registrada nos livros de história, um robô gigantesco passeando pelos EUA não seria visto com bons olhos. É quando ele tem a brilhante ideia de esconder o monstro de metal no ferro velho de um artista plástico, Dean McCoppin (dublado por Harry Connick Jr.). E também é quando os dois passam a ser perseguidos por um agente da CIA chamado Kent Mansley, que praticamente invade a casa do garoto e passa a observar cada passo seu, ao mesmo tempo em que McCoppin passa a usar o robô para facilitar seu trabalho no ferro velho e os dois descobrem que o robô não é assim tão inofensivo.
O Gigante de Ferro presta uma grande homenagem aos filmes e séries dos anos 50. Aquela safra de ameaças gigantes, formigas, aranhas, e dos invasores do espaço numa época em que a paranoia reinava e um autor de rádio novelas tinha o poder de colocar pânico em toda uma nação. Isso sem falar das referências a Superman (um alienígena sem memória que encontra abrigo entre humanos que o ensinam o bem e o heroico), algumas até bastante explícitas, como na cena em que o gigante gruda um S no peito e ergue o braço na mesma pose clássica do herói.

É difícil acreditar que uma obra tão competente e com uma história tão poderosa tenha sido simplesmente ignorado na época de seu lançamento e que, ainda hoje seja tão pouco conhecido pelo grande público.
O Gigante de Ferro é uma animação brilhante que fala sobre amizade e heroísmo de uma forma intensa e comovente. Foi um dos primeiros filmes que eu fiz questão de mostrar ao meu sobrinho logo que ele se mostrou capaz de passar uma hora e meia sentado na frente de uma TV.
Brad Bird, saído de curtas metragens e episódios dos Simpsons entrega como seu primeiro longa metragem um clássico. Um clássico injustiçado e subestimado pelo público, que sequer conseguiu chegar às salas de cinema fora dos EUA. Uma obra para ser vista e revista.
Uma das curiosidades do filme é o elenco de dublagem, que conta, além do já citado já citados Harry Connick Jr, com os nomes de John Mahoney, Jenniffer Aniston, Christopher McDonald e, dublando o gigante, Vin Diesel em seu melhor papel.:)
A dublagem nacional não fica atrás e eu recomendo que se veja o filme dublado pela interpretação surtada do grande Guilherme Briggs como o vilão Kent Mansley. É sensacional.
Aqui eu os deixo, com uma das melhores animações que eu já vi na vida, em mais um dia do 01PD. E eu nunca fiz dezoito postagens num blog no mesmo mês. Pensando bem... nem no mesmo ano...
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