Quando ouvi "Take Me To Church" no rádio do carro tive uma epifania que não me atingia desde "Cavalier", do James Vincent McMorrow, ou "The Blower's Daughter" de Damien Rice, ou ainda "Hallellujah" na voz de Jeff Buckley.
E aqui, em seu disco homônimo, Hozier define sua religião: amor, culpa, sacrifício, medo, punição, abandono, humilhação. Um cristão sendo partido ao meio por seus desejos.
Hozier é misterioso e transparente em suas canções claramente autobiográficas. Apesar de britânico, pode-se perceber claramente a influência do blues e as guitarras modernas de suas influências (The Black Keys!). Sua música fornece assim ao ouvinte uma contradição interessante que estimula a curiosidade e - junto com a qualidade! - estimula a ouvir até o fim.
Da nova leva de artistas britânicos - dos quais considero o primeiro sendo o mestre James Blunt -, Hozier chegou como quem nada queria e, sem muito barulho, vem conquistando seu espaço e fãs.
Eu, por mim, coloquei "Take Me To Church" no "repeat". Meu coração cristão fica, assim, partido junto com o dele, enquanto reverbera ecos de "Hallellujah" e amém.
Sim, leve-me à igreja uma última vez.
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