domingo, abril 12, 2015

Daredevil - Episódios 1 a 5


Tem sido um ano e tanto para a Marvel Studios. Nos últimos doze meses vimos o lançamento de grandes sucessos como Capitão America: O soldado InvernalGuardiões da Galaxia, e a minissérie de eventos Agent Carter, que elevou consideravelmente os projetos de franquias para TV. Em Outras palavras, A Marvel está concentrada em um senso de ritmo implacável, uma ação de alta octanagem e apenas uma quantidade certa de alivio cômico.

A Formula da Marvel vem muito bem, então porque mexe com ela certo?

Bem, o que você tiver de noção pre-concebida sobre o que a Marvel é capaz, pode jogar fora antes de apertar o Play pra começar a ver a série da Netflix, Demolidor. Isto aqui é tão afastado de tudo que a Marvel definiu para ser a "Marvel Cinematic Universe", que é praticamente irreconhecível de tudo que vimos a conhecer como um produto da Marvel.

Mas não se preocupe com nada disso, porque o Demolidor é extraordinariamente bom. E aqui vai nossa revisão de cinco episódios, sem nenhum spoiler.

Demolidor pode ser apenas um ponto de entrada dos mais elegantes para um super-herói em live-action que eu já vi (e eu vi-os todos). As coisas para os fãs de carteirinha da Marvel Comics são mantidas a um nível quase inexistente, e a história das origens do justiceiro cego vem em pequenas doses de tamanho, e em forma de flashbacks, poupando-nos do tédio habitual de longas explicações como primeiras apresentações. Vou colocar em um termo. Você caiu bem direto no meio das coisas, e é muito fácil de pegar.


Charlie Cox é absolutamente convincente seja como Matt Murdock, seja como Demolidor, fazendo o último, sem o beneficio de um terno acolchoado como armadura, ou mesmo um traje especial cheio de cores. Não há "trecos" tecnológicos (eu sei, hoje chamamos de "gadgets"), não há vozes em sua mente, e nem podemos colocar na conta superpoderes incríveis. Na verdade, suas habilidades sobre-humanas nunca são abertamente referenciadas por qualquer personagem. Sim, ele é cego, e ele tem sentidos aprimorados. Mas não há nenhum dialogo expositivo como pista para você e nenhuma representação visual/gráfica de seu "radar". Mesmo no meio de uma luta (e há uma abundância de maravilhosos combates), tudo é feito por trilhas de áudio sutis.

Nós não temos que gastar uma enorme quantidade de tempo com Vincent D'Onofrio como Wilson Fisk nestes primeiros episódios, mas ele é um masterclass em ameaça subestimada. D'Onofrio é talvez menos fisicamente imponente que seu o seu homólogo dos quadrinhos (na verdade, menos até mesmo que Michael Clarke Duncan no filme de 2003), mas mais do que recebe o seu ponto de vista. Não se preocupe, ele recebe um momento tipicamente "Rei do Crime" que deve silenciar qualquer duvida, embora eu não possa imaginar que exista alguma.



Todos os membros do elenco de apoio fazem algum tipo de trabalho pesado. Rosario Dawson faz de Claire Temple um personagem muito mais animado e crucial do que você poderia esperar, e Vondie Curtis Hall é perfeito como Ben Urich. Há também uma certa espontaneidade mágica e aparentemente verdadeira acontecendo entre Elden Henson e Deborah Ann Woll (a beldade loira-ruiva, ou seria ruiva-loira da foto abaixo) como Foggy Nelson e Karen Page. Na maior parte do tempo na tela, o vilão destes primeiros cinco episódios vem de Toby Leonard Moore como o homem braço direito de Fisk, Wesley, que é uma peça suave e desagradável de trabalho.


As cenas de luta são todas espetaculares, com lotes de chutes a distância para se certificar que você pode ver cada golpe certeiro Há uma em especial no segundo episódio, que é com folga a briga mais espetacular que eu já vi em qualquer projeto de super-herói, e ela deve satisfazer até o mais aficionado por filmes de ação mais endurecido. Você vai saber quando vê-la, e eu espero que seja isso o que todo mundo vai estar falando nas primeiras horas após ver o episódio.

A violência é consideravelmente mais gráfica do que temos vindo a esperar da Marvel, então prepare-se. Como o lado mais emocionante de Demolidor é o jeito como ele coloca sua violência não-vigilante, eu vejo aqui uma questão preocupante, e é a primeira vez que vemos esse tipo de distinção. É uma abordagem única, mas se isso fosse uma versão teatral, Demolidor estaria flertando com uma classificação mais adulta. Se você é uma daquelas pessoas que aguardam ver a Marvel assumindo uma visão mais "Punisher" por esses dias, é uma aposta segura que o personagem pode existir em toda sua glória, assassinando em massa dentro dos limites da Marvel Cinematic Universe.

Mesmo que você ache que está começando a ver super-heróis demais por ai ultimamente, você não vai querer perder Demolidor. Vigilantes mascarados e vingadores de capas podem vir como ondas, mas mesmo o melhor deles (Arows, quando é acionado em todos os seus cilindros, e o consistentemente bom Flash) tendem a ficar muito perto da fórmula semanal. Esse, não é o caso aqui. Embora haja certos elementos semelhantes que Demolidor embrulha em cada episódio, não há duvida, não há vilão da semana.

Em vez disso, ele está metodicamente passeando... tanto que é difícil de dizer, depois de cinco episódios, se tudo vai realmente em frente assim até o final. Eu suspeito que ele vai, no entanto. Demolidor não está interessado em tecnologia sci-fi lisa projetada por Toni Stark, ou a SHIELD, ou no humor descontraído dos seus primos da tela grande. Este tem a sua própria história ao nível da rua para contar, o Universo Marvel que se Dane.

E tudo é muito bem filmado (um pouco escuro, as vezes. Não custa lembra que estamos falando de um super-herói cego), com um olhar que é muito mais parecido com True Detective do que o perpetuamente ensolarado Agentes da SHIELD. Ele ainda se sente mais cinematográfico do que varias outras ofertas teatrais da Marvel. Os dois primeiros episódios, por exemplo são dirigidos por Phil Abraham, que tem vários episódios de Mad Man para seu credito de direção, mas que também serviu como diretor de fotografia em outras dezenas de episódios de Os Sopranos, o que pode ajudar a explicar essa série com um olhar distintamente HBO.

Se esse for o nível de qualidade que podemos esperar do futuro da séries Marvel no Netflix - Jessica Jones, Luke Cage, Punho de Ferro e Os Defensores -, então eu suspeito que teremos um par de anos especial de coisas pra ver. Demolidor é o primeiro projeto de super-herói de TV que se sente como um objetivo maior. Não faça quaisquer outros planos quando for sua hora de começar a assistir.


Cozinhando na Cozinha do Inferno

- Isso pode ser uma estranha maneira de dar um ponta-pé inicial, mas fiquem com esse velho nerd, vocês não se arrependerão das coisas que pesquisei pra vocês. 

- Vocês verão que não se deve ter nenhuma compaixão pela lamentável cegueira de Matt Murdock. Querem saber de mais um motivo para isso? Então imagine uma lama tóxica fazendo seu caminho para os esgotos de Nova York e provocando a mutação de quatro tartarugas e um rato. Não, é serio, a origem do Demolidor foi uma grande inspiração para as historias em quadrinhos das Tartarugas Ninjas Mutantes originais. Aposto que essa você não sabia.

- Matt tem 9 anos aqui. Na maioria das versões das histórias em quadrinhos, Matt era um adolescente (15 talvez, se você perguntar a Frank Miller e seus amigos). Suponho que não é tão importante, mas você veio aqui procurando coisas estranhas certo? Então tem mais.

- O principal vilão da luta no cais é Turk Barret. Turk é um bandido menor que foi pendurado ao redor do mundo do Demolidor desde de Daredevil #69 em 1970. Ele até apareceu no telefilme O Incrivel Hulk. Ele foi o vilão cortado do filme de 2003, Demolidor o Homem sem medo que ia ser vivido pelo rapper e ator de filmes B, Coolio. Mesmo não sendo um super-vilão ele tem um pedigrre e tanto, eu acho.

- A luta do cais é poderosa e semelhante a que ocorreu em Daredevil #159 (que saiu em 1979). Aquela pequena escaramuça não envolvia tráfico de seres humanos, mas envolvia, do mesmo modo, Turk Barret tendo a bunda achatada pelo Demolidor, bem como o DD batendo uma bala para longe com seu cassetete (É mesmo um cassetete aquilo?) Foi também a segunda edição da lendária participação de Frank Miller como artista de Daredevil.

- "O incidente" há que as pessoas continuam se referindo e, que faz de Hells Kitchen uma área dominada pelo crime (em oposição ao ridículo paraíso onde vivem os ricos longe do mundo real em Nova York), é a grande batalha em Os vingadores. É um toque agradável, indicando que os danos materiais e o caos geral do clímax desse filme teve consequências duradouras que não poderiam ser exploradas em outros filmes-mitologia do Universo Marvel.

- Wesley é mais um daqueles tipos de super-vilões que gravitam em torno do Demolidor. Ele fez sua primeira aparição em Daredevil #227 (1986), de Frank Miller, como parte da incrível história Daredevil: Born Again. Dizem por ai que basicamente, se você quiser saber o que sera uma terceira ou quarta temporada de Demolidor basta ler Born Again, mas eu não sei se tem por aqui.

- Nos créditos de abertura de cada episódio, há um agradecimento em destaque para Stan Lee e Bill Everet. Sei que em se tratando de Demolidor todo mundo faz uma confusão sobre Stan Lee, mas ele só co-criou esses personagens e nunca desenhou um único quadrinho. É bom ver a Marvel destacando e homenageando Bill Everett, que não apenas co-criou Demolidor, mas também criou Namor, O Príncipe Submarino. Ele é um dos grandes artistas da chamada era de ouro do quadrinhos.

Isso é tudo que O Velho Nerd tem para vocês nesse domingo. Vou ver os outros episódio (sim foi tudo no Netflix de uma vez , como de costume), e se merecer, eu volto com uma nova revisão.


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