segunda-feira, março 02, 2015

The Maze Runner - Correr ou Morrer

The Maze Runner - 2014
Dir: James Dashner
Elenco: Dylan O'Brien, Thomas Sangster, Will Poulter.

Sabe quando você posterga assistir a um filme simplesmente porque tem preconceito a respeito do mesmo? Porque ele não parece bom ou porque alguém o vendeu de forma errada? Então, quando finalmente decide assistir ao negócio acaba se deparando com algo surpreendentemente bom? Este é o caso de Maze Runner - Correr ou Morrer, longa metragem de 2014 que adapta para os cinemas o livro de mesmo nome, escrito pelo americano James Dashner.

A obra conta a história de Thomas, um rapaz que acorda no meio de uma clareira cercada por gigantescos paredões de concreto, completamente desmemoriado. Lá, Thomas se depara com outras dezenas de garotos, das mais variadas idades, em uma situação idêntica à sua: presos à clareira e sem memória. Thomas aos poucos vai descobrindo que, naquele lugar, naquelas condições, os garotos (não há garotas na Clareira) desenvolveram uma comunidade elaborada baseada em castas e com regras e hierarquias bem definidas. Lá dentro eles caçam animais e cultivam alimentos, tem sua própria cultura e suas próprias tradições e suas próprias gírias com traduções escrotas. E também que todos vivem cercados por um labirinto gigantesco que se abre de manhã cedo e se fecha à noite. E, exceto pela casta dos corredores, absolutamente ninguém tem permissão para entrar no labirinto pois, dentro dele, existem criaturas malignas que tiram o sono dos garotos: os verdugos (grievers, no original). E somente os corredores podem adentrar as infindáveis paredes do labirinto e, durante o dia, explorá-lo em busca de uma saída.

Porém, com a chegada de Thomas (que logo começa a questionar o modo de vida da Clareira), a ordem na comunidade é abalada. E uma série de eventos eventos catastróficos tem início.
Em um cenário de cinema onde adaptações de obras infanto-juvenis medíocres se alastram pelas salas de cinema, Maze Runner surpreende pela qualidade e pela ideia intrigante. Não é algo infalível mas, cena após cena, a sensação que fica é aquela de quando você subestima muito uma pessoa e ela te surpreende fazendo algo não exatamente inesperado, mas fazendo bem feito. Você ergue a sobrancelha e pensa, "mas olha só! Que surpresa!".
Maze Runner é bem filmado, bem fotografado, possui efeitos visuais muito competentes e pontuais, possui boas atuações (o elenco principal torna a experiência muito fluída, além de ter ótimos coadjuvantes) e possui uma construção de roteiro muito funcional. Atinge níveis de tensão escandalosos, de prender a atenção do expectador de forma contínua e não se torna, em momento algum, cansativo. E isso é um feito e tanto.
Confesso que, em certo momento do longa, eu estava questionando minha própria existência, pensando: "eu não deveria estar gostando disso! Porque eu estou gostando disso?"
Anos atrás tentei ler o primeiro volume da série Maze Runner e foi uma das experiências mais terríveis da minha vida! O já citado James Dashner escreve terrivelmente mal, o que só torna a adaptação ainda mais surpreendente.

Apesar disso, há elementos extremamente forçados no roteiro: as gírias usadas à exaustão pelos moradores da Clareira não são nada convincentes, o destino dos garotos que são feridos pelos verdugos também é bastante questionável e o surgimento de certo personagem em certo momento do filme, que deveria ser um baita plot twist, não muda absolutamente nada. O final do filme, apesar de não ter me desagradado, também parece destoar de tudo o que já foi mostrado, além de um pouco apressado. E ainda ficam muitas pontas soltas a ser explicadas, o que é igualmente corajoso e irritante.

Quando Maze Runner acabou, eu queria imediatamente ver a continuação daquela história. Tive até medo de pesquisar e descobrir que a sequência não havia sido oficializada. Por sorte ela foi e veremos uma continuação mais cedo que imaginávamos. Ainda esse ano, para ser mais exato.

Aqui está um universo distópico que merece atenção!

PS: O amigo Assis Oliveira já havia resenhado MR aqui no 01Pd, mas fiquei tão empolgado que decidi fazer o mesmo.

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