domingo, março 22, 2015

The Hunger Games: Mockingjay-Parte 1 (2014) - Jogos Vorazes


The Hunger Game: Mockingjay - Parte 1, o mais recente capítulo da série Jogos Vorazes, é tudo crescente em tensão e absolutamente nenhuma resolução (de alguma forma) para a ainda relutante heroína Katniss Everdeen, mas isso não quer dizer que seja um filme ruim. É como um triunfo de designe de produção, efeitos visuais, figurinos e ação, que se sente impossível de não gostar, mesmo que você não aprecie o final abrupto.

Lembra como você ficou insatisfeito com o fim de Star War - O Império Contra-Ataca quando os heróis foram derrotados e ficaram olhando pela janela? Comparativamente, esse capitulo é igualmente decepcionante, e é essencialmente duas horas de configuração para o final da franquia prevista para novembro de 2015. Já para Katniss e o que ela vê pela janela antes dos créditos subirem, é muito mais angustiante do que o que Luke e Leia testemunharam enquanto a Millenium Falcon decolava. Ainda assim essa parte da franquia é eficaz para sua conclusão.


Embora até mesmo mais ardorosos fãs da trilogia de Suzanne Collins concordem que seu terceiro livro seja facilmente o pior romance inexplicavelmente esticado (a não ser para fazer mais dinheiro) em duas partes, quando poderia ter sido apenas um filme épico. Em uma época onde a saga Crepúsculo:Amanhecer, tornou-se dois filmes e o Hobbit uma trilogia artificialmente inchada, a expansão não é de todo surpreendente; embora provavelmente não necessária.

No entanto, o filme é em tudo e todos tão envolvente que é difícil chorar, chamando-o de sujo, inflado ou de caça-níquéis.

O diretor Francis Lawrence e os roteiristas Danny Strong e Peter Craig dão ao enredo um sentido ameaçador de urgência que é praticamente inexistente em um romance sem brilho. Além disso, há grandes performances em toda a linha e o cativante retrato de Jennifer Lawrence, em camadas de Katniss faz o protagonismo muito mais atraente do que Collins/Katniss das paginas do romance que inspirou o filme.

O filme começa com Katniss hospitalizada e devastada depois da sua última participação na competição dos jogos. Resgatada por personagens centrais  (que na verdade eram revolucionários), ela agora está escondida no imenso bunker subterrâneo em que se transformou o Distrito 13, e o coração da rebelião contra a nefasta Capital. Infelizmente, seu amado Peeta (Josh Hutcherson) não foi resgatado com ela,e assim Katniss passa o filme inteiro andando de um lado pro outro, desesperada para resgata-lo das garras do malvado Presidente Snow (Donald Sutherland). Ela observa as entrevistas de Peeta transmitidas para TV à partir da Capital e percebe sua figura macilenta e seu espirito quebrado e diz aos soluços "O que fizeram com ele". Fica claro no que ele foi forçado a se tornar, com certeza brutalmente, uma ferramenta de propaganda. Para sermos realistas, destino igual, pelo menos aqui, tem também Katniss. E aqui temos uma falha na narrativa: Há muito tempo do filme gastos para olharmos pessoas em frente a monitores assistindo propaganda de guerra cada qual tentando prevalecer em razão. Mas é tudo que o filme é como veremos: propaganda de guerra.


Como seria de esperar, Katniss também bate cabeças com os lideres da rebelião, incluindo a presidenta Alma Coin (Julianne Moore) e seu mestre de propaganda Plutarch Heavesbee (o falecido, grande Philip Seymour Hoffman) - que tem a intenção de usa-la como simbolo publico da rebelião em uma série de videos estimulantes para espalhar sua causa. Katniss vai em algumas viagens para abrir os olhos e motivar os outros distritos em guerra com a Capital. Esse é  o único perigo que corre, enquanto é acompanhada por uma equipe de filmagens. É tudo como Katniss diz quando Coin, a presidenta do Distrito 13, protesta sobre tais façanhas perigosas: "Certifique-se de que a câmera pegue tudo".

A maior parte do filme se passa a noite ou no bunker, tornado-o visualmente mais escuro e menos fantasioso no tom. Este é o primeiro filme  da série em que não existem criaturas bizarras, não há competições de jogos vorazes frenéticos, e não há indicações de forma excêntrica em exposição na capital. Há um nível moderado de realismo aqui. Além disso, as limitações de alcance do filme facilmente fazem a ação se sentir ainda mais confinada, o que permite algum desenvolvimento significativo dos personagens.

Junto, no decorrer do filme, muitos personagens são autorizados a crescer e se desenvolver, para se salvar provavelmente. Entre eles Haymitch (Woody Harrelson). Gale (Liam Hemsworth) torna-se um líder e determinado lutador, e não apenas um terço sonhador de um triangulo amoroso. O guerreiro Finnick começa a revelar algumas de suas cicatrizes emocionais. Mesmo a avoada Effie Trinket (Elizabeth Banks) passa a fazer cinema sem fazer uso de suas perucas e guarda-roupa excêntrico, o que a deixa de mau humor com seu lenço de cabeça marzipã.

Enquanto isso visões repetidas torna mais claro que Katniss, na verdade, não faz tudo nesse filme de 2 horas, exceto aparecer em peças de propaganda, atirar algumas flechas, sofrer por Peeta e salvar o gato de Prim em meio as lagrimas. A raiva justa, compaixão e crescentes temores são mais uma prova da força de caráter e relatividade correspondente da atuação de Lawrence.

Ha muito e muito de fala com uma câmera no clímax do filme, ainda que Katniss nem sequer acompanha a missão de resgate de Peeta. E tudo acaba lindamente preparando o terreno para a resolução cheia de ação que nos aguarda a parte 2. Como o personagem de Hoffman diz anteriormente no filme, "Eles vão segui-la". Apesar de algumas pequenas imperfeições, a magnitude emocional trabalha bem em Mockingjay-Parte 1 e confirma que se fará o mesmo.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por comentar no 01Pd! Seja bem vindo e volte sempre!