quinta-feira, outubro 02, 2014

No Limite do Amanhã

Edge of Tomorrow - 2014
Dir: Doug Liman
Elenco: Tom Cruise, Emily Blunt e Brendan Gleeson

A trama de No Limite do Amanhã é simples: a terra foi invadida por alienígenas e eles estão detonando a humanidade. O exército é enviado para combater a ameaça, mas também é dizimado, soldados são mortos aos montes. Então, um dia, um soldado em especial entra em campo: o Tenente Bill Cage (Tom Cruise). O problema é que esse soldado é um nada, mais um bucha de canhão pra morrer em uma batalha perdida. O que não demora a acontecer: Cage morre imediatamente ao entrar em campo, se sacrificando para matar um alienígena. E, após isso acontecer, Cage acorda no começo daquele mesmo dia, vendo tudo o que havia acontecido antes se repetir. Ele mais uma vez vai ao campo de batalha, mais uma vez morre (de um jeito diferente) e mais uma vez, acorda no começo do dia. E assim em diante, Cage se vê em um loop de tempo, que faz com que ele viva e morra o mesmo dia repetida e inevitavelmente.

No mesmo campo de batalha, Cage conhece Rita Vrataski (Emily Blunt), uma super soldado que mata e destroi tudo o que vê pela frente no que se diz respeito a alienígenas, uma heroína de guerra usada como modelo para o próprio exército. Ela é tão fodona que acaba virando uma rockstar, despertando esperança e desdém por parte dos companheiros. E Cage descobre que ela já viveu a mesma situação pela qual ele está passando, o mesmo loop maluco. Ah, é bom mencionar que os soldados vão para a guerra trajando exoesqueletos que os conferem força, velocidade e habilidades que eles nunca teriam por conta própria. Esqueletos que os põem em pé de igualdade no combate às criaturas alienígenas.
E os dois se aliam com o objetivo de derrotar a ameaça alienígena e vencer a guerra, trazendo de volta o caos habitual ao planeta.

Antes disso acontecer, temos um pequeno vislumbre da personalidade do Tenente em um diálogo que ele tem com o General Brigham (Brendan Gleeson) e é algo um pouco surreal, um pouco vergonhoso. O personagem que vemos Cruise interpretar no início de No Limite do Amanhã é, provavelmente, a coisa mais diferente que o ator já fez na vida: ele é um covarde, um tenente que se esconde atrás de uma mesa porque não quer amassar a roupa e tem medo de sangue.

No Limite do Amanhã é surpreendentemente incrível. O terceiro exemplar de uma leva de ótimos trabalhos nos quais Cruise se envolveu nos últimos tempos. O ator sempre soube escolher bem seus projetos, mas, ultimamente, ele só tem acertado em cheio. A boa maré que começou com Oblivion e Jack Reacher chega a seu ponto mais alto com este filme, um épico de guerra frenético e empolgante.
É difícil enumerar as qualidades de No Limite do Amanhã: elas são muitas!
Eu poderia citar aqui a direção firme de Doug Liman (A Identidade Bourne), o bom uso do humor em cena, sem ficar exagerado ou forçado, as atuações convincentes dos dois protagonistas, a edição acelerada apenas na medida certa, dando tempo para o espectador compreender tudo o que se passa em cena (mesmo nas mais frenéticas) e tornando a sequência de repetições bem menos maçante do que ela poderia ser, o visual dos exoesqueletos, o visual das criaturas, as cenas de ação alucinantes... Não há nada de absurdamente errado que possa comprometer o longa. Nem mesmo o desenvolvimento levemente forçado do relacionamento de Cage e Vrataski, ou o leve excesso de explicações ou o tamanho dos exoesqueletos que não para de mudar... Além de que a evolução de Cage, como pessoa e como soldado, deixando de ser um covarde e se tornando o herói padrão Tom Cruise, é muito convincente. É interessante ver como o personagem vai percebendo e assumindo que ele pode ser a única esperança da raça humana e como isso o muda.

No Limite do Amanhã acaba e o espectador fica eletrizado, o cérebro demora pra desligar, dá vontade de ver mais daquilo, dá vontade de rever o filme imediatamente!


ATENÇÃO: SPOILERS ADIANTE! PARE POR AQUI SE NÃO VIU O FILME AINDA.

Em certo ponto do longa é explicado que o loop infinito é causado pelo sangue de um tipo específico de alienígena que é capaz de manipular o tempo. Ao entrar em contato com o sangue de Bill Cage, os fluidos da criatura concedem ao mesmo uma parcela deste poder, fazendo-o reviver e reviver várias vezes a mesma batalha. Já no final do filme, quando Cage finalmente mata o Ômega, o "alien rei", o cara acaba perdendo a própria vida. Mas antes disso ele é banhado no sangue da criatura e volta no tempo, para antes da primeira batalha, quando os aliens foram derrotados antes mesmo que pudessem causar um estrago muito maior.
Minha teoria é: assim como anteriormente, Cage entrou em contato com o sangue do alien, o que o colocou em um novo loop temporal. Sem a ameaça alienígena e sem nada que pudesse matá-lo imediatamente, aquele loop não precisaria ocorrer a curto prazo, mas a longo prazo ele iria ocorrer de qualquer maneira.
Tornando Bill Cage imortal. Todas as vezes que ele morresse, fosse de velhice, em um acidente ou em uma nova invasão, ele voltaria para aquele ponto em específico e viveria tudo de novo, com suas memórias perfeitamente intactas...

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