Mas queria dedicar este post também aos meus alunos do 8° ano do Colégio Menino Jesus – em especial à Maria Eduarda, que estava viajando junto comigo quando apresentei esta playlist durante uma aula de Filosofia. Então, para o bem ou para o mal, cheio de músicas faltantes, aqui vai o primeiro post da série “Awesome Mixes”.
1. Still Loving You – Scorpions (Love At First Sting, 1984)
É, eu tinha dois anos quando esta belezura foi lançada. Mas como já falei aqui anteriormente, minha relação com a música é antiga. Lembro-me de, aos oito ou nove anos, já ter minhas rádios preferidas – e estilos. “Still Loving You” fez parte de minha infância e abocanhou um bom pedaço de minha adolescência, antes mesmo de eu saber o que significava sua letra – o caso da maioria das músicas dessa lista que segue. Mesmo assim, quando a escuto, acende-se em mim uma saudade agridoce daquela época em que, da música, eu só entendia de sentir.
2. Sunshine of Your Love – Cream (Disraeli Gears, 1968)
Sabe aquele sentimento que te invade às vezes e que fala, aos gritos, que você não pertence à época em que nasceu? Ele vive aqui comigo. Escutar “Sunshine of Your Love”, do Cream, é viajar no tempo e embarcar na psicodelia poderosa de Baker, Bruce e, claro, Eric Clapton com sua poderosa guitarra. “Sunshine...” faz parte de minha história mais recente, e tal clássico merece figurar em meu legado aos meus filhos.
3. Reptilia – The Strokes (Room On Fire, 2004)
Esse poderia ser meu epitáfio: “Por favor, não me desacelere quando eu estiver muito rápido!”. A clássica canção dos Strokes é rápida e intensa como uma corrida desesperada, e faz com que você pise cada vez mais fundo no acelerador ao som da voz louca e embriagada de Julian Casablancas. Evitem dirigir ao som desta, meus filhos queridos. Pode se tornar uma viagem vertiginosa. J
4. Get Lucky – Daughter (cover) (2013)
Podemos dizer que 2013 foi o ano de “Get Lucky” e do Daft Punk? Sim, podemos, responde um feliz Pharrell, e o resto de nós concorda. Mas esta versão da banda inglesa Daughter, meus caros, esta aqui traz um clima completamente diferente à dançante música do duo francês: ela é sombria e úmida, e traz junto ao seu baixo marcante e de sua guitarra onipresente a voz elegante e sussurrada de Elena Tonra, garantindo uma outra música – tão boa quanto a original. E Nicholas e Julia já a adoram desde já.
5. Babe I’m Gonna Leave You (Led Zeppelin, 1969)
Era o ano de 2001 quando eu começava a aprender a apreciar o bom e velho Rock clássico, e esta canção me deu tudo o que tinha em minhas noites solitárias e madrugadas escuras, alimentando paixões e remorsos mal compreendidos. A voz dela ecoava em meus ouvidos durante aqueles instantes, e eu mergulhava fundo na sombria promessa que surgia em sua letra. Nessa época, Led Zeppelin era a minha banda preferida, e eu sonhava e dormia e acordava ao som da guitarra pesada e cuidadosa de Page, e dos gritos roucos de Plant. A promessa deles já me dizia que o futuro é feito de despedidas e de arrependimentos. Pena que eu não soube escutar, e quando pensei que havia entendido percebi que não aprendera nada...
6. Live Forever – Oasis (Definitely Maybe, 1994)
Era o ano de 1997, e eu estudava no Liceu do Ceará. Fiz grandes amigos lá, mas uma das melhores era a Cirlane, uma ruiva branquinha e muito, mas muito mais inteligente que eu. Devo a ela muitas coisas boas, e entre elas está o fato de que ela me ensinou a gostar de Oasis. Ela era tão ciumenta de seus CDs, mas ela os emprestava a mim, e eu passava as tardes e noites viajando ao som dos irmãos Gallagher. Graças a ela.
Boas lembranças... gostaria muito de reencontrá-la e colocar o papo em dias, e de tocar violão com ela e saber como anda. Possa você Live Forever, Cirlane, onde quer que esteja.
7. Me and Bobby McGee – Janis Joplin (Pearl, 1971)
Janis, ah, Janis… como viajei pensando e lembrando ao som de sua voz rouca, com saudades de quem me mostrou esta música e representou o sentimento dela para mim... anos iniciais no CH da UECE, escrevendo poesia e estudando Filosofia. E apaixonado. Escutá-la é voltar àquela época bacana.
Como é bom e ruim relembrar.
8. Passive – A Perfect Circle (EMOTIVe, 2005)
Poucas pessoas gostaram do Constantine de Keanu Reeves e Francis Lawrence. Eu sou uma dessas. E sabe o que mais? A trilha sonora do filme também é muito bacana – Brian Tyler. Mas essa música me marcou muito, e foi minha porta de entrada para conhecer A Perfect Circle e seu trabalho fantástico e devastador. Combina demais com o filme, e eu gosto de ambos, e ela é permanente em minha playlist de Rock.
9. The Spy – The Doors (Morrison Hotel, 1970)
The Spy é a trilha sonora de um sonho. Poderia ter feito parte da trilha de Inception numa boa, mas talvez – quem sabe? – alguém tenha a ousadia de me invocar para fazer a seleção de músicas de um filme foda e, com certeza, ela estará lá, e aí já era. O Rei Lagarto canta e, hipnoticamente, as portas da percepção se abrem. Essa entrou recentemente na playlist, mas já é cativa. É simplesmente fantástica.
10. You Know My Name – Chris Cornell (Casino Royale OST, 2006/Carry On, 2007)
Que eu sou fã de James Bond todo mundo já sabe. Que a música do Cornell é um dos Bond Themes mais fodas, todo mundo também já sabe. E essa tem história: ainda no verme após ver Casino Royale, eu tocava essa música incessantemente para o Nicholas ainda na barriga da mãe. Em janeiro o filho da mãe chegou e, adivinha? Ele se acalmava e dormia ao som desta! Nicholas começo bem, chegando com trilha sonora compartilhada. Ou devo dizer Nich00las?
11. Bohemian Rapsody – Queen (A Night At The Opera, 1975)
Quem nunca viajou ao som desta epopeia onde um jovem tenta se retratar de seus erros cometidos? Onde todo o talento de Mercury, May e Taylor transborda em uma atmosfera de sonho que questiona a realidade? O início simples e vagaroso, o crescendo intenso e o desfecho sereno e cheio de resignação? Oh, baby... a beleza desta rapsódia transcende toda e qualquer definição.
12. Gimmie (Gimme) Shelter – The Rolling Stones (Let It Bleed, 1969)
Em tempos de guerra e de descrença, em tempos de fim de era, nenhuma música é mais justa que “Gimme Shelter”. Uma das obras primas de Jagger, Richards e companhia, podemos perceber a revolta e o poder que vêm da não aceitação da destruição da paz e do amor pelo homem. A interpretação da letra e o clima sombrio e niilista da canção, apoiados pelo backing vocal supremo de Merry Clayton, transformam esta numa das músicas mais épicas de todos os tempos.
Estamos todos procurando por abrigo nestes tempos em que nada mais faz sentido.
13. My Sweet Lord – George Harrison (All Things Must Pass, 1970)
Por esses dias passados, estava eu conversando com meu amigo e mestre Assis Oliveira sobre o poder desta canção do Beatle Quieto em passar uma sensação de paz e felicidade. É uma canção sincera de agradecimento à divindade (Krishna, Deus, seja ela qual for), tão rica e honesta que é capaz de tocar seu coração. Desde sua execução simples aos vocais apaixonados de Harrison, tudo isso faz com que ela seja uma das músicas mais marcantes de todos os tempos.
14. Seven Nation Army – The White Stripes (Elephant, 2003)
Essa música foi responsável por me apresentar ao The White Stripes, há muito tempo atrás. O baixo intenso e subterrâneo, a bateria marchante, tudo isso contribui para que esta seja uma daquelas que fica marcada em sua memória e entre automaticamente para a lista das melhores. Eu costumava andar/correr entre trabalho e faculdade ao som dela – uma bomba auditiva, um exército indestrutível de um homem só. Eita!
15. Shine On You Crazy Diamond – Pink Floyd (Wish You Were Here, 1975)
Essa é uma das músicas que falam por si mesmas. Cheias de silêncios e de profundas escuridões, essa homenagem a Syd Barret em suas nove partes é um daqueles momentos em que a Música olha para si mesma e percebe-se plena. Aqui temos o Pink Floyd em toda a sua essência, misterioso e multifacetado.
16. Shadow On The Sun – Audioslave (Audioslave, 2002)
Caramba, doze anos desde que o Cornell formou uma das bandas mais fodásticas de todos os tempos? E o que dizer deste primeiro disco, uma bomba sonora feita de uma mistura entre Soundgarden e Rage Against The Machine? A voz rouca de Cornell e a guitarra insana de Tom Morello... putz...
E então temos “Shadow On The Sun”, que toca numa das cenas mais belas do filme “Colateral” – um dos momentos mais poderosos de toda a cinematografia de Michael Mann. Sério, não tem cmo dissociar o filme dela. Intensa, cheia de sentimento de culpa, escura, úmida, quente e salobra – como uma noite de verão em Los Angeles – ou em Fortaleza.
Simplesmente foda demais.
17. Cryin – Aerosmith (Get a Grip, 1993)
Houve uma época em que alguns canais de televisão “fechada” ficaram disponíveis para nós, pobres mortais pobres, via UHF, em Fortaleza. Era 1997, e eu morava na casa do meu tio enquanto fazia o 1° ano do Ensino Médio.
- Cara, estou mesmo ficando velho.
Voltamos. Então, como eu dizia, havia a MTV (“A” MTV, pois, alguns anos depois já não haveria nem sombra dela, somente uma programação paupérrima e clipes cada vez mais pasteurizados), e eu passava as tardes e as noites ligado, clipe após clipe, absorvendo músicas como um viciado. E havia também, é claro, a Alicia Silverstone no auge de sua beleza adolescente. Sem falar que, meu, é um musicão – pouco antes do Aerosmith virar pop demais.
É, definitivamente, tempus fugit.
18. Wicked Game – Chris Isaak (Heart Shaped World, 1989)
E lá se vão vinte e cinco anos.
Eu sempre fui fã de rádio – talvez isso possa ser explicado pelo fato de pertencer à geração de transição entre o analógico e o digital, ou talvez eu apenas seja um saudosista. O fato é que, quando ouvi essa música pela primeira vez, ainda criança, ela me marcou como uma daquelas experiências epifânicas que guardamos profundamente. Trago sempre comigo a lembrança de seu belo clipe em preto e branco, da guitarra chorada e da voz melódica de Chris Isaak, e o sorriso me traz a memória de que foi uma das primeiras que aprendi ao violão.
19. Linger – The Cranberries (Everybody Else Is Doing It, So Why Can’t We?, 1993)
Uma das mais lindas canções que já foram feitas e lançadas, Linger reside no coração e na memória afetiva de milhões de seres humanos desde 1993. Ela fala de amor de uma maneira desesperada e desiludida, e parte de sua beleza está justamente na tristeza que ela passa através da doce voz de Dolores O’Riordan, que canta sobre seu primeiro beijo.
Amemos e soframos juntos, então.
20. Wild Is The Wind – David Bowie (Station To Station, 1976)
Essa é uma daquelas canções que você só sabe amar, e que cada versão já passa a existir como épica. A versão de Bowie é uma das mais poderosas e intensas que conheço, rivalizando com a de Nina Simone em beleza e poder. Ela fala sobre a selvageria do amor ventania, de como ele chega e arrasta e arrasa tudo, e durante a execução da música você realmente se sente carregado por um vendaval. Insano, profundo, poético. Porque selvagem é o vento.
2. Sunshine of Your Love – Cream (Disraeli Gears, 1968)
Sabe aquele sentimento que te invade às vezes e que fala, aos gritos, que você não pertence à época em que nasceu? Ele vive aqui comigo. Escutar “Sunshine of Your Love”, do Cream, é viajar no tempo e embarcar na psicodelia poderosa de Baker, Bruce e, claro, Eric Clapton com sua poderosa guitarra. “Sunshine...” faz parte de minha história mais recente, e tal clássico merece figurar em meu legado aos meus filhos.
3. Reptilia – The Strokes (Room On Fire, 2004)
Esse poderia ser meu epitáfio: “Por favor, não me desacelere quando eu estiver muito rápido!”. A clássica canção dos Strokes é rápida e intensa como uma corrida desesperada, e faz com que você pise cada vez mais fundo no acelerador ao som da voz louca e embriagada de Julian Casablancas. Evitem dirigir ao som desta, meus filhos queridos. Pode se tornar uma viagem vertiginosa. J
4. Get Lucky – Daughter (cover) (2013)
Podemos dizer que 2013 foi o ano de “Get Lucky” e do Daft Punk? Sim, podemos, responde um feliz Pharrell, e o resto de nós concorda. Mas esta versão da banda inglesa Daughter, meus caros, esta aqui traz um clima completamente diferente à dançante música do duo francês: ela é sombria e úmida, e traz junto ao seu baixo marcante e de sua guitarra onipresente a voz elegante e sussurrada de Elena Tonra, garantindo uma outra música – tão boa quanto a original. E Nicholas e Julia já a adoram desde já.
5. Babe I’m Gonna Leave You (Led Zeppelin, 1969)
Era o ano de 2001 quando eu começava a aprender a apreciar o bom e velho Rock clássico, e esta canção me deu tudo o que tinha em minhas noites solitárias e madrugadas escuras, alimentando paixões e remorsos mal compreendidos. A voz dela ecoava em meus ouvidos durante aqueles instantes, e eu mergulhava fundo na sombria promessa que surgia em sua letra. Nessa época, Led Zeppelin era a minha banda preferida, e eu sonhava e dormia e acordava ao som da guitarra pesada e cuidadosa de Page, e dos gritos roucos de Plant. A promessa deles já me dizia que o futuro é feito de despedidas e de arrependimentos. Pena que eu não soube escutar, e quando pensei que havia entendido percebi que não aprendera nada...
6. Live Forever – Oasis (Definitely Maybe, 1994)
Era o ano de 1997, e eu estudava no Liceu do Ceará. Fiz grandes amigos lá, mas uma das melhores era a Cirlane, uma ruiva branquinha e muito, mas muito mais inteligente que eu. Devo a ela muitas coisas boas, e entre elas está o fato de que ela me ensinou a gostar de Oasis. Ela era tão ciumenta de seus CDs, mas ela os emprestava a mim, e eu passava as tardes e noites viajando ao som dos irmãos Gallagher. Graças a ela.
Boas lembranças... gostaria muito de reencontrá-la e colocar o papo em dias, e de tocar violão com ela e saber como anda. Possa você Live Forever, Cirlane, onde quer que esteja.
7. Me and Bobby McGee – Janis Joplin (Pearl, 1971)
Janis, ah, Janis… como viajei pensando e lembrando ao som de sua voz rouca, com saudades de quem me mostrou esta música e representou o sentimento dela para mim... anos iniciais no CH da UECE, escrevendo poesia e estudando Filosofia. E apaixonado. Escutá-la é voltar àquela época bacana.
Como é bom e ruim relembrar.
8. Passive – A Perfect Circle (EMOTIVe, 2005)
Poucas pessoas gostaram do Constantine de Keanu Reeves e Francis Lawrence. Eu sou uma dessas. E sabe o que mais? A trilha sonora do filme também é muito bacana – Brian Tyler. Mas essa música me marcou muito, e foi minha porta de entrada para conhecer A Perfect Circle e seu trabalho fantástico e devastador. Combina demais com o filme, e eu gosto de ambos, e ela é permanente em minha playlist de Rock.
9. The Spy – The Doors (Morrison Hotel, 1970)
The Spy é a trilha sonora de um sonho. Poderia ter feito parte da trilha de Inception numa boa, mas talvez – quem sabe? – alguém tenha a ousadia de me invocar para fazer a seleção de músicas de um filme foda e, com certeza, ela estará lá, e aí já era. O Rei Lagarto canta e, hipnoticamente, as portas da percepção se abrem. Essa entrou recentemente na playlist, mas já é cativa. É simplesmente fantástica.
10. You Know My Name – Chris Cornell (Casino Royale OST, 2006/Carry On, 2007)
Que eu sou fã de James Bond todo mundo já sabe. Que a música do Cornell é um dos Bond Themes mais fodas, todo mundo também já sabe. E essa tem história: ainda no verme após ver Casino Royale, eu tocava essa música incessantemente para o Nicholas ainda na barriga da mãe. Em janeiro o filho da mãe chegou e, adivinha? Ele se acalmava e dormia ao som desta! Nicholas começo bem, chegando com trilha sonora compartilhada. Ou devo dizer Nich00las?
11. Bohemian Rapsody – Queen (A Night At The Opera, 1975)
Quem nunca viajou ao som desta epopeia onde um jovem tenta se retratar de seus erros cometidos? Onde todo o talento de Mercury, May e Taylor transborda em uma atmosfera de sonho que questiona a realidade? O início simples e vagaroso, o crescendo intenso e o desfecho sereno e cheio de resignação? Oh, baby... a beleza desta rapsódia transcende toda e qualquer definição.
12. Gimmie (Gimme) Shelter – The Rolling Stones (Let It Bleed, 1969)
Em tempos de guerra e de descrença, em tempos de fim de era, nenhuma música é mais justa que “Gimme Shelter”. Uma das obras primas de Jagger, Richards e companhia, podemos perceber a revolta e o poder que vêm da não aceitação da destruição da paz e do amor pelo homem. A interpretação da letra e o clima sombrio e niilista da canção, apoiados pelo backing vocal supremo de Merry Clayton, transformam esta numa das músicas mais épicas de todos os tempos.
Estamos todos procurando por abrigo nestes tempos em que nada mais faz sentido.
13. My Sweet Lord – George Harrison (All Things Must Pass, 1970)
Por esses dias passados, estava eu conversando com meu amigo e mestre Assis Oliveira sobre o poder desta canção do Beatle Quieto em passar uma sensação de paz e felicidade. É uma canção sincera de agradecimento à divindade (Krishna, Deus, seja ela qual for), tão rica e honesta que é capaz de tocar seu coração. Desde sua execução simples aos vocais apaixonados de Harrison, tudo isso faz com que ela seja uma das músicas mais marcantes de todos os tempos.
14. Seven Nation Army – The White Stripes (Elephant, 2003)
Essa música foi responsável por me apresentar ao The White Stripes, há muito tempo atrás. O baixo intenso e subterrâneo, a bateria marchante, tudo isso contribui para que esta seja uma daquelas que fica marcada em sua memória e entre automaticamente para a lista das melhores. Eu costumava andar/correr entre trabalho e faculdade ao som dela – uma bomba auditiva, um exército indestrutível de um homem só. Eita!
15. Shine On You Crazy Diamond – Pink Floyd (Wish You Were Here, 1975)
“Tu te lembras de quando éreis jovem? Tu brilhaste como o sol.
Agora há em teus olhos um olhar que é como buracos negros no céu
Brilhe, Diamante Louco.”
Essa é uma das músicas que falam por si mesmas. Cheias de silêncios e de profundas escuridões, essa homenagem a Syd Barret em suas nove partes é um daqueles momentos em que a Música olha para si mesma e percebe-se plena. Aqui temos o Pink Floyd em toda a sua essência, misterioso e multifacetado.
16. Shadow On The Sun – Audioslave (Audioslave, 2002)
Caramba, doze anos desde que o Cornell formou uma das bandas mais fodásticas de todos os tempos? E o que dizer deste primeiro disco, uma bomba sonora feita de uma mistura entre Soundgarden e Rage Against The Machine? A voz rouca de Cornell e a guitarra insana de Tom Morello... putz...
E então temos “Shadow On The Sun”, que toca numa das cenas mais belas do filme “Colateral” – um dos momentos mais poderosos de toda a cinematografia de Michael Mann. Sério, não tem cmo dissociar o filme dela. Intensa, cheia de sentimento de culpa, escura, úmida, quente e salobra – como uma noite de verão em Los Angeles – ou em Fortaleza.
Simplesmente foda demais.
17. Cryin – Aerosmith (Get a Grip, 1993)
Houve uma época em que alguns canais de televisão “fechada” ficaram disponíveis para nós, pobres mortais pobres, via UHF, em Fortaleza. Era 1997, e eu morava na casa do meu tio enquanto fazia o 1° ano do Ensino Médio.
- Cara, estou mesmo ficando velho.
Voltamos. Então, como eu dizia, havia a MTV (“A” MTV, pois, alguns anos depois já não haveria nem sombra dela, somente uma programação paupérrima e clipes cada vez mais pasteurizados), e eu passava as tardes e as noites ligado, clipe após clipe, absorvendo músicas como um viciado. E havia também, é claro, a Alicia Silverstone no auge de sua beleza adolescente. Sem falar que, meu, é um musicão – pouco antes do Aerosmith virar pop demais.
É, definitivamente, tempus fugit.
18. Wicked Game – Chris Isaak (Heart Shaped World, 1989)
E lá se vão vinte e cinco anos.
Eu sempre fui fã de rádio – talvez isso possa ser explicado pelo fato de pertencer à geração de transição entre o analógico e o digital, ou talvez eu apenas seja um saudosista. O fato é que, quando ouvi essa música pela primeira vez, ainda criança, ela me marcou como uma daquelas experiências epifânicas que guardamos profundamente. Trago sempre comigo a lembrança de seu belo clipe em preto e branco, da guitarra chorada e da voz melódica de Chris Isaak, e o sorriso me traz a memória de que foi uma das primeiras que aprendi ao violão.
19. Linger – The Cranberries (Everybody Else Is Doing It, So Why Can’t We?, 1993)
Uma das mais lindas canções que já foram feitas e lançadas, Linger reside no coração e na memória afetiva de milhões de seres humanos desde 1993. Ela fala de amor de uma maneira desesperada e desiludida, e parte de sua beleza está justamente na tristeza que ela passa através da doce voz de Dolores O’Riordan, que canta sobre seu primeiro beijo.
Amemos e soframos juntos, então.
20. Wild Is The Wind – David Bowie (Station To Station, 1976)
Essa é uma daquelas canções que você só sabe amar, e que cada versão já passa a existir como épica. A versão de Bowie é uma das mais poderosas e intensas que conheço, rivalizando com a de Nina Simone em beleza e poder. Ela fala sobre a selvageria do amor ventania, de como ele chega e arrasta e arrasa tudo, e durante a execução da música você realmente se sente carregado por um vendaval. Insano, profundo, poético. Porque selvagem é o vento.
* * *
E assim se vai a primeira postagem de uma longa série. Não sei quando será o próximo, mas sei que irá acontecer. Ficamos então no aguardo. Abraços a todos.
P.S.: Vejam que tomei o cuidado de situar as músicas em seus respectivos discos e anos de lançamento, para que sua busca por informações (caso queira, claro!) seja mais acurada.
P.S.: Vejam que tomei o cuidado de situar as músicas em seus respectivos discos e anos de lançamento, para que sua busca por informações (caso queira, claro!) seja mais acurada.
Valeu!
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