quinta-feira, fevereiro 26, 2015

Operação Cavalo de Troia - J.J. Benítez - Seção 01Dia - Repostagem



UM LIVRO PRA MEXER COM SUA CABEÇA



(Passando por aqui pra inaugurar a Seção "01Dia". Estou devendo a postagem de ontem. A chuva de ontem me deixou sem PC e não vai dar para cumprir o calendário de postagem. Vou improvisando por aqui, mas prometo q postagem de GOTHAM para o proximo sábado - Trago-lhes a re-postagem de resenha sobre um dos livros mais importante que já li e que acho que todos os ateus e não-ateus deveriam ler)

Em 1987 chegava ao Brasil uma das mais intrigantes e polêmica obras de JJ Benitez, o jornalista/escritor espanhol afeito a investigar e escrever sobre mistérios envolvendo alienígenas e narrativas bíblicas. Entre suas obras estão também, Astronautas de Yaveh, O Mistério da Virgem de Guadalupe. O OVNI de Belém, Eu Julio Verne, A Rebelião de Lúcifer, entre outros. Nenhum deles é tão intrigante quanto OPERAÇÃO CAVALO DE TROIA.


Qualquer leitor que se aventurar em Operação Cavalo de Troia, ao seu final, só poderá se perguntar: É tudo isso verdade? É uma pergunta sem resposta nascida sobretudo da consistência da narrativa, da postura do seu autor revelada no prefácio e da confusão mental provocada por não se saber se estamos diante de uma obra de ficção, ou de uma investigação jornalistica. Benitez não se define como um escritor, ele, segundo ele, é um jornalista e suas habilidades como tal, se revelam sobretudo, na primeira parte da obra. Nessa primeira parte ele narra como foi contactado pelo ex Major da Força Aérea, que então recluso no México, esconde o maior segredo da humanidade. Seria do seu desejo compartilhar com Benitez as paginas do diário de bordo de uma viagem.

Segundo o misterioso Major, em 1973 a NASA, junto com setores do governo americano teriam realizado uma viagem a época de Jesus para investigar o lapso de tempo da narrativa bíblica sobre os três últimos dias da vida do Nazareno. O major de Codinome Jasão, junto com outro oficial teriam tomado parte da missão como tripulantes de um artefato que havia pousado devidamente camuflado eletronicamente, junto ao monte das oliveiras. Sua missão seria contactar o próprio Jesus Cristo como observador a distância dos acontecimentos que ele viveu em seus últimos dias na terra. O major teria sido escolhido para missão justo por seu ceticismo e imparcialidade, mas é tocado pelo encontro e a narrativa assume um tom mais delicado e humano. Aquilo que as autoridades desejam esconder, ele , o Major, agora, tocado pela profundidade dos acontecimentos que nem são arranhado pelas narrativas dos evangelistas, deseja revelar a humanidade, por julgar que seria algo do qual nenhum ser humano deveria ser privado de conhecer.

A aventura de Benitez começa por ter que viajar por várias partes do planeta, fugindo dos agentes da CIA e do FBI, para recolher o extenso diário de bordo que resultou, além desse, em 8 outros livros, cada um com uma narrativa distinta e abrangendo fatos ainda ligado a Jesus. O intrigante fica por conta da consistência com que é escrito, tanto no diário como na busca por suas páginas. Somado a isso, temos ainda as extensa notas de rodapé do livro, que de tão grandes, ocupam paginas inteiras do mesmo. Nestas notas estão escritas algumas das principais teorias sobre a possibilidade de viagem no tempo a partir do que conhecemos como física das partículas e a Teoria da Relatividade aplicada as mesmas. O resultado é que temos quase três livros em um só, com muita informação que seriam absurda para uma narrativa ficcional, mesmo creditando tudo isso a imaginação fértil de um escritor. Mas lembrem-se, Benitez não se diz um escritor, nem aqui e nem em nenhuma de suas outras obras igualmente instigantes.

Não há quem fique indiferente ao que está lá, mas é algo que necessita de um certo desapego as crenças de seus leitores. Quanto a min, que sempre fui desapegado das minhas e movido pelo ceticismo, fiquei inclinado, por um solido convencimento, a ver tudo como algo mais além que a mera ficção. Tudo é muito desconcertante, o encontro de Jasão com Jesus é um dos momentos mais brilhante da narrativa, a descrição que Jasão faz dele, é cuidadosa, meticulosa e cientifica até o momento em que Jesus sai da multidão na casa de José de Arimateia e se dirige a ele como se soubesse previamente de sua missão. Jasão havia sido preparado para a viagem, estudado os costumes e uso daquela época e se apresentava como Elias, um comerciante grego que também estava curioso sobre aquele homem. Então ele é aceito na casa e presencia sua chegada, mas Jasão ou Elias, o nosso Major, não estava preparado para aquele encontro, havia o cuidado por parte dos comandantes da missão de que ele não interferisse em nada e ao que parece foi uma decisão de Jesus essa aproximação que não será repetida dai em diante, ainda que Elias tenha estado em muitos outros momentos observando a tudo.

Muito se falou sobre uma adaptação cinematográfica sobre o livro, e até onde eu sei, o mais próximo disso foi a aquisição dos direitos do livro pelo ator Morgan Freeman, Eu gostaria de vê-lo nas telas.

Se você deseja se aventurar nessa obra, faça, e não tenha em mente que seja compromisso ler todos os volumes, o primeiro por si, já é algo fascinante sobre a vida desse intrigante personagem que é Jesus. Mas aconselho que antes de fazê-lo deixe sua roupa velha na entrada.

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Em seguida, a entrevista de Benitez na 58ª Feira do Livro de Porto Alegre, em 2012:

Quando J. J. Benítez entrou na Sala dos Jacarandás, no Memorial do Rio Grande do Sul, ficou claro por que ele era um dos nomes mais aguardados desse fim de semana na Feira do Livro. O escritor espanhol foi ovacionado por aplausos de centenas de leitores, fãs da série Operação Cavalo de Troia, iniciada nos anos 1980 e com o último livro, Caná, lançado em 2011 no Brasil.

Quando se sentou para a conversa com o público no começo da noite de sábado, Benítez anunciou que não saberia muito bem sobre o que devia falar e que tudo estava em seus livros. No fim, transformou a fala em um discurso sobre suas obras e as pesquisas que realiza desde 1977 a respeito da vida de Jesus de Nazaré – sem deixar de polemizar.

Sucesso entre os anos 1980 e 1990 graças a sua série, Benítez hoje não está mais no ápice de sua popularidade, mas provou ser conhecido o bastante para ter protagonizado a palestra mais concorrida até agora Feira. Aos olhos de quem costuma participar dos encontros com escritores, o número de pessoas da plateia foi surpreendente. A fila para o acesso à sala da palestra tomou as escadarias e o hall do Memorial do Rio Grande do Sul, o que normalmente não se vê na Feira do Livro. Tudo para ver o grande, polêmico e consagrado autor espanhol.

Cavalo de Troia 9 – Caná foi a obra que encerrou a serie depois de outras oito. Mas o que marca essa última obra?

— É que pesa muito. Um quilo e 300 gramas — brincou o escritor.

Iniciada em 1987, a saga se completou somente no ano passado por um motivo. Segundo Benítez, em 2011, completaram-se 30 anos da morte do major da Força Aérea dos Estados Unidos no qual o escritor diz ter se inspirado em seus livros.

— Eu prometi que publicaria este último livro 30 anos após a morte do Major. Escrevi os outros de maneira que o último fosse lançado no aniversário de sua morte — revelou.

Apesar desse último livro da saga já ter sido lançado, o autor disse que não encerrou sua história sobre Jesus. Ele garantiu que tem material suficiente para mais três livros. O próximo deve ser lançado em abril, intitulado El dia del Relámpago.

Ficção ou não, Benitez tem um poder de atração que se demonstrou pelas pessoas que formaram as grandes filas para ouvir sobre suas teorias e estudos e, mais tarde, receber uma dedicatória. A professora Cleny Vescia de Souza, 77 anos, que fez fila para receber o autógrafo do escritor, leu todos os livros da Operação Cavalo de Troia.

— Sou apaixonada. Pra mim, tem muita realidade, pela busca e pelos milhares de quilômetros viajados atrás das histórias que relata — diz.

O que ele disse sobre...

...a Igreja:

"Há perseguição e crítica por parte dos setores mais conservadores. Suponho que é normal, pois estou atentando contra o seu negócio. A igreja vende salvação".

...a Bíblia:

"Ela é a palavra de homens. Eu gostaria de saber como a Bíblia seria escrita por uma mulher. Ela não é a palavra de Deus. Isso me traz muitos inimigos, mas tenho a obrigação de dizer o que penso".

...a Religião:

"Para mim, a única religião é a arte"

...a ufologia:

"Continuo fazendo as minhas investigações, mas em silêncio. Publicarei algum dia".

... a vocação:

"Eu não queria ser jornalista e nem escritor. Eu queria pintar".

Um comentário:

  1. Eita! Bota pra lascar, Assis! Ainda mais esse, que tem u significado tão forte. Abraços!

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