sábado, março 15, 2014

Resurrection - O piloto da série - Primeiras impressões


Estreou muito bem no último dia 9 a série na TV americana Resurrection. Uma comparação com a série francesa Les Revenantes é inevitável, mas existem diferenças já à partir de suas fontes de inspiração ou adaptação.



A série americana é uma adaptação do livro The Retunerd escrito por Jason Mott, e embora existam semelhanças por causa do tema ela não tem nada a ver com a serie francesa. A série francesa é uma criação de Frabrice Gobert exibida também na Bélgica e na Suécia, (No Brasil HBO Max), com muito sucesso em oito episódios ao longo de 2012 e há a promessa de retorno de uma segunda temporada em 2014. É uma adaptação do filme, também Francês de 2004, They Came Back (Les Revenants). Ela recebeu uma aclamação universal pelo mundo e um Emmy Internacional por melhor Série Dramática. Resenhamos a mesma por aqui Les Revenants e recomendo fortemente que você leia e assista, se possível, a serie francesa antes de começar a ver a americana. Então que fique bem claro, não estamos diante de um remake da serie francesa e que não nem tem como base o filme francês do mesmo nome.

Enquanto Les Revenants investiu fortemente em elementos sobrenaturais e um certo horror contido e perturbador, talvez ainda seja cedo pra dizer, mas Resurrection optou pelo caminho do drama. Uma fotografia ensolarada demais para meu gosto, para carregar um tema tão complexo e obscuro. E os problemas não param por ai. Ajudaria muito para a dramaticidade da série se nosso primeiro ressuscitado estivesse um pouco mais confuso, mas sua confusão não é maior do que a dos pais e parentes que têm que lidar com o retorno de ente querido morto há 32 anos. O tempo avançou para para todos, mas o garoto Jacob ainda é o mesmo desde a sua morte quando reaparece a centenas de quilômetros de casa na zona rural chinesa. Repatriado para os Estados Unidos, um encarregado da imigração é designado para entregá-lo em um instituição até que se descubra suas origens, mas este consegue se comunicar  com Jacob e descobre que sua e casa e família se encontram em Arcádia, uma cidade do Missouri. Já aqui algo que incomoda: como alguém que está fora do mundo dos mortais há tanto tempo consegue abrir um aplicativo de um smarthphone e escrever nele?


Resurrection traz ao público alguns nomes de peso. Como, por exemplo, Omar Epps ( interpretando J. Martin Bellamy), que é mundialmente conhecido como o Dr. Eric Foreman, de House, e Dennis Grant, personagem regular em E.R.  Traz, também, a veterana Frances Fisher, que carrega consigo uma extensa carreira de sucesso no cinema e na televisão (lembram-se da megera mãe de Rose, em Titanic?), e Kurthwood Smith, o Red Forman de That ’70s Show. Os demais são atores não muito conhecidos pelo público, mas que têm a chance de se tornarem. 

No resto do episódio começamos a conhecer os personagens em torno da família de Jacob e mais um ressuscitado que aparece  no final do piloto.

É muito difícil julgar já agora a partir do que vimos, e o que foi tão pouco, se a série vingará como algo interessante. Mas é ainda mais difícil se resolvermos comparar por todo caminho, o que está acontecendo com o que foi a série francesa. Les Revenants foi tratado como muito mais sensibilidade e com um ritmo que o assunto requer, e eu não creio que está conseguirá tratar do tema com a humanidade que ele requer optando mais pela dramaticidade. O que faz Les Revenants interessante é o elemento de terror que parece não ter o compromisso de assustar e que nos consegue deixar de forma brilhante sem resposta e ainda assim nos manter colado a ela até o final.


Uma interessante cena foi a reação de um amigo, que tem a idade que Jacob tem de desaparecimento Ele era o amigo mais próximo de Jacob e se tornou o presbítero da cidade, portanto, aquele que deverá confortar os demais com a lucidez que a situação requer. Justo ele é o mais afetado, o aparecimento inexplicável, miraculoso de Jacob o deixa transtornado, e nem sua fé é o suficiente diante do que não se explica. E ele confidencia isso a uma pessoa que lhe é próxima dizendo: "Passei dez anos rezando por um milagre, e quando estou diante de um, não consigo acreditar" Ainda que eu não esteja surpreso diante do seu espanto, é como eu acho que a humanidade dentro de cada um, até mesmo daqueles que deveriam compreender algo assim, reagiriam diante do que está acontecendo. Eu seguiria por essa linha para manter as coisas dando certo na série, mas me arrisco a dizer, mesmo sem ter lido o livro, que a coisa seguirá mais uma linha investigativa, com agentes do estado se metendo no assunto. A presença do agente da imigração, que agora tem que explicar as seus superiores por que diabos não fez o que foi mandado, é uma indicação disso.

O final do episódio, com Jacob tocando piano ao fundo, nos dá uma deixa para o próximo – uma deixa bastante promissora, aliás. A série tem um bom roteiro em boas mãos, a direção soube trabalhar bem em cima do piloto, instigando ao máximo a curiosidade do telespectador. E deixar algo para o segundo episódio só colabora para aumentar consideravelmente a nossa curiosidade.


2 comentários:

  1. O negócio do smartphone eu até relvo porque o garoto volta ainda criança. Eu digo isso por experiência: criança é um negócio assustador por natureza. Vejo meus sobrinhos, que acabaram de surgir no mundo, dominando tecnologia como se fosse algo instintivo e isso faz todo o sentido pra mim. Se ele houvesse voltado velho, aí sim seria descabido. Mas o que me surpreendeu mesmo foi a audiência absurda que a série teve, até agora eu não entendi isso.

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  2. Também pensei assim pra digerir o que vi, mas ainda assim não fiquei convencido. Quanto a audiência absurda atribuo a fama de Les revenantes.

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