Baseado no livro autobiográfico do oficial do exército polonês Slamovir Rawicz, o filme conta a história de como um grupo de refugiados saiu de um gulag na Sibéria e viajou mais de 6.500 quilômetros até a Índia em busca de liberdade, atravessando neve e deserto e ultrapassando seus limites.
Um filme espetacular sobre uma das maiores atrocidades humanas. Ele coloca em perspectiva um dos diversos crimes cometidos pelo comunismo que só foi ao conhecimento publico depois da queda do regime soviético. Em 1989 o escritor e dissidente soviético Alexandre Soljenítsin trouxe a luz no ocidente, seu livro Império Gulag. Os relatos sobre a existência das desumanas prisões na sibéria para onde eram mandados todos os discordantes do regime foi fortemente negado, desacreditados e desmerecidos por todos os esquerdistas e demais partidos comunistas do mundo.
Você ira se conectar com os personagens dentro desse filme. Você ira rir com eles, você vai chorar com eles, mas certamente você irá sentir a sua determinação em busca de um lugar seguro, um lugar onde existe a LIBERDADE. São mais de 6 mil quilometros, mas entre permanecer num dos piores lugares do mundo já criado para privar os humanos de sua humanidade e se lançar em fuga em um caminho insopto e perigoso, eles preferem num ato de bravura, o sonho de liberdade. Nada poderia lhes garantir o sucesso da empreitada, mas qualquer coisa seria melhor que o Gulag, um lugar capaz de roubar sua humanidade, mas sobretudo lhe tomar o espirito.
As cegas, o grupo de sete pessoas se lançam a contornar os mais de mil quilômetros ao longo das margens do lago Baikal para atingir a fronteira da Mongólia além da ferrovia transiberiana. O fim da jornada não sera o final da caminhada, mas um recomeço, depois de descobrir que o comunismo já tinha chegado até lá pelas mãos dos Chineses. As esperanças da maioria se desvanece, mas Janusz (Jim Sturgess), um homem para quem a bondade seria a sua desgraça segundo um cara apenas conhecido como "Senhor" (Ed Harris), acredita que seguir em frente, atravessar o Himalaia pelo Tibet e chegar a Índia ainda é um caminho de esperança. Além do Cínico americano, o senhor e Janusz nosso grupo tem ainda um cristão Russo, Um desenhista de quadrinhos um chef de pastelaria, um ladrão e um polonês com cegueira noturna, que não permanecerá muito tempo na jornada. O grupo se mantem unido na crença que Janusz pode guia-los, ele é o único que sabe se orientar pelas estrelas a noite e pelo sol escaldante do deserto. No mais, o grupo não se une, cada um tem sua própria motivação para fugir. Logo uma nova personagem em fuga de uma fazenda coletiva Russa irá se juntar ao grupo, Irena (Saiorse Ranan), conseguira unir a grupo. Ela consegue romper a barreiras que impedem que os membros do grupo se comuniquem entre si para contar cada um a sua história de como foram condenados ao Gulag. Ela ouve cada um e, por força das circunstâncias, vai contando aos outros, as história é como se espera, dor, sofrimento e sobretudo injustiças. Cada um foi levado as prisões russas porque se opunham a sua maneira ao regime de terror e opressão levado por Stalin aos seus países dominados pelo comunismo. A dor, o sofrimento, a morte de alguns deles e sobretudo a esperança de chegarem a um lugar livre acaba por unir a todos. A mais tocante história é a de Janusz, que foi preso e condenado a partir da confissão sob tortura, da própria esposa. Ele sabe que só ele pode perdoar a esposa, por isso continuará caminhando mesmo depois de chegar a Índia até que o comunismo deixe a sua polônia e ele possa voltar pra levar o perdão a esposa. Nosso cínico senhor tem uma história igualmente dolorosa e por isso e apesar de fugir com o grupo não acredita em perdão, apenas a história de Janusz lhe devolve a esperança quando ele está preste a morrer de fome e sede.
Todos os atores estão aqui muito bem... e eles fazem bem em seus papéis. Colin Farrell se vê assumindo um papel respeitável em um filme respeitável - e faz um trabalho muito bom para ele - e ainda consegue trabalhar um sotaque russo, surpreendentemente bem, na verdade! Saoirse Ronan é incrível nisso. Dada a sua juventude, ela consegue atrair o público com a história e a seriedade de sua personagem. Os outros atores vão bem, apesar de serem relativamente desconhecido no cenário de Hollywood, todos contribuem com a química para fazer a viagem e a verdadeira resistência do grupo crível. A fotografia é imensa, com tomadas de partes da Rússia , Mongólia, Tibet e Índia - apenas ajuda a perceber a vastidão da jornada. A maior parte da jornada é filmada olhando atentamente para os personagens, mas isso é o que é crucial para o público apreciar a história. Você não pode ter 2 horas e 13 minutos de belas paisagens e ver as lutas íntimas com cada um dos personagens ... por isso o diretor faz bem em misturar os dois. O público pode ver apenas o que as lutas e dificuldades são ... mas são tratados com algumas tomadas surpreendentes do cenário, que fazem você perceber o quão incrível essa viagem era.
Os Gulags foram o legado principal e mais desumano do momento da história em que o regime comunista dominou parte do mundo. A experiência socialista foi a que mais perdeu com este momento e forneceu a munição para os críticos da única alternativa até hoje, ao chamado capitalismo democrático. Nenhum regime pode ser apropriado ao povo, que é para quem mais importa, se não tiver permeado com a liberdade. Liberdade principalmente para apontar sua discrepâncias e propor o que seria sua solução. O segredo para isso está ainda na Democracia.
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