Dia 25 Ano II
True Detective tem três atributos imediatamente impressionantes. A Atuação - por Matthew McConaughey e Woddy Harrelson; A escrita, pelo criador da série o romancista Nic Pizzolato e a direção de Cary Fukunaga. Ao que parece essa nova estreia da HBO goza de um sentido evidente de visão compartilhada, com Pizzolato escrevendo todos os oitos episódios e Fukunaga dirigindo todos os oitos. Talvez por isso esta série parece tão imediatamente auto-confiante como se ela já estivesse em sua terceira temporada.
A série é sobre dois detetives diferentes - um deles é um investigador da velha escola e o outro um inteligente devorador de livros - reunidos em uma investigação de assassinato com conotações ocultas e um forte cheiro de serial killer sofistificado. Não é o tipo de caso que a Divisão de Homicídios de Louisiana tenha visto antes.
True Detective se move com destreza entre 1995, quando os detetives Martin Hart (Harrelson) e Rust Cohle (McConaughey) começam a trabalhar o caso, e 2012 quando os dois são entrevistados - separadamente - por dois detetives que trabalham em um novo caso que tem fortes semelhanças (elementos desconhecidos para a assistências, o que parece excluir um imitador), com o que eles lidaram no passado. O mais impressionante, McCounaughey e Harrelson estão espantosamente diferente em 1995 e 2012. As transformações físicas são incríveis.
Nossos detetives estão as voltas com a investigação da morte de uma prostituta e a macabra cena do crime em que a vitima se encontra numa postura de oração ao pé uma arvore dentro de um canavial. Há ainda outros elementos na cena que revelam um nível de crime ritualizado. Esse tipo de série (mulher morta e toda uma temporada para investigar), há muitas, e quase todos os anos aparecem uma ou duas novas ("The Kiling", "The Bridge", são os exemplos dos últimos tempos, sem não nos esquecer dos multi-assassinatos de Hannibal e The Following). Assim o que diferencia esta de outras é a sua fotografia (a série é filmada na própria Louisiana e aqui se nota o cinza apocalíptico da terra deserta), o excelente desempenho dos dois atores principais e o argumento cheio de reflexões filosóficas-religiosas sobre o que somos, de onde viemos e nos apontando um possível caminho para onde estamos indo: as profundezas da escuridão do mal que pode atingir o homem. Esta ultima reflexão é realizada principalmente por Cohle, e são coisas desse tipo que definirão e formarão uma divisão entre quem não gosta ou gosta apenas mais ou menos da série. É que o profundo sul dos Estados Unidos não é o melhor lugar para se colocar em duvida o Nosso Senhor Jesus cristo e o plano do pai para a humanidade como faz a todo momento o Cohle de McConaughey. A série está indo e vindo entre dois momentos distintos e no presente os detetives tem que relembrar os fatos, talvez não como eles se passaram, mas como os mesmos ficaram gravados em suas mentes. Com isso podemos ver que, embora o desenvolvimento do inquérito inicial seja importante, com sua galeria de personagens afetados e sua descida ao inferno, o que realmente é diferente é o lado a lado entre os atores e o que eles descobrem em seus interiores. O ritmo é muito lento e estático, com as coisas a vezes sendo transmitidas com um simples olhar ou um tom de voz, e sempre com economia de gestos
Por último, gostaria de dizer, que por tudo isso não estamos exatamente diante de um, mas diante do primeiro dos "romances visuais" por assim dizer, de um conjunto de narrativas independentes com ligações entre si. Se tiver sucesso (e tudo indica que sim a nível da crítica especializada) não serão histórias de um mesmo desfecho, mas diferentes e fechadas desde o inicio. Algo parecido com o que vem acontecendo com "American Horror Story", que já tem três temporadas com três histórias diferentes de terror, embora repetindo os atores.
Por último, gostaria de dizer, que por tudo isso não estamos exatamente diante de um, mas diante do primeiro dos "romances visuais" por assim dizer, de um conjunto de narrativas independentes com ligações entre si. Se tiver sucesso (e tudo indica que sim a nível da crítica especializada) não serão histórias de um mesmo desfecho, mas diferentes e fechadas desde o inicio. Algo parecido com o que vem acontecendo com "American Horror Story", que já tem três temporadas com três histórias diferentes de terror, embora repetindo os atores.
A série é um desses golpes de efeito aplicado pela rede HBO de vez em quando para lembrar a todo os outros que em se tratando de produção televisivas ela está em outro nivel
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