segunda-feira, janeiro 06, 2014

The Butler / O Mordomo da Casa Branca 2013

Dia 06 Ano II

Filme: The Butler/O Mordomo da Casa Branca (2013) IMDb 7,0
Diretor: Lee Daniels
Roteiro: Danny Strong e Will Haygood
Elenco: Forest Whitaker. Oprah Winfrey. Jonh Cusack, Terence Howard, Jane Fonda, Cuba Gooding Jr., Lenny Kravitiz. James Mardsen, Vanessa Redgrave, Robin Williams e mais.

A história real de Cecil Gaines (Forest Whitaker), o homem que serviu a oito presidentes como Mordomo da Casa Branca. O movimento  dos direitos civis, Vietnã e outros grandes eventos que afetaram a vida deste homem, a família e a sociedade americana.



Cecil Gaines era filho de um meeiro nas plantações de algodão que cresceu na década de 1920 como empregado domestico para a família branca que casualmente destruiu a sua. Ao tentar seguir seu próprio caminho e por conta própria ele se torna um excelente serviçal de um hotel. Sua eficiência e discrição na década de 1950, acabam por torná-lo mordomo da Casa Branca. Lá, Cecil serviria a numerosos presidentes dos EUA ao longo de décadas como uma testemunha passiva da história, como o movimento pelos direitos civis, ganhando força e confiança, mesmo quando sua família vivia seus próprios problemas. Como ter sua esposa Gloria (Oprah Winfrey) lutando contra o vicio do álcool e seu rebelde filho mais velho Louis (David Oyelowo), que se engaja nos movimentos mesmo a contra gosto do pai.

Antes de prosseguirmos, um atalho para esclarecer uma discussão que este filme despertou lá pelos EUA, por conta da sua falta de clareza em um ponto. Na década de 1920 a escravidão, como se sabe, já tinha acabado nos Estados Unidos. Ainda assim as condições de vida dos negros, e especialmente seus direitos era algo negado a maioria da população negra, especialmente nos estados do sul. Assim, causa uma certa estranheza as condições de vida que Cecil e a família viviam como meeiros. Cecil viu seu pai ser assassinado friamente por seu patrão ao tentar defender sua mãe de  um estupro já consumado pelo mesmo. Em suma os brancos podiam dispor da vida dos negros, e até tira-la, sem se preocupar em responder por isso. Ponto final.

Eu gostaria de ter visto como os brancos dos Estados Unidos reagiam a está história enquanto a viam no cinema, tenho quase por certo que muitos se sentiram desconfortável com o que viram. Infelizmente a existência de atrocidades e injustiças em nosso passado não muito distante, descaradamente, não significam que elas devem ser caiadas ou tocadas para fora de nosso memória coletiva. Não se tinha que passar uma impressão errada com esta obra. Em pouco mais de 2 horas, até os créditos, não há escassos minutos em que não se sinta uma farpa a nos perfurar as consciências. Não há uma intensão, menor que seja, para se relegar ao esquecimento uma parte do que ainda acontece em solo americano e em várias partes do mundo.


No coração deste filme notável está uma divisão geracional entre um pai alienado e um filho disposto a sangrar pelo que acredita ser liberdade. Logo o primogênito, a promessa de redenção. A mudança, o perdão, o arrependimento e a catarse também são elementos cruciais neste "inspirado em fatos reais". Um drama pintado em propaganda eleitoral com um pano de fundo histórico. Embora ele não destaque o progresso imenso feito pela sociedade americana à partir do sonho de Martin Luther King, obviamente há uma tendência ressaltando o fato de que está área é uma daquelas que envolve uma constante auto-reinvenção para assegurar a melhoria continua.

Um elenco irrepreensível, uma atuação digna de Oscar de Forester Whitaker, um ator com uma veia dramática poderosa e convincente. Não poderia haver outro melhor para fornecer ao papel a profundidade que ele necessita. A surpresa de Oprah, Gloria a esposa. A mulher que apesar de seus erros, sempre apoiou o marido. Definitivamente, uma ousadia da parte dela fazer essa personagem.

O roteiro faz uma ponte crucial entre dois momentos cruciais da história. O momento que Cecil percebe que para lidar com o mundo do homem branco, teria que ter duas faces, e estar sempre em silêncio competente e invisível ao seus olhares. Aqui temos o nascedouro da alienação politica de Cecil, e o que o leva a separação com o filho primogênito. Ele sente que perdeu o filho para uma causa politica e isso doeu mais que perder o mais jovem para a guerra no Vietnã. Mais tarde, quando Nancy Regan o convida, junto com sua mulher, para se sentar a mesa durante um banquete oficial, ele se dá conta da mentira que sustentou por toda uma vida, então ocorre a catarse e ele deseja a reconciliação com o filho vivo.

"Aqueles que ignoram a História... estão condenados a repeti-la"

Ao todo, está é uma ótima maneira de passar 2 horas e 15 minutos. Se você estiver aberto a um estudo de dualidades, você sera recompensado com um entretenimento de alta qualidade e algumas coisas para pensar na cama mais tarde


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