-17.
Houve uma época em que eu vivia diariamente de minha raiva. Era meu combustível e minha droga: raiva alimentava raiva que gerava raiva num círculo vicioso que acabou em uma mão quebrada e algumas cicatrizes - no corpo e na alma.
Mas há uns dias...
Dias negros, cansativos, lentos e densos, em que você fica dividido entre a raiva - velha amiga - e algo que te ajude a achar o centro.
Hoje eu fico com Rumer, minha nova paixão.
"Parece a Karen Carpenter" - diz alguém que a escutar pela primeira vez. Sim, lembra, mas a doçura de Rumer é diferente. É mais... madura, feita de um monte de emoções e pedaços de coração partido.
Nascida no Paquistão, crescida na Inglaterra, ela tem uma voz suave e sedosa que te convida a olhar para dentro e remexer naquelas velhas arestas do passado. Amores quebrados, pontas soltas, becos sem saída... sonhar novamente com o amor perfeito, desistir do cinismo e, repentinamente, ver-se apaixonado mais uma vez.
Ter dezesseis anos novamente, com toda a ingenuidade e inocência de outrora.
Uns dias...
O disco de hoje chama-se "Season Of My Soul", lançado em 2010. É um daqueles que pode te salvar ou terminar de te jogar na masmorra da autopiedade - mas não por causa dela. É a música, o que ela causa.
Acho que deve ser algo com a lua.
Destaco aqui: "Slow", "Take Me As I Am", "Am I Forgiven?", "Thankful" e "On My Way Home". Mas todas as outras são perfeitas.
Espero que vocês escutem e tornem-se fãs deste grande talento.
Até.
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