domingo, dezembro 15, 2013

Raça Humana - Gilberto Gil, ou: Cheiro de vinil

-14.

Minha vida musical passou por quatro grandes fases: a influência do rádio na infância, com minha mãe; a fase das fitas-cassete, com meu pai; a adolescência entre os vinis de meu tio Pereira; e a abertura de mundo/expansão de universo da faculdade. Dessas, acho que a mais importante - sem desmerecer as outras, claro! - é a terceira, onde acredito que tenham se estabelecido as bases de meu gosto musical.



Dessas tardes clássicas ouvindo vinis clássicos num aparelho de som Sony três em um top de linha, com fones de ouvido profissionais, ficaram excelentes lembranças sensoriais: o cheiro dos discos e das capas; a textura dos álbuns; as cores das artes; o cheiro quente da casa; a voz de minha avó me chamando, lá de baixo, para tomar café às três da tarde...



Enfim.

Destes discos que escutei repetidas vezes, trago aqui hoje um de 1984: "Raça Humana". Um disco rico, cheio de sonoridade plural e diversa, que flerta com o Rock e o Reggae de maneira natural e orgânica. O talento de Gil neste disco é inquestionável, e você até esquece que ele foi um ministro mais-ou-menos ao ouvir a crítica social impressa em suas canções.



Enfim.

O disco é muito bom: coeso, arrumado e original, soa moderno e fora do tempo - por não ser, necessariamente, identificável como algo da década de 1980. As letras de Gil são de uma qualidade e criatividade inimitáveis. Extremamente bem produzido pelo Liminha, vale cada segundo de sua audição.



Um dos melhores discos de Gilberto Gil.

Longos dias e belas noites.

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