segunda-feira, dezembro 16, 2013

Last Ride

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Last RIde - 2009
Dir: Glendyn Ivin
Elenco: Hugo Weaving, Tom Russell, Anita Hegh

Pai e filho dentro de um carro em uma viagem sem volta e sem destino certo. O garoto, Chook (o excelente Tom Russell), de dez anos mal compreende o mundo no qual vive, não sabe porque está nessa viagem, não entende os motivos do pai e não sabe se quer seguir adiante. O pai, Kev (o mais que excelente Hugo Weaving), tem suas razões e seus modos, é um homem rude, bruto e sólido.
O cenário é a árida Austrália, suas paisagens mais inóspitas, o lugar onde tudo quer te matar. E é nesse cenário que se desenvolve o embate épico entre pai e filho, a última jornada daqueles dois que, depois dali, jamais voltarão a ser os mesmos.

Last Ride, que chegou ao Brasil direto para o DVD (mais que justo pois não se trata de um filme comercial) sob o título Em Busca de Redenção, conta a jornada dessas duas personagens: Chook e Kev, pai e filho fugindo de algo que não se sabe o que e indo para qualquer lugar. Tudo o que se sabe é que Kev fez algo grave, não se sabe o que e nem a razão, mas isso o motivou a colocar o filho dentro de um carro contra a vontade do garoto e a arrastá-lo por aí, pelos piores lugares possíveis.
O comportamento do pai é agressivo, violento em alguns momentos. O garoto chora, reclama, mas se mantém firme durante todo o percurso. O expectador fica em uma posição difícil, querendo saber o que está acontecendo para dar ou não razão ao pai ou ao garoto e, conforme se vai vendo, a necessidade de se escolher um lado vai ficando mais forte.
Quando os segredos começam a ser revelados é tão desconcertante, tão violento que essa necessidade vai embora, você simplesmente decide esperar e ver onde vai dar.


Last Ride é sobre jornadas, sobre ritos de passagens, é sobre envelhecer, tanto no caso do pai quanto no caso do garoto, sobre se tornar homem e sobre vida e morte.
Não é um filme fácil de se ver, tampouco de se escrever a respeito: há tanta coisa ali e tão pouco que se pode falar sem revelar demais. É feito para se ver em silêncio, com toda a calma que demanda, casa vazia, sabe como é? 

E o que dizer sobre fotografia? Sobre direção? Atuações? Implacável!
E é uma experiência fantástica, com um final arrepiante! Um filme absolutamente poderoso.

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