sexta-feira, dezembro 27, 2013

Enterrado Vivo

-4 dias (por que diabos não colocamos esse contador desde o começo???)
Buried - 2010
Dir: Rodrigo Cortés
Elenco:  Ryan Reynolds, José Luis García Pérez, Robert Paterson

Enterrado Vivo, de 2010, é o primeiro filme americano do diretor espanhol Rodrigo Cortés. Acompanhamos aqui a história de um homem que acorda amordaçado, em um local apertado e escuro sem saber onde está, nem como foi parar ali. Tudo o que ele tem consigo, além das roupas do corpo, são um celular, um isqueiro, um bastão luminoso e uma faca. Logo o homem, Paul Conroy (Ryan Reynolds) descobre, por meio de uma voz ameaçadora ao telefone, que foi sedado, sequestrado e enterrado vivo.
Conforme o longa se desenvolve conhecemos um pouco mais de Paul e compreendemos as ações do dono da voz ao telefone. Paul na verdade é um caminhoneiro que estava em um trabalho no Iraque e foi capturado por ser americano. Seu sequestrador quer usa-lo para conseguir dinheiro ou deixa-lo ali, para morrer.
Pelo telefone Paul conversa com seu sequestrador e, sem grandes resultados, negocia a própria vida. As coisas começam a tomar um rumo um pouco menos pior quando o cara consegue entrar em contato com os EUA e pedir ajuda, um contato que não se dá facilmente, visto que Paul esbarra na burocracia e por conta disso quase tem um fim dramaticamente prematuro.
O grande lance de Enterrado vivo é que o filme se passa TOTALMENTE dentro do caixote de madeira onde Paul está aprisionado e todos os diálogos, todas as atuações (exceto claro a de Reynolds) se dão por meio do telefone celular. Enterrado Vivo é claustrofóbico do início ao fim:
seja pelo fato de ter sido rodado em um espaço mínimo, seja por ser inteiramente iluminado pela chama avermelhada do isqueiro, seja por ser frenético ao extremo por se focar na luta de um homem que tem que salvar a própria vida, mas que não consegue sequer se mover... É um troço angustiante. Rodrigo Cortés já é conhecido por tornar angustiantes situações minimalistas.
Seu segundo longa, Poder Paranormal (já comentado por aqui) segue uma linha parecida, apesar de seus cenários mais amplos. É um diretor econômico, sem grandes atos, sem drama excessivo, mas que consegue imprimir à própria obra uma urgência fantástica. E em Enterrado Vivo ele conseguiu um feito e tanto: fazer o Ryan Reynolds atuar direito! O cara conseguiu arrancar uma atuação absolutamente convincente de um ator absolutamente medíocre! Deviam dar o filme do Batman pra esse cara dirigir! Talvez assim ele fizesse o Bem Affleck atuar bem.


O final de Enterrado Vivo é ao mesmo tempo desesperador e libertador. Causa uma sensação de impotência inacreditável, mas ao mesmo tempo nos dá a sensação de alívio de uma causa perdida.

Não é um filme fácil, não vai prender a atenção de todo mundo, mas é feito para ser visto e merece sê-lo.

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