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Haywire - 2011
Dir: Steven Soderberg
Elenco: Gina Carano, Michael Fassbender, Ewan McGreggor, Antonio Banderas, Michael Douglas, Bill Paxton e Channing Tatum
Steven Soderberg é um diretor versátil ao seu próprio
modo. Ele costuma alternar entre filmes autorais e comerciais de modo que possa
pagar os prejuízos causados por suas obras mais pessoais. O cara é o responsável
por obras como Traffic, Onze (e doze e treze) Homens e Um Segredo e, mais
recentemente, Contágio e Terapia de Risco. Se fosse fazer uma comparação bem
esdrúxula só pra dar uma ideia de como o trabalho do diretor funciona, diria
que ele é uma mistura de Wes Anderson e Robert Rodriguez.
Um de seus trabalhos mais recentes, mais precisamente de
2011, é o trhiller de espionagem À Toda Prova (Haywire), estrelado pela
lutadora de MMA Gina Carano. Na trama a personagem de Carano, Mallory, é uma
espiã contratada pelo governo para resgatar um jornalista que havia sido sequestrado.
A missão é um sucesso porém, logo em seguida, após entrar em uma nova missão, a
agente é traída e sofre uma tentativa de assassinato por parte da própria
agência.
É óbvio que ela sai em busca de vingança e decide matar
meio mundo para descobrir o que está por trás da traição e por que a agência
iria querê-la morta.
Não é o mais criativo dos roteiros, nem de longe o melhor
filme do Soderberg, mas há algo em Haywire que é muito atraente! Talvez seja o
ritmo lento que lembra A Identidade Bourne em alguns momentos, ou as cenas de
ação realistas, a violência explosiva... É difícil saber.
Assim como há também algo de muito errado, que faz torcer
o nariz algumas vezes e, nesse caso, acredito que seja a protagonista. Gina
Carano luta MMA profissionalmente, nunca atuou antes e não é exatamente o que
se pode chamar de uma revelação. Ela até convence na atuação e nas cenas de
luta, mas é uma atriz limitadíssima. Além de possuir um porte físico estranho, o
que faz sentido dentro da trama, mas não deixa de ser esquisito.
Em seus acertos e falhas A Toda Prova mantém um
equilíbrio. Também mantém-se equilibrado entre o autoral e o blockbuster, mantendo
a sutileza do diretor (ainda que parta para um lado um tanto mais brucutu).
Em geral os filmes do Soderberg não tem um timing muito
bom, não dá pra entender seus critérios para escolher projetos, e Haywire não
foge a essa regra. É um filme deslocado, estranho até na fotografia (que também
é um trabalho do próprio diretor sob o pseudônimo de Peter Andrews) e até mesmo
seu elenco parece ter sido escolhido aleatoriamente. Não dá pra explicar a
escalação de atores como Michael Fassbender, Ewan McGreggor, Antonio Banderas,
Michael Douglas, Bill Paxton e Channing Tatum sendo que nenhum deles
protagoniza e maioria deles não tem 15 minutos em cena.
O bacana é que, mesmo sendo tão esquisito e deslocado,
Haywire empolga absurdamente, o que me deixa em um beco sem saída desgraçado:
gostei ou não gostei do filme? Até agora não sei, sério. Não faço ideia.
É isso: texto confuso, filme esquisito, Gina Carano dando
uma surra humilhante em todos os atores do elenco (a surra que ela dá no Channing
Tatum foi de aplaudir de pé!) e eu aqui, sem saber que nota dar.
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