Dia 308
Não é minha intensão resenhar todos os episódios de uma série, e aqui vai um resumo de tudo que rolou em Master of Sex pra encerrar sua aparição por aqui. Como destaque, a partir do terceiro episódio, temos à nova sequencia abertura de crédito da nossa série de sexo preferida, que é bem legal... ela tem pepinos, trens penetrando em túneis e uma variedade de imagens eróticas e sexuais, tudo de boa qualidade e sem apelação, é claro.
Também tem uma série de flashbacks para nos mostrar como se deu o inicio da relação do Reitor Scully e o Dr. Master a partir de 12 anos antes, em 1945, na Universidade de Rochester. Em uma delas, vemos ambos assistindo a dois coelhos se enroscando, fica evidente que o estudo da resposta sexual humana tem sido uma obsessão de longa data para o Dr. master.
Eu não posso mais esconder isso de vocês. Tenho que lhes revelar a minha obsessão com a série Mestres do Sexo. Ela é o epitome de um romance cientifico explorando o que pode ser a bagunça da ciência e das ciências sociais, bem como as paixões pessoais e profissionais. Além disso, trata-se de sexologia. A série como já sabemos é vagamente baseada em um livro sobre a carreira dos dois médicos. Dois pesquisadores da sexologia humana, e que foram os primeiros a medir cientificamente o que acontece com o corpo humano, fisiologicamente falando, durante o ato sexual, especialmente durante o orgasmo. Na vida real, durante o inicio dos anos 1960, Master e Johnson tiveram que inventar novos protocolos de pesquisa para lidar com indivíduos que se encontravam muitas vezes em posições muito íntimas. E eles também tiveram que inventar novas ferramentas para fazer coisas como medir o fluxo sanguíneo para a vagina durante a excitação. Os resultados de seu trabalho foram publicados em um estudo inovador chamado Resposta Sexual Humana, que lançou os dois para a fama internacional.
A série do Canal Showtimes, entre nós exibido pela HBO, é sobre como os pesquisadores se encontraram em circunstâncias bastante difíceis no hospital onde Virginia Johnson trabalha como secretária de William Master, um renomado obstetra, especialista em reprodução humana e obcecado por iniciar um novo estudo sobre a resposta sexual - ele que usar ECG e monitores de EEG em pessoas se masturbando e tendo relações sexuais, mas é claro que a Universidade, ao qual o hospital está vinculado, não está muito a vontade com isso. Especialmente quando descobre que a maioria das "cobaias" da pesquisa são prostitutas.
Virginia é uma mãe solteira que só que ter um diploma universitário enquanto trabalha no hospital. Mas ela é também invulgarmente franca quando o assunto é sexo, especialmente quando este é um tópico da pesquisa, e assim ela rapidamente se torna peça chave no trabalho de Master. Previsível e arrumadinho, o inexperiente Master em matéria de sexo, toma um caminho errado ao usar sua pesquisa como desculpa para ter sexo com ela. Ela o recusa, não exatamente porque ela não goste de sexo, ela deseja mais o reconhecimento do seu trabalho e não excitação.
E assim começa um dos mais estranho romance que você já viu. Porque não se enganem - Master é uma especie de nerd pervertido, enquanto Virginia é a heroína mais experiente, cujo o intelecto é tão atraente quanto os seus encantos eróticos. De fato, o arco dos primeiros episódios desta temporada tem sido a estranha tensão sexual e atração que Virginia exerce sobre o doutor. Master tem um segredo obscuro, preso ao seu casamento, seu passado frio, o comportamento repressivo esconde uma paixão ardente, tanto pela ciência como por Virginia.
Não há nada melhor do que uma obscena história sobre pessoas interessantes, mas há muito mais acontecendo em Master of Sex. Eu acredito que é uma das únicas séries de televisão convencional onde uma personagem feminina carregada de sex apeal, pra não dizer coisa mais suja, é retratada em uma luz positiva. Logo no inicio, vemos Virginia em um rápido relacionamento puramente sexual com o jovem medico e pupilo de Master, Dr Ethan. Escutamos ela dizer a Ethan "amigos podem dormir juntos", estamos nos anos 1960, mulheres "decente" não diziam coisas sujas assim, nem expressavam sua sexualidade de forma tão natural especialmente na presença de um homem. Encantado, especialmente com as atitudes e a performance de Virginia, Ethan não gosta de saber que ela não pretende casar-se com ele, como faria qualquer mulher de então, mas Virginia não é qualquer mulher. Sua fúria é tanto que Ethan chega a lhe bater. Mas a série está do lado de Virginia. Ethan esta claramente representado como o machista, e ele entra em uma espiral descendente como resultado.
Percebe-se também que a gostosa Virginia é uma especie de superpotência cientifica, o que lhe permite colocar questões a vontade quando ela e Master coletam os dados. Porque ela está confortável com o sexo, ela exala um tipo de entusiasmo suave, que contrasta fortemente com o estranho formalismo e o jargão médico do Dr Master durante o estudo. E há um grande momento em que ela diz para as prostitutas que participam do estudo, que elas são as "especialistas" e é por isso que ela e Master vieram procura-las. Ela é, em outras palavras, uma comunicadora de ciência brilhante em um campo cheios de equívocos, crenças e mistificação.
Concentrando-se na carreira de Virginia a série explora um ponto de virada na história. quando as mulheres começam a entrar em áreas do conhecimento cientifico de uma maneira cada vez maior. Foi também uma época em que a expressão sexual estava passando por uma especie de renascimento, no entanto, o que é fascinante é que Virginia beneficiou-se de ambas as transformações sociais.
O melhor de tudo, Master of Sex não se constrange de mostrar-nos as circunstância ambíguas, muitas vezes obscuras do estudo. Não há culto do herói aqui. O comportamento dos mestres beira o assédio sexual, e até mesmo ao assédio geral, em muitos pontos. Muitos dos participantes ingressam no estudo pelo dinheiro oferecido, ou apenas para transar, e por isso não é exatamente uma amostragem aleatória de assuntos. Finalmente, como Johnson e Virginia estão recolhendo dados para formular a sua famosa teoria das "fases do orgasmo" nunca teremos a certeza se é ciência ou, talvez, apenas a satisfação de um fetiche sexual.
O que é inequívoco é que se trata de uma série sobre como a ciência pode iluminar partes de nossas vidas que são envoltas em repressão e censura religiosa. Em última análise, muitos cientistas tem motivações pessoais que fundamentam as opções de pesquisa que fizeram. Há sempre um elemento confuso, humano a cada descoberta cientifica. Mas isso não significa que o projeto cientifico é falho. nem significa que não temos nada a aprender através da aplicação de princípios em temas "proibidos".
Então, eu estou obcecado por esta série. É sobre ceticismo, as fronteiras da ciência e romance. Houve até um episódio sobre como uma revista em quadrinhos de ficção científica, oferece um profundo comentário sobre a natureza humana. Eu não posso imaginar como será o futuro da série, quanto a sua continuidade, mas esta primeira temporada já nos apresentou um tipo de narrativa que é extremamente raro. Mesmo na comunidade científica, sexologia ainda é considerada uma disciplina ovelha negra. Para vê-la celebrada na cultura pop é um privilegio raro - e um divertimento também.
Eu não posso mais esconder isso de vocês. Tenho que lhes revelar a minha obsessão com a série Mestres do Sexo. Ela é o epitome de um romance cientifico explorando o que pode ser a bagunça da ciência e das ciências sociais, bem como as paixões pessoais e profissionais. Além disso, trata-se de sexologia. A série como já sabemos é vagamente baseada em um livro sobre a carreira dos dois médicos. Dois pesquisadores da sexologia humana, e que foram os primeiros a medir cientificamente o que acontece com o corpo humano, fisiologicamente falando, durante o ato sexual, especialmente durante o orgasmo. Na vida real, durante o inicio dos anos 1960, Master e Johnson tiveram que inventar novos protocolos de pesquisa para lidar com indivíduos que se encontravam muitas vezes em posições muito íntimas. E eles também tiveram que inventar novas ferramentas para fazer coisas como medir o fluxo sanguíneo para a vagina durante a excitação. Os resultados de seu trabalho foram publicados em um estudo inovador chamado Resposta Sexual Humana, que lançou os dois para a fama internacional.
A série do Canal Showtimes, entre nós exibido pela HBO, é sobre como os pesquisadores se encontraram em circunstâncias bastante difíceis no hospital onde Virginia Johnson trabalha como secretária de William Master, um renomado obstetra, especialista em reprodução humana e obcecado por iniciar um novo estudo sobre a resposta sexual - ele que usar ECG e monitores de EEG em pessoas se masturbando e tendo relações sexuais, mas é claro que a Universidade, ao qual o hospital está vinculado, não está muito a vontade com isso. Especialmente quando descobre que a maioria das "cobaias" da pesquisa são prostitutas.
Virginia é uma mãe solteira que só que ter um diploma universitário enquanto trabalha no hospital. Mas ela é também invulgarmente franca quando o assunto é sexo, especialmente quando este é um tópico da pesquisa, e assim ela rapidamente se torna peça chave no trabalho de Master. Previsível e arrumadinho, o inexperiente Master em matéria de sexo, toma um caminho errado ao usar sua pesquisa como desculpa para ter sexo com ela. Ela o recusa, não exatamente porque ela não goste de sexo, ela deseja mais o reconhecimento do seu trabalho e não excitação.
E assim começa um dos mais estranho romance que você já viu. Porque não se enganem - Master é uma especie de nerd pervertido, enquanto Virginia é a heroína mais experiente, cujo o intelecto é tão atraente quanto os seus encantos eróticos. De fato, o arco dos primeiros episódios desta temporada tem sido a estranha tensão sexual e atração que Virginia exerce sobre o doutor. Master tem um segredo obscuro, preso ao seu casamento, seu passado frio, o comportamento repressivo esconde uma paixão ardente, tanto pela ciência como por Virginia.
Não há nada melhor do que uma obscena história sobre pessoas interessantes, mas há muito mais acontecendo em Master of Sex. Eu acredito que é uma das únicas séries de televisão convencional onde uma personagem feminina carregada de sex apeal, pra não dizer coisa mais suja, é retratada em uma luz positiva. Logo no inicio, vemos Virginia em um rápido relacionamento puramente sexual com o jovem medico e pupilo de Master, Dr Ethan. Escutamos ela dizer a Ethan "amigos podem dormir juntos", estamos nos anos 1960, mulheres "decente" não diziam coisas sujas assim, nem expressavam sua sexualidade de forma tão natural especialmente na presença de um homem. Encantado, especialmente com as atitudes e a performance de Virginia, Ethan não gosta de saber que ela não pretende casar-se com ele, como faria qualquer mulher de então, mas Virginia não é qualquer mulher. Sua fúria é tanto que Ethan chega a lhe bater. Mas a série está do lado de Virginia. Ethan esta claramente representado como o machista, e ele entra em uma espiral descendente como resultado.
Percebe-se também que a gostosa Virginia é uma especie de superpotência cientifica, o que lhe permite colocar questões a vontade quando ela e Master coletam os dados. Porque ela está confortável com o sexo, ela exala um tipo de entusiasmo suave, que contrasta fortemente com o estranho formalismo e o jargão médico do Dr Master durante o estudo. E há um grande momento em que ela diz para as prostitutas que participam do estudo, que elas são as "especialistas" e é por isso que ela e Master vieram procura-las. Ela é, em outras palavras, uma comunicadora de ciência brilhante em um campo cheios de equívocos, crenças e mistificação.
Concentrando-se na carreira de Virginia a série explora um ponto de virada na história. quando as mulheres começam a entrar em áreas do conhecimento cientifico de uma maneira cada vez maior. Foi também uma época em que a expressão sexual estava passando por uma especie de renascimento, no entanto, o que é fascinante é que Virginia beneficiou-se de ambas as transformações sociais.
O melhor de tudo, Master of Sex não se constrange de mostrar-nos as circunstância ambíguas, muitas vezes obscuras do estudo. Não há culto do herói aqui. O comportamento dos mestres beira o assédio sexual, e até mesmo ao assédio geral, em muitos pontos. Muitos dos participantes ingressam no estudo pelo dinheiro oferecido, ou apenas para transar, e por isso não é exatamente uma amostragem aleatória de assuntos. Finalmente, como Johnson e Virginia estão recolhendo dados para formular a sua famosa teoria das "fases do orgasmo" nunca teremos a certeza se é ciência ou, talvez, apenas a satisfação de um fetiche sexual.
O que é inequívoco é que se trata de uma série sobre como a ciência pode iluminar partes de nossas vidas que são envoltas em repressão e censura religiosa. Em última análise, muitos cientistas tem motivações pessoais que fundamentam as opções de pesquisa que fizeram. Há sempre um elemento confuso, humano a cada descoberta cientifica. Mas isso não significa que o projeto cientifico é falho. nem significa que não temos nada a aprender através da aplicação de princípios em temas "proibidos".
Então, eu estou obcecado por esta série. É sobre ceticismo, as fronteiras da ciência e romance. Houve até um episódio sobre como uma revista em quadrinhos de ficção científica, oferece um profundo comentário sobre a natureza humana. Eu não posso imaginar como será o futuro da série, quanto a sua continuidade, mas esta primeira temporada já nos apresentou um tipo de narrativa que é extremamente raro. Mesmo na comunidade científica, sexologia ainda é considerada uma disciplina ovelha negra. Para vê-la celebrada na cultura pop é um privilegio raro - e um divertimento também.
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