terça-feira, novembro 26, 2013

Le Noms des Gens / Os Nomes do Amor (2013)

Dia 330

Filme: Le Noms des |Gens  (2011) - IMDb 7,1
Diretor: Michel Leclerc
Roteiro: Baya Kasmi, Michel Leclerc
Elenco: Sara Forestier, Jacques Gamblin, Zinedine Soualem 

A Extrovertida jovem ativista de esquerda faz sexo com seus adversários políticos de direita acreditado ser possível converte-los a sua causa usando sua sexualidade desenfreada. Até que ela será vitima do seu próprio jogo.


Bahia Banmahmoud (Sara Forestier), uma jovem de espirito liberal, vê o engajamento politico de uma maneira notavelmente engraçada. Ela não hesita em fazer sexo com aqueles que não concordam com suas idéias. Ela considera que os homens que se colocam a direita na politica são burros na cama, por isso ela usa aquele momento único para disseminar sua ideologia. Claro que isso faz com que Bahia tenha uma vida bem agitada com muitas pessoas para fazer sexo. Bahia (lê-se Baiá) na verdade julga os homens pelos nomes que ele carrega, assim quando ela conhece Arthur Martin (Jacques Gamblin), um discreto quarentão avesso a correr riscos julga que com um nome como esse, ele tem que ser um pouco fascista. Mas os nomes são enganosos e as aparências enganam...

Uma comédia que brinca saudavelmente com a obsessão apaixonada que os franceses tem pela politica, e que ao contrario do nosso país, por exemplo, os papeis políticos são claramente definidos, com as posições e ideias francamente explicitas. Nós vamos conhecer nossos personagens a partir de sua origens familiares, com Bahia sendo fruto da união de um argelino com uma francesa hippie e Arthur ser metade judeu por parte da mãe. Os avós de Arthur, que ele não conheceram foram deportado durante a segunda guerra, deixando a mãe num orfanato com outro nome. Como vemos a questão aqui são os nomes e como eles nos definem, inclusive politicamente.

O próprio Lionel Jospin em participação no filme
Arrisco-me a dizer que qualquer outra nacionalidade que realizasse esse filme, como os americanos por exemplo, iriam construir um Arthur como uma rocha sólida e conservadora e uma Bahia jogando tudo para convertê-lo. Mas não. Esse filme é Francês e é inteligente. Arthur é um socialista nem tanto convicto, assim como Bahia não esta tão a esquerda e até confessa ter votado no eterno presidenciável de direita, Lionel Jospin. Se você não sabe quem é ele, é uma pena, você vai perder uma cena bem engraçada com a participação do próprio Jospin.


Depois de muitas cenas cômicas e longas discussões politicas sobretudo racial, um Arthur relutante acaba indo para cama com Bahia, apenas é claro, atraído pela exuberante sensualidade da moça. Ele não nutre maiores pretensões embora já se encontre apaixonado. No fundo ele sabe que nunca conseguirá conter o espirito de Bahia.

Uma das coisas mais atraente nesse filme além da politica é a beleza e comportamento peculiar de Bahia. Totalmente despojada de vergonha, inclusive da sua bela nudez, Bahia protagoniza cenas absolutamente hilarias como a que ela desfila pelas ruas de Paris, vestindo apenas sapatos e carregando sua bolsa. A moça é tão atrapalhada que sai do apartamento esquecendo de vestir-se ao tentar fazer trezentas coisas ao mesmo tempo e atender o celular.

Mas do que uma comédia romântica ele rapidamente se transforma em um filme divertido com uma camada de leitura politica bem engraçada que usa o sexo como pano de fundo sem torná-lo o centro da questão como acontece esse gênero quando ele é um produto do cinema americano. 

O roteiro é um chicote inteligente que espera muito do seu publico, especialmente o não francês, mas é preciso ter muito cuidado com uma comédia que se transforma numa mudança, ainda que leve neste caso, para uma introspecção mais grave.



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