segunda-feira, novembro 11, 2013

Kinsey: Let's Talk About Sex

Dia 315

Filme: Kinsey: Let's Talk About Sex (2004) - IMDb 7,1
Direção: Bill Condon
Roteiro: Bill Condon
Atores: Liam Neeson , Laura Linney , Chris O'Donnell e mais


Alfred Charles Kinsey (Hoboken, 23 de junho de 1894 — Bloomington, 25 de agosto de 1956) foi um entomologista e zoólogo norte-americano. Em 1947, na Universidade de Indiana, fundou o Instituto de Pesquisa sobre Sexo, hoje chamado de Instituto Kinsey para Pesquisa sobre Sexo, Gênero e Reprodução. Suas pesquisas sobre a sexualidade humana influenciaram profundamente os valores sociais e culturais dos Estados Unidos, principalmente na década de 1960, com o início da chamada "revolução sexual". Ainda hoje, suas obras são consideradas fundamentais para o entendimento da diversidade sexual humana. Sua história foi retratada em filme de 2004 intitulado Kinsey - Vamos falar de sexo. (Wikipédia).
Cinebiografias são um elemento importantes atualmente para compreender a mente e o trabalho de personalidades importantes da nossa história.


Kinsey: LTAS, é um daqueles filmes que desde o primeiro momento capta a sua atenção para só largá-la ao seu final, cumprindo o proposito de nos mostrar um homem que acima de tudo, estava convicto que tinha que deixar um legado para a humanidade. Tratando de um assunto extremamente polemico, Kinsey resolveu, sem hipocrisia, ajudar os americanos, e de quebra o resto da humanidade a lidar melhor com questões tabus de sua sexualidade. Era um salto no escuro. A delicadeza do assunto a época lhe traria algumas tristezas e decepções e a compreensão que tudo era mais complexo do que ele podia imaginar. Um filme que serve para ilustrar a forma como o trabalho do Dr. Kinsey acordou o público americano para uma melhor compreensão de sua sexualidade de forma que nínguem, até o momento, nunca tinha ousado mostrar.

Difícil em filmes biográfico, é a escolha de como começar a narrativa. A opção aqui foi começar do ponto em que Kinsey iniciou o treinamento de quatro membros da sua equipe que iam ser entrevistadores no trabalho de coleta de dados. Kinsey tinha a obsessão de entrevistar a todos que conhecia, aplicando o questionário padrão desenvolvido por ele para esse fim. Assim o que temos é ele mesmo respondendo seu próprio questionário ao seus futuros colaboradores o que funcionou muito bem.

O filme é um documentário estiloso que nos mostra a vida do Dr. Alfred Kinsey (Liaam Neeson) em diferentes momentos de sua vida. Kinsey não teve uma infância feliz ao lado do pai, um Pastor Metodista tirano, que via o pecado da fornicação em todas as invenções humanas e que nunca demonstrou amor, ou qualquer outro afeto ao filho. O jovem Kinsey passara a maior parte da sua infância na cama, vitimado por varias doenças, quando por fim toma contato com a natureza, se apaixona por ela, o que o leva a ciência biológica como consequência. Há um momento em que o jovem Kinsey nos é apresentado como escoteiro, e revela-se um forte elemento de homossexualidade que talvez, por medo, nunca vieram a tona, mas ela está lá no entanto. Já como professor na Universidade de Indiana a vida do doutor Prok, como é conhecido entre seus alunos, dá uma virada completa ao conhecer Clara McMillen (Laura Linney). É com ela que ele começa uma vida de descobertas no campo da sexualidade humana que era tabu em faculdades e universidades americanas da época. Kinsey foi o primeiro que falou sobre as coisas que nunca foram ditas de forma educada na sala de aula, até aquele momento. Sua vida foi dedicada a entender o que fez os seres humanos agirem em relação a sua sexualidade, da maneira com agem. Sem nunca ser critico, mas com um enorme discernimento para interpretar os dados e apresentá-lo de uma forma extremamente didática. Uma sociedade americana puritana foi o que ele encontrou pela frente, que reagiu fortemente contra as conclusões do doutor.



Ele era um homem à frente de seu tempo quando decidiu coletar informações sobre a sexualidade dos americanos e a publicar os resultados em um best-seller atemporal. Neeson fez um excelente trabalho, como sempre, mostrando uma estranha semelhança com o personagem. Mostrando um Kinsey complicado como de fato era, que não foi facilmente compreendido por seus colegas e alunos. Linney, de peruca escura, dá uma atuação articulada a Sra Kinsey. Ambos os atores funcionam muito bem juntos. Clyde (Peter Sargaard) com um dos assistente de Kinsey, mostra um ator que surpreende de imagem a imagem. John Lithgow que faz o pai de Kinsey, tem também seu momento fantástico, quando relutantemente aceita responder o questionário aplicado pelo filho, revelando um segredo horrível. É um momento maravilhoso feito com brilhantismo por ambos os atores sob uma direção excepcional. Outro momento digno de nota se encontra no final, onde vemos Lynn Redgrave falando diretamente para a câmera. É um dos momentos mais eficazes do filme, quando a mulher diz para Kinsey sobre a sua vida como lésbica, e como sua obra a teria salvado do suicídio.


A escala Kinsey. Percebam as cores usadas

Finalmente, em consonância com o assunto, não há diálogos, ou gráfico de representações sexuais, mas não há nada explorador ou sem finalidade narrativa aqui. É interessante notar que este filme vem na esteira de uma reação moralista de conteúdo de mídia e permissividade. Ao mostrar o quão bem-intencionados são os estudos humanos em disciplinas anteriormente tabu ajudaram a esclarecer e reexaminar o comportamento humano, Kinsey revela-se o filme certo para o momento certo. 






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