segunda-feira, novembro 04, 2013

Another Earth /A Outra Terra (2011)

Dia 308

Filme: Another Earth / A Outra Terra (2011) - IMDb 6,6
Diretor: Mike Cahill
Roteiro: Mike Cahill , Brit Marling
Atores: Brit Marling , William Mapother , Matthew-Lee Erlbach 


Rhoda Williams (Brit Marling) tem 17 anos, na noite em que sabe que foi aceita no MIT. Ela comemora com alguns amigos. Na mesma noite um duplo do planeta terra surge nos céu com infinitas possibilidades e especulações. No momento em que ela observa o pequeno ponto azul enquanto dirige, seu carro vai de encontro a outro em que estão o compositor Jonh Borroughs (William Mapother), sua mulher gravida e seu filho menor.

Um trágico acidente é o ponto de partida de uma história que eu pensava se tratar de um Sci-Fi. Cheguei a ela por causa da protagonista Brit marling, depois de vê-la em The East/O Sistema. A moça parece ter uma queda por filmes mais complexos, já que aqui, como no outro, ela tem um dedo no roteiro além da atuação.

Se você não se importar, não for um estudante, um cientista que lida com questões teóricas sobre o universo ou não liga para a gravidade, este é um filme que você tem que ver. Mas saiba que ele é uma metáfora. Uma visão imaginativa para algo que se quebrou, para uma perda de sincronicidade. Uma poesia, para aqueles que estão maior dentro de si, que já não consegue dialogar consigo mesmo e como consequência também não conseguem se conectar com os outros.

Rhoda, uma promissora astrofísica que se desconectou forçadamente, da realidade, e passou os últimos quatro anos confinada na prisão por ter causado um acidente que vitimou uma família inteira e deixou em coma, por um longo tempo, o chefe da mesma. Ela agora está de volta no exato momento em que a Terra 2 já é vista majestosamente e bela no horizonte do dia e no zênite da noite. Fascinada como sempre foi pelo espaço infinito, agora ela só pensa em recolocar as coisas no lugar aproximando-se de Borroughs, como uma expiação de sua culpa e tripular o voo que levará um seleto grupo de cosmonautas a Terra 2. Sua tarefa de expiação é infinitamente mais complexa e difícil que sua entrada para o grupo que vai para o espaço.

Mas a narrativa no fundo trata do "olhar para si mesmo" e o quanto isso é difícil de realizar, esqueça as "leis da física", não é disso que o filme trata. Tudo que importa são os personagens cativantes, a musica um tanto acústica e visual, a evolução da trama, e seu desfecho chocante de encontra-se, de novo metaforicamente, consigo mesmo. O que você perguntaria a si próprio?

O filme não é sobre gravidade como (Gravity/Gravidade), que está em cartaz. É sobre algo que aconteceu e que perturbou algum tipo de simetria cósmica e a outra terra surgiu à partir de algum universo paralelo. Um espelho cósmico? Como seria viajar até lá e encontra-se consigo mesmo? Além do drama de Rhoda, estas e outras perguntas vão sendo especuladas por meio do radio e da TV. São muitas teorias. Até as mais absurdas. Tudo converge para a relação de Rhoda e Borroughs que não desconfia de quem ela seja na verdade. Uma boa metáfora não tem que fazer sentido, não tem que dar explicações. Ela tem que ser apenas um espelho para que você se veja refletido nele, neste quesito essa aqui é perfeita.

Vendo este filme me lembrei das linhas de um poema do humanamente genial, Fernando Pessoa:

"Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no universo... Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer.(...)"


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