quarta-feira, outubro 16, 2013

The Shawshank Redemption / Um Sonho de Liberdade - Revisto

Dia 289

Filme: The Shawshank Redemptions / Um Sonho de Liberdade (1994) - IMDb 9,3
Direção: Frank Darabont
Roteiristas: Stephen King (Conto "Rita Hayworth and Shawshank Redemption"), Frank Darabont (Adaptação)
Elenco: Tim Robbins, Morgan Freeman, Bob Gunton e outros

Rever um filme que vimos há muito tempo é sempre descobrir algo novo. Rever com intuito de escrever sobre ele, algo que eu estou descobrindo, é como beber um bom vinho e descobrir sabores ainda não experimentado na vez anterior.
Baseado num conto de Stephen King (ele de novo?), "Rita Hayworth and The Shawshank Redemptiom" , o filme narra a luta de um homem falsamente condenado tentando manter a esperança e a dignidade enquanto suporta as humilhações e provações da vida na prisão. Apesar do pouco sucesso comercial no seu lançamento, o filme, assim como seu herói, triunfou apesar dos obstáculos no seu caminho e passou a ganhar com o tempo a aclamação da critica. O filme é uma história verdadeiramente ressonante que usa a dura realidade da prisão como pano de fundo para uma narrativa sobre injustiça, corrupção, amizade e finalmente, esperança.
A história começa em 1947, com o vice-presidente de um banco, Andy Dufresne (Tim Robbins), carregando uma arma e bebendo uma garrafa de whisky em seu carro, depois de descobrir a traição de sua esposa. Um salto no tempo, e já vemos Andy enfrentando um julgamento pelo assassinato de sua esposa e o amante. Embora Andy relate uma história consistente e se declare repetidamente como inocente, seu aparente distanciamento e frieza leva o júri a condena-lo por assassinato em primeiro grau. Ele é sentenciado a uma pena de prisão perpétua na notoriamente brutal penitenciaria de Shawashank. Sua personalidade pacata e tranquila atraí a atenção de Red (Morgan Freeman), que aposta que Andy sera o primeiro dos novos prisioneiros a se dobrar na prisão. Para surpresa de todos, Andy não mostra que se quebrará fácil com o sofrimento na prisão. O que acaba por lhe valer o respeito do velho Red e que mais tarde será a base de uma amizade duradora entre ambos. Infelizmente, é essa mesma dignidade que faz de Andy o alvo de uma gangue particularmente brutal de prisioneiros, conhecidos como The Sisters, que farão tudo que estiver ao seu alcance para afirmar seu domínio e quebrar seu espirito.


Apesar das degradações aparentemente intermináveis que ele é forçado a suportar, Andy finalmente descobre uma oportunidade quando escuta uma conversa de um dos guardas reclamando do pagamento de impostos sobre a herança que estaria para receber. Utilizando-se de sua experiência no mundo das finanças bancárias, ele ajuda o guarda a se aproveitar de várias brechas legais para evitar o pagamento dos impostos ficais indesejáveis sobre sua herança. O guarda fica tão contente e encantado com a competência de Andy que informa aos outros guardas sobre o ocorrido. Sua fama logo chega também ao conhecimento do hipócrita diretor da prisão (Bob Gunton). Ao invés de usar sua nova posição como favorito dos guardas estritamente em seu próprio benéficio, Andy usa sua influência para obter favores que beneficiem seus companheiros de prisão, incluindo a instauração de uma biblioteca na prisão e um programa de educação.. Através de seus esforços, ele lembra seus companheiros de sua humanidade e proporciona-lhes a motivação para continuar. Andy acaba por descobrir que o diretor ordenou a execução de um detento (Gil Bellows), a fim de evitar que a verdade sobre a condenação de Andy venha à luz. Ao tomar conhecimento dessa revelação, ele arquiteta um plano que o tornará uma lenda entre seus companheiros de prisão.

Através das performances de seu excelente elenco, Um  sonho de Liberdade é capaz de fazer de um simples conto de um homem condenado injustamente, um filme de proporções épicas. Tim Robbins com sua  interpretação centrada dá o tom emocional do filme e faz um Andy calmamente desafiador. Sua abordagem discreta para o personagem permiti-lhe incorporar tanto o banqueiro educado que é apresentado ao publico no começo da trama, como o herói corajoso que continua a inspirar seus companheiros. Mas apesar da excelente interpretação de Robbins, é Morgan Freeman com seu desempenho memorável que o transforma no sábio e melhor amigo de Andy. Freeman impregna Red tanto com um um senso de humor que lhe permite apreciar as ironias da vida, como com uma dignidade inata, qualidades que são essenciais para a sobrevivência na prisão. A voz de Freeman move a história por meio de sua narração, acrescentando pungência a construção do filme. O elenco de apoio também é exemplar, a interpretação do diretor, dos guardas e detentos que compõem o sistema prisional. Cada um dos atores criam personagens que contribuem para a sensação de autenticidade da história. Depois de assistir a essas performances, não é de admirar que o filme foi indicado para nada menos, que sete prêmios da Academia (Oscar) e ganhou dois globos de ouro.


Um dos aspectos mais marcantes do filme é a forma como ele retrata a realidade da vida na prisão, mantendo um tom edificante. Uma das chaves para o equilíbrio do filme entre a autenticidade a renuncia absoluta é sua ênfase na justiça. Embora os eventos da histórias sejam postos em movimentos a partir do erro judiciário no julgamento de Andy, uma maior justiça, a divina, mais tarde entra em jogo e coloca a corrupção do sistema prisional contra ela mesmo. Por exemplo, quando Bogs (Mark Rolston) é finalmente forçado a responder pelas atrocidades contra Andy e inúmeros outros detentos, a justiça não se encontra nas mãos dos presos abusados por ele, mas nas mãos igualmente abusivas do Capitão Hadley (Clancy Brown). Do mesmo modo, quando Andy consegue tudo que precisa para sua liberdade ele o faz não por meio de sua própria pesquisa de informações, mas por meio de outro detento que foi seu algoz. Em ambos os casos a justiça vem de lugares improváveis  que sugerem a possibilidade de que suas orações podem ser ouvidas afinal.

A maior força do filme e seu aspecto mais edificante, é o vinculo entre Andy e Red. Após o primeiro encontro dos dois eles parecem completamente opostos. Apesar de suas diferenças raciais, sócio-econômica e de experiências de vida, eles são capazes de ver através de sua semelhança básica, a necessidade mútua para a liberdade. O filme faz essa amizade crível por ter Andy tentando gradualmente ao longo do mesmo, ganhar a confiança e o respeito de Red, ao invés de ambos formarem uma amizade instantânea. Ao longo dos próximos vinte anos, eles oferecem um ao outro com o humor, apoio emocional e a interação humana básica que eles precisam para lidar com a vida atrás das grades. É esse apoio mútuo que lhes permitem agarra-se a pouca esperança de tornar, se não esse dia melhor para eles, pelo menos o amanhã. Em última análise, não é a realização de Andy de justiça ou vingança, mas a reunião final entre esses dois amigos que se revela o momento mais eficaz e edificante do filme.

Um Sonho de Liberdade é um verdadeiro clássico que fala com a humanidade de todos nós. O filme relata a importância da amizade e a esperança na vida, através da luta de um homem e sua eventual salvação. A história é sincera sem ser excessivamente sentimental ou piegas, e autenticamente corajoso sem ser desesperado. Poucos filmes para min, foram capazes de explorara os altos e baixos da natureza humana de forma tão convincente.





Um comentário:

  1. Vale a pena ver este filme para a participação do ator Morgan Freeman, um dos meus favoritos, porque seja qual for o gênero de filme sempre alcança excelentes personagens.

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