sábado, outubro 26, 2013

Stay On These Roads - A-ha, ou: Longas estradas que não levam a lugar algum.

Dia 299. E estamos perto do fim.
 Eu tinha seis anos quando o A-ha lançou seu terceiro disco, "Stay On These Roads", no distante 1988. Por muitos considerado O disco da banda na fase I, "Stay..." é  um trabalho de transição - podemos perceber a sonoridade do grupo mudando, deixando para trás a estética da década de 1980 e se tornando o que foi até uns dias atrás, no não tão distante 2010.




"Stay..." é um disco rico e complexo. Não se encaixa bem em nenhuma categoria musical - embora o termo synthpop venha muito fácil - por ser um disco de transição. Temos a presença surda de guitarras e baixos, e a voz de Morten alcança um nível de maturidade e segurança que ainda não havia nos dois primeiros.


A musicalidade do A-ha também é diferente. O sentimento nórdico é muito forte aqui, falando de amplidões, solidão, azul e branco, frio e longas estradas que não levam a lugar algum. Havemos de segui-las apenas por um impulso de continuar em movimento - para não congelarmos, para fugir dos problemas, para observar as vastidões e tentar não enlouquecer com a rotina.

Aqui e acolá o "velho" A-ha aparece para dizer "oi", como em "You Are The One" e "Touchy" - dois dos grandes hits da banda. Mas na maioria do disco há apenas a promessa de um grupo novo, que há de aparecer por entre as brumas de uma fria manhã do norte, e que supera qualquer rotulação. "Stay On These Roads" e "There's Never A Forever Thing" nos mostram como a sonoridade deles evoluiria, e como estavam próximos de definir sua nova linha de trabalho. Dois discos depois, com "Memorial Beach", já teríamos um A-ha completamente novo e reinventado - e que seria, mais ou menos, o mesmo que terminaria em 2010.


Não podemos esquecer também que foi neste ano de 1988 que o A-ha nos entregou um Bond Theme, "The Living Daylights". Poucas bandas tiveram o privilégio de fazer isso, e eu, como fã de James Bond e de A-ha, sinto muito orgulho desta faixa em especial.


No mais, um trabalho sólido de uma das bandas mais carismáticas dos séculos XX e XXI. Pena que acabou... mas mesmo após o fim, ficam as lembranças e as músicas.


Grato pela atenção de todos, desejo-lhes uma boa noite.

2 comentários:

  1. Nossa, esse álbum é lindo... Sua resenha é maravilhosa, tudo o que norteia o disco está aí. O momento "A-ha animadinho" e as músicas mais tristinhas, falando de solidão e frio. Acho um álbum completo e obrigatório. Os anos 1980 foram mesmo assim, dançantes e soturnos ao mesmo tempo. Um abraço, Mariana

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    1. Grato pela leitura e pela presença, Mariana. Grande abraço e continue curtindo A-ha.

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