Dia 290
Ghost Rider: Spirit of Vengeance - 2011
Dir: Mark Neveldine, Brian Taylor
Elenco: Nicolas Cage, Ciarán Hinds, Idris Elba
Eu procrastinei Motoqueiro Fantasma: Espírito de Vingança
o máximo que pude, mas um homem tem que fazer o que um homem tem que fazer e é
por isso que estou aqui.
MF² é um filme de extremos: por um lado é uma bomba
absoluta e incontestável, uma adaptação ruim e um trabalho cinematográfico
medonho. Por outro lado é um espetáculo visual: absurdo e bizarro, capaz de
encher os olhos.
Na trama, Johnny Blaze está de volta (e Nicolas Cage
também) com uma missão: resgatar e proteger um garoto predestinado a se tornar
o novo receptáculo do demônio que o transformou no Motoqueiro Fantasma (você
pode ver isso em Motoqueiro Fantasma, de 2005: filmaço). Em troca ele terá a
oportunidade de se livrar da maldição, se desprender do Espírito da Vingança e
receber sua alma de volta.
MF² é surreal. Só pra deixar claro, aquela parte que eu
disse que o longa de 2005 é um filmaço... Era piada. Como eu dizia, MF² é
surreal, algo tão fantasticamente ruim que é simplesmente impossível parar de
ver. A história é apenas um detalhe, só um motivo pra tocar fogo no Nicolas
Cage e colocá-lo sobre uma moto. O roteiro... pfff, nem existe, esqueceram de
escrever. As atuações... Tem uma caveira pegando fogo, maluco, quem liga pra
isso?
O negócio é: o visual do é o que faz a tortuosa jornada
de Johnny Blaze valer a pena. Esqueça do filme, esqueça do garoto, da mãe, do
Nicolas Cage, da redenção... Esqueça. Deligue seu cérebro e foque no espetáculo
visual que se desdobra perante seus olhos.
O visual de MF² é SENSACIONAL! Isso porque a fotografia é
vagabunda, de filme B mesmo, daqueles bem safados, anos 90. Tudo na tela remete
aos anos 90, as atuações são naquele padrão, as cenas de ação são bastante
características. Aí chega o Motoqueiro, aquele show off todo, trilha do fogo no
asfalto, gargalhada diabólica, aquela coisa. E é aí que o filme te prende,
porque o visual do Motoqueiro é tão destoante de tudo o que está ao redor, é
tão realista e tão cuidadoso, sujo e infernal que chega a impressionar. Pouca
coisa faz uso de efeito visual no longa além do Motoqueiro, o que só torna sua
figura algo ainda mais atraente. A movimentação da personagem é fantástica, a
aparência suja, a carne queimada pregada no crânio flamejante é absurdamente
fantástica, a voz do Cage, que ganha um boost digital, soa ameaçadora.
Fora isso, fora o visual, o conceito e o Motoqueiro em
si, nada se salva no longa. A culpa disso é inteiramente dos diretores Mark
Neveldine e Brian Taylor, os imbecis responsáveis por Adrenalina e Gamer. Esses
caras não são diretores, eles não tem talento, não fazem questão de disfarçar
isso e, o mais absurdo, carregam uma legião de fãs que juram que eles sabem o
que estão fazendo e fazem o que fazem de propósito.
Surreal.
O resultado final é xexelento, uma viagem indigesta por
um mundo sem sentido, guiados por um sujeito visivelmente cheirado e dois
diretores que não ficam para trás. Adiei esse momento o quanto pude, mas ele
enfim chegou e, que surpresa: foi tão ruim quanto eu achava que ia ser, mas visualmente
impressionante. E pelo visual, apenas pelo visual, MF² leva....
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